quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Suporta o génio sem gemidos e com o máximo de tranquilidade que te for possível, pois está tudo bem, disse-me ontem à noite Fernando António Nogueira Pessoa.

Esqueçam tudo o que disse sobre o João Mário Silva e a sociologia da crítica literária, sobre as consequências culturais da ausência de competição dos jornais e a escassa exigência da crítica, sobre as dificuldades de contruir um sistema onde a valorização do livro dependa de critérios estéticos consolidados pelo debate, sobre a importância da assimilação de todos os critérios de valorização da escrita ao longo da história, sobre a medição das relações entre competição literária e a evolução da linguagem como tecnologia e suas valências adaptativas na sobrevivência humana: a verdade, a crua e nua verdade, é que amanhã o pobre, e nunca, desde hoje em diante, suficientemente elogiado, João Mário Silva vai a Londres para ter (e esta expressão é dele) o privilégio de entrevistar a Hilary Mantel, pessoa representada na imagem aduzida, agarrando, cruz credo, o tenebroso livro, muito justamente intitulado  Bring Up The Bodies: pessoa com quem eu, por razões literárias, religiosas, políticas e zoológicas, não desejo de modo algum conviver e muito menos entrevistar, nem que me fosse oferecida em troca a imortalidade literária em todas as galáxias do universo.
 
 

3 comentários:

Izzy disse...

Leste-lhe os livros? A senhora ate pode ser feia como o susto mas sublime como o bardo.

Orfinho disse...

Parece uma corujinha das neves.

alma disse...

Ok,sem querer ser embirrenta :)a senhora envelheceu muito mal o que é um facto.
Pelo tema não me interessa nem um bocadinho mesmo que digam que tem descrições escabrosas LOOL
O tal da torre de babel está contente é por ter um alibi para ir a Londres :)))