terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Profunda vénia a todos vós


É com tristeza que confirmo que a discussão na praça pública em Portugal continua a ser feita por adolescentes com o pito aos saltos. A propósito da TAP.

O Mário Amorim Lopes, que eu desconfio ser o nom de plume de Laura Silva Pedrosa, 14 anos, natural da Alfarelos e que está inconsolável por a Liliana ter saído da Casa dos Segredos, acha que teve azar em herdar logo à nascença e contra a sua vontade, uma posição de accionista na TAP. Realmente teve azar, se tivesse nascido no Chade, ou no Burkina Faso, não teria que carregar com este ónus e poderia passar os dias a blogar sobre a guerra civil. Um dia, quando o Mário a Laura for mais velha, gostaria de lhe poder explicar os conceitos de sociedade, liberdade e responsabilidade intergeracional.

Do outro lado da barricada, temos o António Costa. Que sugere um "aumento do capital da empresa, através da bolsa, com investimento de capital privado, sem que o Estado perca a posição de controlo fundamental para a empresa". Que ele tenha dito isto sem se rir, e que o jornalista não lhe tenha enfiado o microfone nas trombas diz muito de ambos.


Que os sindicatos têm toda a razão em fazer greve é algo que me parece da mais elementar verdade. Senão digam-me: o patrão, a seguir a ter-vos cortado o salário, anuncia que a empresa vai ser privatizada e que quase/todos os privilégios em espécie que ainda recebem, vão acabar. Vossas senhorias (i) tiravam o tubo de vaselina da gaveta enquanto baixavam as calças ou (ii) faziam birra e ameaçavam partir tudo enquanto o patrão não desse o dito por não dito ? Não compreender isto é não compreender que o William Carvalho anda a jogar uma merda.
Em verdade vos digo, o estúpido no meio disto tudo fui eu que tinha adquirido três títulos de viagem na TAP para uma das datas da greve e na passada sexta tive de os cancelar e  comprar novos títulos de viagem, devidamente inflacionados pelo livre mercado, na concorrência. Mas pronto, é a errar que se aprende e eu aprendi a não efectuar comércio com a TAP. As pitas, em vez de gritinhos esganiçados, que façam o mesmo e utilizem a concorrência. E a TAP que se lixe.