sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Limites do universo

Hoje que é dia 29 de Fevereiro, coloco uma história muito rodada na internet e nas correntes de email. Daqui a 4 anos volto a fazê-lo. Porque o universo deve ser finito.

A group of scientists placed 5 monkeys in a cage and in the middle, a ladder with bananas on the top. Every time a monkey went up the ladder, the scientists soaked the rest of the monkeys with cold water. After a while, every time a monkey went up the ladder, the others beat up the one on the ladder. After some time, no monkey dare to go up the ladder regardless of the temptation.


Scientists then decided to substitute one of the monkeys. The 1st thing this new monkey did was to go up the ladder. Immediately the other monkeys beat him up.
After several beatings, the new member learned not to climb the ladder even though never knew why. A 2nd monkey was substituted and the same occurred. The 1st monkey participated on the beating for the 2nd monkey. A 3rd monkey was changed and the same was repeated (beating). The 4th was substituted and the beating was repeated and finally the 5th monkey was replaced.

What was left was a group of 5 monkeys that even though never received a cold shower, continued to beat up any monkey who attempted to climb the ladder. If it was possible to ask the monkeys why they would beat up all those who attempted to go up the ladder…..

I bet you the answer would be….

“I don’t know – that’s how things are done around here”

Does it sounds familiar?

Don’t miss the opportunity to share this with others as they might be asking themselves why we continue to do what we are doing if there is a different way out there.

"Only two things are infinite: The universe and human stupidity. And I am not so sure about the former." -Albert Einstein

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Pão quente

Esta é uma imagem que em breve será muito cara de se ter em casa


A coca-cola que se cuide

Ontem Luis Filipe Menezes falou ao pais através da SIC. Não tive oportunidade de ver. Mas se alguém esperava algumas propostas novas e fracturantes (como gosta de anunciar) esta não é propriamente a melhor: "Quando ganharmos as eleições o canal público de televisão vai deixar de ter publicidade"

De qualidade. Continua que Portugal precisa de lideres destes.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O cinema dos irmãos

Nunca aqui se falou de cinema. Aproveito o momento após a entrega dos Óscares, e reparo que os irmãos Coen ganharam o Óscar(es) que lhes faltava. Enquanto não vejo "No Country for Old Men" relembro este:



com o melhor Jesus da história do cinema. Aos poucos que nos visitam: façam-me o favor e vejam tudo. Até ao final.

Humor de terça feira


Ficar deprimido com esta noticia

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Jejuar o Magister

Eu vou seguir o conselho dele. Acabaram-se as leituras dos seus textos musculados no DN:

"Na era da informação é crucial lembrar que o silêncio é de ouro."

O trabalho como forma de motivação II

"Não nos podemos resignar perante as dificuldades. É preciso mobilizar os portugueses para as vencer", afirmou Cavaco Silva à margem da inauguração do Instituto CUF, do grupo José de Mello Saúde, em Matosinhos. Aos dados avançados pela SEDES, o chefe de Estado convida os portugueses a “trabalhar para vencer as dificuldades".

Jogo do empurra

Nos últimos dias muito se tem discutido o famoso relatório SEDES. Tem, como é evidente, o seu relativo interesse. Concorre para o debate, o que é bom. Contudo, peca no essencial, o que é mau. Pela enésima vez, o grosso da despesa vai para o “Estado” e os políticos. Parecem não estar a cumprir a sua missão. Parecem não regular o sistema.

Porém, caro leitor, talvez seja tempo de abandonar o sofá, pousar o comando da televisão, o tabuleiro de xadrez, o livro de orações, o jogging vespertino ou o relatório SEDES. O problema é mesmo nosso. De cada um e de todos. Ninguém se não a sociedade civil, em crescente endeusamento, possui a responsabilidade. A sociedade civil não salva nada. A sociedade civil é a única responsável. Isto porque não há sociedade civil em matéria de política. Os políticos e a sociedade civil são uma e a mesma coisa. Por isso há eleições. Por isso é um direito constitucional participar na vida pública, eleger e ser eleito.

Todos somos livres de não participar politicamente através de um partido. Mas já não somos livres, se todos os partidos falharem, de varrer a culpa da soleira da porta. Se os políticos estavam ali no “café” a falhar e nós nos passeávemos a caminho do concerto do Mário Laginha, então, caríssimos leitores, é tempo de enfiar o barrete.

Todos já devem ter reparado o tom de enfado que inunda as faces quando se inicia uma conversa sobre política. Já aqui referi o ilustrativo caso de Isabel Stilwell, muito enfadada com a entrevista do primeiro-ministro. A senhora tem toda a liberdade para não gostar do senhor engenheiro Sócrates e das suas entrevistas. Mas será que ao preferir o “Dr. House” não estará a assinar a sua demissão de cidadã da república? Já sei, caro leitor, pode invocar-se a “conversa” dos políticos incopetentes. Todavia, se a incompetência é assim tão manifesta, avance quem faz melhor. Já sei que o sistema não se adequa. Então, se o sistema político é mau, avance quem propõe melhor sistema. Talvez não tenha ocorrido aos portugueses que a discussão democrática se faz precisamente por esse confronto de ideias. Talvez não tenha ocorrido aos portugueses que o problema não é um excesso de política. A actual “tragédia”, escandalize-se o pacífico leitor, decorre precisamente de um défice de política. Se acha que não, lanço apenas uma pergunta: seria possível em Portugal, algo semelhante às eleições primárias dos E.U.A.? Ou se quiserem, que vozearia de indignação ocuparia a tribuna mediática se no nosso parlamento ocorresse 1/5 da beligerância verbal do parlamento inglês? Já não falo sequer dos níveis de tributação escandinavos para que os leitores não desatem a rasgar as vestes.
Penso que se justifica aqui a publicação do texto que El_presidente colocou a comentar o recente post sobre Robert Kennedy. A reflexão pertence justamente a Robert Kennedy e coloca o dedo na ferida. Fala sobre corrupção e não adopta o estratégico jogo do empurra praticado pela SEDES.
"Laws can embody standards; governments can enforce laws — but the final task is not a task for government. It is a task for each and every one of us. Every time we turn our heads the other way when we see the law flouted — when we tolerate what we know to be wrong — when we close our eyes and ears to the corrupt because we are too busy, or too frightened — when we fail to speak up and speak out — we strike a blow against freedom and decency and justice." RFK @ 1961


É verdade que vivemos em democracia representativa. Com efeito, tenho imensa pena, caros associados e adeptos da SEDES, mas o Estado «somos nós», são vocês (e se calhar mais vocês do que alguns dos actuais membros do governo). Logo o vosso discurso devia voltar-se mais para o problema da causa (os comportamentos dos portugueses) do que para a consequência (os eventuais defeitos do sistema político). Os políticos apenas nos representam. Vou repetir: os políticos REPRESENTAM. Não substituem. Se os políticos falham, é porque nós falhamos. Enquanto não percebermos isto, não há relatórios SEDES que nos valham.

Desta forma chegamos a uma dramática constatação: a SEDES apenas toca na superfície da espuma, não mergulha nas densas trevas do profundo mar.

O sistema partidário é mau? É.
Porquê? Porque os interesse privados perverteram o bem público? Porque as clientela se substituiram ao recrutamento meritocrático? Porque as decisões são afectadas por grupos obscuros? Talvez, mas tudo isto acontece porque os partidos são hidras de sete cabeças, cuspindo bolas de fogo? Não.
Acontece porque os portugueses são exactamente o mesmo que os partidos que os representam: clientes, obscuros, privados.

Solução?

Mais leitura, mais debate, mais participação. É pouco original, mas não há outro caminho.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O trabalho como forma de motivação

Há muito que não colocava aqui o Dilbert. Ao que parece houve um individuo que fez o mesmo e colocou o cartoon em cima no emprego, e foi despedido de imediato. Scott Adams soube do sucedido e esta semana tem dedicado especial atenção (vejam os dias seguintes) à história parodiando ainda mais os senhores que decidem nas corporações. Fico-me com a pergunta do chefe e resposta do empregado no cartoon:

- Can you prove you are stupid?
- Is there any other explanation for working here?

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Será possível contrariar a evidência do poder?



A notícia do jornal The Guardian, Segunda-feira, 20 de Novembro de 2006, fazia a incómodoa pergunta: terá a CIA morto Robert Kennedy? Terá? A investigação de Shane O'Sullivan defende uma evidente implicação de três agentes da CIA.

Robert Francis Kennedy trabalhou no Ministério Público dos EUA, desempenhou papel determinante no movimento pelos direitos civis dos afro-americanos. Católico, foi senador por Nova Iorque. Defendeu o fim da guerra no Vietnam. No começo de 1968 anunciou a sua campanha para ser indicado candidato à presidência pelo partido Democrata, mas foi assassinado após vencer a eleição primária da Califórnia.
Há quem defenda que o sonho de liberdade política, no mundo ocidental, morreu nesse dia.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Explicação do medo

O que é a política?

1968. Enquanto nós tinhamos Salazar, o Estado Novo, a cultura do respeitinho, da escola primária-e-já-chega, Fátima e os três pastorinhs, a censura, os EUA tinham campanhas eleitorais, discussão pública, multidões na rua. É chato, eu sei. Uma maçada quando podemos estar no SPA (que é uma maneira de fugir para fora) ou no terço (uma maneira de fugir para dentro)

Como disse recentemente Isabel Stilwell, é um sacríficio interromper o televisionamento familiar do "Dr. House" para ver a entrevista do primeiro-ministro. Claro, um aborrecimento.

Haverá ainda alguém com dúvidas sobre a natureza do nosso problema?

A substância das palavras

O ilustre causídico José Miguel Júdice tem por várias vezes alertado a nação contra o "populismo". Parece que o Governo do Povo - the government of the people - afinal não é um fenómeno francês, nascido em 1789. Parece que já em 1645, em Inglaterra. Parece que o Parlamento e tal.

Se isto é populismo,não sei. A mudança. A quem assusta. Quem perde? Quem ganha? Que provoca medo, provoca. Em 1968, houve imensa gente que se assustou. Este senhor acabou baleado, no chão de um hotel, após um bom discurso de campanha, a caminho da presidência dos E.U.A. Corria o ano 1968. Os seus discursos tinham substância e, por isso, foi parado a tiro.

Quando voltará a coragem de mudar?

Elogio da derrota

Por vezes é bom lembrar. Há qualquer coisa da madrugada no horto neste comboio que regressa. O sopro das mulheres que esperam quem não virá. O fim de qualquer coisa que quase mudou o mundo.

A diferença entre o centro e o remate-centro

Caro leitor. Ia hoje escrever um texto furioso. O problema é que Camacho se presta para substituir Cardoso. Adiante. Devo confessar que fui impelido a enfurecer-me pelo nosso El_Presidente. Porém, o nosso blogue mudou de nome. Foi baptizado. Agora elogiamos a derrota. Por isso, sabendo toda a diferença que existe entre um bebé e um adulto ­– ou seria entre um direito e uma couve de bruxelas – confesso que recuei. Pergunta o leitor: porquê? Ora, porque o tema saiu-me enviesado…Aborto, disse o Magister. Eterna maldição, disse o mafarrico. Substitui o Cardoso, disse o meu primo.

Sobre essa matéria apetece-me fazer silêncio. Porquê, pergunta novamente o caro leitor? Porque deparar com conceitos estilo «forças pela vida» tem em mim um efeito devastador. Sinto-me forçado, não sei se compreendem.

Além de que, como ensina o magister, «a defesa da vida não se faz, antes do mais, no papel mas na vida».

Esta separação, «antes do mais», entre papel e vida é das mais belas pérolas que podem encontrar-se nestas densas profundidades, frequentadas por estes homens e mulheres das «forças pela vida». Como tal, não vou falar do tema. Deleito-me com a vida, sem papel.

Faço penitência, é claro. Na cinza, na austeridade do silêncio sepulcral da minha nulidade. Meu Deus, eu não tenho pertencido a qualquer destas associações. Desça sobre mim a cólera divina, multiplicada em insectos.

A lógida do raciocínio é básica, diz o Magister. Correcto. Complexos são os meandros onde sopra o espírito. Profícuas, proficientes, são as deambulações da alma, quando se une aos mistérios do Senhor. Nada de abstrações ou reflexões morais. Tudo para a “pessoalidade”, tão bem explícita nos magníficos escritos da Irmã Lúcia.

Com efeito, caro leitor. Nada de leis. Nada de reflexões filosóficas. Tudo é animal e biológico. Ou branco ou preto. De um lado puro do outro impuro. Iniquidade ou glória.

Na verdade, compreendo o cruzamento. É bem medido. Feito em velocidade. Como costuma insinuar-se em relato radiotransmitido: é o chamado “centro venenoso”. Tenso e à medida de Cardoso. Acontece que ele já não está em campo.



terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Cubanos...

O Dr. Alberto João Jardim podia aproveitar o corajoso exemplo de um cubano doente, idoso e cansado, para passar mais tempo em casa, com a família, que a saúde - a nossa, principalmente - agradecia...

A música

Quem me acompanha dia 11 de Maio, na Aula Magna?



Espreitem aqui também

A frase

"A culpa é toda da acção humana. Intempéries sempre houve. A culpa é da total inexistência de planeamento urbano."
Ribeiro Teles, arquitecto paisagista

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Amanhã é outro dia

Chove um dia. Chove uma noite. E o caos instala-se.

Como posso dizer que não?

O texto que se segue contem conteúdos susceptíveis de ferir a sensibilidade dos leitores

Escreve João César das Neves que "o mundo é o Céu. O mundo é uma pequena zona do Céu. Uma zona do Céu ocupada por inimigos. Mas o criador do Céu, o dono do Céu, veio a esta Sua propriedade para a restaurar. E pede-nos que O ajudemos a reclamar os Seus direitos. Desde que Cristo nasceu há 2000 anos que em cada dia se renova a revolta contra o usurpador deste pedaço de Céu, para o devolver ao seu Criador e legítimo dono. [...] A vida de cada um de nós na Igreja constitui, no seu dia-a-dia, as crónicas do Céu."

Só pelo índice verifico que estamos na presença de um mestre:

Índice
Abertura

Capítulo I - Resistência
Pedido de ajuda
Felicidade
Posso dizer que não?

Capítulo II - Território usurpado
O trigo e o joio
A segunda Páscoa
A ilha da Páscoa

Capítulo III - Desembarque
Junto ao poço
Vidimus Dominum
O presente mal embrulhado

Capítulo IV - Reconquista
O mandamento de Pedro
E se a gente mudasse de assunto?
Mudar de assunto

Capítulo V - Reconstrução
O espanto, acto de Fé
A alegria, acto de Caridade
A Esperança

Capítulo VI - Território Libertado
A Rainha da esperança
Justiça e misericórdia
O Sopro

Cenas dos Próximos Capítulos

Hoje acordei assim. Com ganas de inquisidor. E com vontade que este livro estivesse no Index Librorum Prohibitorum. Porque devia haver limites para tanto disparate.

A diferença nunca antes pensada, segundo São César das Neves

"O comunista ama a humanidade, o cristão ama o próximo."

Confesso que espero ansiosamente mais um texto do Alf sobre o Magister.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

O PSD e o caos na oposição

Actualmente tem-se verificado na governação socialista um enfraquecimento das suas políticas e de alguma instabilidade governamental, através das mudanças em certas pastas ministeriais, como a saúde e a cultura. "É verdade que um partido político não ganha ou perde eleições por causa da pasta da cultura" dizia Ricardo Costa, director de informação da Sic, em entrevista à própria estação. Até tenho de concordar com esta personagem do jornalismo português, apesar de na maioria dos casos não concordar com ele. Porém, mesmo estas mudanças não fragilizaram o governo Sócrates e a maioria PS. Apesar do grande descontentamento social permanece, de uma maneira quase inalterável, a posição do partido socialista, como força política vencedora, para a nova legislatura que se avizinha em 2009.Mas porquê é que será que as sondagens continuam a dar ao PS valores da ordem dos 40, 45%? Tudo porque a oposição não faz o seu papel de defrontar o governo e as suas políticas e ajudar a solucionar tantas matérias para a sociedade portuguesa. Também porque, e talvez este seja o papel mais decisivo que é o da credibilidade dos partidos da oposição, que não é das melhores. Mais à esquerda temos o Bloco de Esquerda, chefiado por Francisco Louçã, que até se vai safando na luta contra Sócrates e até faz alguma mossa política, mas que passa, na maioria das vezes, despercebida à maioria das pessoas. Jerónimo de Sousa, com o seu ortodoxo comunismo não se revela, na minha opinião, uma alternativa credível a este governo. O papel do partido dos fracos e oprimidos e do mais dinheiro para a função pública e do combate às grandes corporações já não convencem a maioria dos portugueses, que estão interessados é no crescimento da economia, de melhor justiça e de melhores cuidados de saúde. É de salientar a este político que são os trabalhadores privados que sustentam toda a pesada máquina da função pública.Relativamente à direita, e antes de falar nesse monstro obsolento da oposição portuguesa, o PSD, falemos do CDS-PP. Este partido dos "betinhos" e dos "engravatados", que de vez em quando tira uma ideia da cartola e que até apresenta algumas propostas no sentido de melhorar iniciativas da governação PS, como a avaliação de professores. Mas, e como há sempre um mas na vida, o CDS-PP tem andado, ultimamente, em polémicas de corrupção. Desde os 300 despachos assinados pelo antigo ministro do turismo, Telmo Correia, ao caso dos sobreiros e da "Portucale", ao caso dos famosos submarinos e das fotocópias sobre assuntos de natureza classificada. É certo que, como defensor dos valores da democracia, tenho que admitir que todos os intervenientes destes casos são inocentes até serem culpabilizados (se chegarem a ser) pelos actos ilícitos que alegadamente terão cometidos. Mas convém dizer que o clima de suspeição que atinge os "Populares" não é dos melhores para se continuarem a afirmar como força política e, nomeadamente, como rosto de oposição política.Por fim o partido Laranja. Parece que o PSD anda a tentar ganhar legislativas sem fazer oposição, ou seja, a não ter opinião sobre os mais variados assuntos que dominam a agenda política portuguesa. O PS até deve gostar deste tipo de oposição. Pelos resultados das sondagens que o PSD tem tido, faz com que o PS se sinta confortável, e até deixe os seus directores de campanha para as legislativas de 2009 a tomar café no Largo do Rato ou até mesmo ir aos saldos às Amoreiras, enquanto o PSD não se define nas suas estratégias de oposição ao governo PS.Na última edição da revista "Sábado", José Pacheco Pereira diz: "Já repararam que, na maioria das questões, o PSD não toma posição a tempo, promete tomar e depois esquece-se de tomar posição, ou qualquer destas três variantes?". É notória a crítica de Pacheco Pereira à forma como o presidente do partido, Luis Filipe Menezes conduz a estratégia para as próximas legislativas.Um dos grandes problemas do PSD, na minha opinião, é a existência de Santana Lopes como presidente do grupo parlamentar do partido. Santana Lopes aparece como próprio presidente do partido enquanto Menezes se esvanece na pacata Gaia, onde não tem voz, e mesmo quando a tem não diz nada de realmente importante. Ao principio pensei que a utilização de Pedro Santana Lopes até seria uma boa cartada política de Menezes para "gastar" a figura do primeiro-ministro e para que ambas as personagens se "consumissem" em acusações e que no fim Menezes se sobressaísse como alternativa ao governo. Feliz ou infelizmente a minha expectativa não se verificou. Agora até fico contente, já que Filipe Menezes apresenta políticas vagas para solucionar as grandes questões que Portugal atravessa.No artigo de ontem "Cortar cabeças" de Vasco Pulido Valente, no jornal "Público", este refere Santana Lopes como o "responsável" pela maior derrota do PSD desde 1975. Na opinião do mesmo, Santana já deveria estar morto politicamente, mas parece que sucumbiu dos mortos políticos, ao fim de dois anos, para vir afundar ainda mais o PSD.Enquanto não há qualquer política do PSD e Santana Lopes vai ganhando forças e o PSD se afunda na sua própria "loucura", José Sócrates vai sorrindo e dizendo para os seus ministros: "Esta política do PSD é porreira pah!". Já o ministro das obras públicas deve confidenciar, nos intervalos das discussões sobre a terceira travessia do tejo com o seu primeiro-ministro :"Oh José tem calma, nós ainda vamos estar no governo na inauguração do Aeroporto... Com a política de oposição do PSD jamais eles serão governo". Cada vez estamos piores. Assim sem uma boa oposição não há uma boa democracia. Certamente e para o bem do país tem de haver eleições antecipadas no PSD com pessoas creíveis que façam mais e melhor oposição.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Como quem escreve com sentimentos

O Besugo alega falta de tempo. Eu alego que o tempo não está para brincadeiras e este abandono, ilustre besugo, é uma concessão à matilha. Bendita a hora que o blogue confirmou o elogio da derrota. Que há para se elogiar que faça tanto sentido como esta imensa derrota em que nos encontramos envolvidos?

Por vezes anoitece demasiado cedo e não há quem me explique porque raio a Laurinda Alves escreve diários semanais no Público e o Besugo é remetido pela vida, pelas circunstâncias, por ele próprio (arre para o individualismo) a um subitamente anoitecido blogue.

Eu sei caro leitor, são as evidências de todos os dias. Daí que os dias sejam isso mesmo – uma imitação da evidência dividida em números, coisas, jarras partidas, naprons, duas laranjas e um quadro da última ceia na parede.

Não sabia o que escrever e escrevi isto, assim como quando não sei o que ler, leio o Besugo. Além de que me chegou agora à cabeça uma dupla conclusão:

a) o poeta é muito maior que a sua vida

b) todas as grandes vozes acabam por se calar um dia, em silêncio, pouco a pouco.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Horas e minutos

Hoje ao ouvir isto lembrei-me de uns tempos difíceis que passei em trabalho há 2 anos. Durante dias seguidos fotografei as horas a que me deitei. O toque do telemóvel era a musica que me embalava. Era o som da derrota no fim do dia.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Mais uma cabeçada no muro das lamentações

Ouvir isto e isto

E arrepender-me de só ter descoberto Nick Drake agora.

Yes we can

Acredito que isto em Portugal seria mais difícil, tendo em conta a qualidade dos discursos que se vão fazendo por aqui. Mas seria interessante ver o João Jardim ou o Paulo Portas musicados por Tony Carreira ou André Sardet. Entretanto fico-me com o "Yes we can" do Obama. Eu votaria nele.




Teologia da blogoesfera

Recomendo a leitura aqui

Muro das lamentações

A coisa está mesmo negra: "Nunca aqui escrevi nada de jeito, nem em lado nenhum". Pelo contrário. Nunca se escreveu como ele. E eu lamento-me. Porque agora vai escrever menos vezes.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

"Desabafo"

Mais um poema do SAPO_COCAS para vocês...
espero que gostem :D

Escrevo por entre estes sons
De podridao, de angustia, de medo
Mas recordando todos aqueles
Momentos nossos tão bons

Agora que não há mais esse carinho
passarei esta pequena vida sentado
Neste estado que me deixa pedrado
De não poder seguir o nosso caminho

Esse manto diarimente profetizado
pela memoria que permaneceu no ar
deixou esse esse estranho ser agoniado
Por nao sentir mais o beijo à beira mar

Foi o tudo o que este ente te deu
Para tras ficou toda essa cumplicidade
que outrora que me trouxe felicidade
Mas que agora simplesmente morreu

Aguardarei a tua chegada, essa novidade
Porque so eu vacilarei por esses momentos
que tornaram o nao foi vivido em tormentos
E renunciarei por ti amor, à fama e à criatividade

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Senhor engenheiro Ferreira do Amaral, nada mal...

Ferreira do Amaral declarou ao Público em 30 de Janeiro de 2001: "Esta polémica [acerca da negociação do contrato de travessia do Tejo com Lusoponte como ministro de Estado, sendo mais tarde nomeado administrador dessa mesma empresa] não tem nenhuma razão de ser. Se a regra é nunca entrar numa empresa com quem assinou um contrato, devo dizer que assinei milhares de contratos, e com todas as empresas. E a lei determina, e bem, uma quarentena de três anos. Aqui passaram doze", alega. Ferreira do Amaral acrescenta ainda mais três argumentos para "esvaziar uma polémica que desafia o bom senso". "Nunca esperei estar aqui. Só aconteceu porque o principal responsável por esta obra, Morais Leitão, teve uma morte trágica. Segundo, os sócios da Lusoponte não são os mesmos [com quem negociou o contrato], e até o contrato não é o mesmo, porque já foi alterado sete vezes."

Explicação: o senhor engenheiro Amaral refere conceitos como quarentena, assinar milhares de contratos, esvaziar polémica, morte trágica, alterado sete vezes. Na verdade, a polémica desafia o bom senso, porque o caro leitor julgava que se tratava de um problema de confusão entre a defesa do estado (leia-se defesa do interesse dos cidadãos e do Estado de Direito) e a defesa do interesse privado (leia-se defesa do interesse de alguns cidadãos e da sua legítima capacidade de ganhar dividendos). Afinal, tudo não passa de um thriller onde figuram assinaturas de contratos, o número sete, a morte, uma quarentena e o desafio do bom senso, ingredientes básicos do suspense. Agora sim, percebemos.

As opiniões e a confusão do pensamento: que consequências para a saúde mental dos nossos jovens.

Numa entrevista a um blog afecto ao jornal de Notícias, simtomáticamente intitulado “Farpas” o Magister César das Neves lançou um repto que não posso deixar de aceitar. Qual touro farpeado, refugiado junto às tábuas, vou aventurar-me em terrenos mais abertos e sujeitar-me a mais um par de bandarilhas. Daquelas douradas, pequeninas. Sabemos que o Magister, no seu belo Traje de luces encomendado em Roma, nos vota o mais profundo desprezo. Há quem diga que são baixas as nossas razões. Babamos cólera, como o touro baba a saliva do seu esforço. Quem sabe. Contudo, o animal fez-se para investir. Não pode deixar de cumprir a sua natureza. De um lado, o sacerdote com as suas crónicas. Do outro, a besta com a sua fúria irracional. O veredito final fica para a Praça, ao jeito dos velhos circos romanos, abonimados pelo Magister. Todos gostamos de escrever a nossa prosa, mas a sujeição à crítica, o nosso tempo considera-a coisa de povos bárbaros. A democracia é, na verdade, uma chatice.
Talvez esta seja uma actividade que muitos consideram vil. Investir como animal nas respeitáveis carnes de respitáveis toureiros. Acontece que o nosso toureiro é lido por milhares de jovens, utiliza a cátedra, multiplica opinião. Seria tonto querer privá-lo dessa sua actividade. Mas seria ainda mais tonto não cumprir uma tarefa clarificadora. Como o touro quando investindo em velocidade obriga os bandarilheiros e toureiros a correr e a saltar, refugiando-se nas tábuas, deixando livre os terrenos do redondel.
Há ainda uma outra razão mais obscura. A necessidade de não deixar confundir cristo com tourada.

É em vão que o touro desce à praça. Não importa, o touro acredita na razão da sua força muscular e investe contra o estoque. Para tomar balanço, que nestas coisas de tourada não se deve recusar o picanço, há que ler caro leitor, há que ler.


(Neves) Não teme ser tenebroso?

“Existe uma personagem tenebrosa chamada "César das Neves" que povoa muitos blogs e conversas por aí. Conheço-a mal porque não frequento esses meios. Mas quando ouço falar dela (como, por exemplo, através destas suas perguntas), fico sempre surpreendido com os disparates que diz. Nunca concordo com ela.”

E não é que César das Neves anda a ler o nosso blog e não dizia nada. Não lhe ocorreu que essa figura tenebrosa, embora não concorde com ela, talvez tenha sido produzida por uma coisa a que se tem chamado "erro de interpretação" e que, ultimamente, é a grande ferramenta de todo o pensamento conservador. Devo esclarecer os leitores que, numa outra entrevista, o Magister censura com violência os blogs, espaços incivilizados que propagam os instintos mais baixos dos homens. Compara mesmo este tempo de desgoverno cultural da internet com as revoluções. Talvez não lembre ao Magister que os blogs servem ao menos para esse povo – baixo, incivil e culturalmente impreparado – dizer também qualquer coisita, enquanto o povo não é convidado para crónica semanal num jornal diário.

Reduz realmente o corpo da mulher 'às duas razões mais próprias da glória feminina o encanto da virgindade e a grandeza da maternidade'?
“Quem reduz um longo e meditado artigo a uma pergunta estúpida foi a senhora.”

Note-se a autoqualificação de homem que medita longamente. A julgar pelas duas próximas respostas, o conceito de meditação longa deve aqui ser relacionado com uma fusão entre a actividade «medium» e a natação. Portanto actividade em torno de mantos azuis, muita água e visões proféticas, logo, meditação.

Deus existe mesmo só porque não é possível provar a sua existência?
“Deus existe mesmo e é possível provar a sua existência”.

Ora aí está. Eis o que se chama uma declaração bombástica. Deus existe e o Magister tem provas mas sonega-as da opinião pública. Inqualificável.

Estudou 67 aparições “e detalhadamente 36 delas”. O que o fascina na hipótese de Nossa Senhora?
“O que me fascina Nela é precisamente aquilo que fascina todos os portugueses há séculos. Em Portugal são os que não se fascinam com Nossa Senhora que têm de explicar a sua estranha atitude.”

E aqui está. Por uma vez o Magister acerta. Aceito o repto. Vou ter de explicar a minha estranha atitude, em desacordo com os milhares de portugueses, mortos e vivos, desfilando vivos pelos séculos dos séculos, passando junto da minha casa com os seus rostos hieráticos voltados para a minha vergonhosa face. Contudo, não posso explicar a minh estranha atitude com palavras pois fui neste momento alcançado por duas lagostas gigantes em levitação que me confidenciaram ter visto num prato de arroz à valenciana a libertação do Afeganistão das garras do talibans, se eu empreender três dúzias de voltas ao quarteirão em pé cochinho. Da mesma forma, expressaram com veemência que o deus se encontra muito ofendido com os pecados cometidos pelo engenheiro José Sócrates em matéria comportamental, as chamadas questões fraturantes. Recomendam, por isso, a leitura intensiva da filosofia marxista como substituição sacrificial das orações em estilo livre «joelhos sobre a brita», de forma a obtermos a reparação das nossas culpas. Como é bom de ver, quem fala com lagostas gigantes não compreende Nossa Senhora. Eis a razão da minha estranha atitude. Lagostas, demasiadas voltas ao pé cochinho e leitura de Marx. Não tenho salvação.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Adivinha do dia

Há umas semanas atrás ouvi na televisão esse senhor do desporto nacional que é o Rui Ramos. Dizia ele: "Ainda está por descobrir o que está debaixo desse grande guarda-chuva que é o futebol". Desde esse dia que este dilema não me sai da cabeça. Não durmo descansado. Lanço um repto de tentar ajudar o homem e descobrir o que la estará debaixo. Podem enviar as vossas respostas para os comentários.

A meio gás

Ainda estamos vivos. As férias são boas para nos lembrarmos disso. Se bem que noticias destas nos deixam com o pão na boca.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

É cedo ainda

Ainda só são 9h21, mas já li o disparate de hoje (que por acaso até é de ontem). Notável a resposta deste comentador. Como o autor diz. QED.