quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Como quem escreve com sentimentos

O Besugo alega falta de tempo. Eu alego que o tempo não está para brincadeiras e este abandono, ilustre besugo, é uma concessão à matilha. Bendita a hora que o blogue confirmou o elogio da derrota. Que há para se elogiar que faça tanto sentido como esta imensa derrota em que nos encontramos envolvidos?

Por vezes anoitece demasiado cedo e não há quem me explique porque raio a Laurinda Alves escreve diários semanais no Público e o Besugo é remetido pela vida, pelas circunstâncias, por ele próprio (arre para o individualismo) a um subitamente anoitecido blogue.

Eu sei caro leitor, são as evidências de todos os dias. Daí que os dias sejam isso mesmo – uma imitação da evidência dividida em números, coisas, jarras partidas, naprons, duas laranjas e um quadro da última ceia na parede.

Não sabia o que escrever e escrevi isto, assim como quando não sei o que ler, leio o Besugo. Além de que me chegou agora à cabeça uma dupla conclusão:

a) o poeta é muito maior que a sua vida

b) todas as grandes vozes acabam por se calar um dia, em silêncio, pouco a pouco.

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