quarta-feira, 23 de março de 2016

Vénia profunda a Dostoievski, um dos poucos que sabe escrever sobre a locura

O mais difícil para mim, neste dia pós atentado, tem sido eu descobrir em mim uma sede de sangue, de vingança. Passo o tempo a discutir comigo próprio, porque não agarrar numa kalash e varrer Molenbeek a chumbo. Ou então, ir esta sexta-feira largar granadas numa das mesquitas de Bruxelas. Ou fazer uma visita aos familiares dos terroristas. Ou....

Eu sei que é errado. Eu sei que provavelmente seria até contraproducente. Eu sei que depois de derramado o sangue, não é possível voltar atrás. Mas não consigo calar esta sede de sangue.

Também sei que daqui a uns dias, volto à normalidade. Foi assim em Novembro, quando Bruxelas foi fechada durante um fim-de-semana fechada. Foi assim aquando os ataques de Paris. Mas até lá cohabita em mim um ser medonho.

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