quarta-feira, 13 de março de 2013

Morte ao teclado AZERTY.


1. Era de esperar que a língua francesa, com a paneleirice de tantos acentos desnecessários, tivesse um teclado mais acessível. Mas a francofonia é mesmo assim, tanta mariconada só para não serem iguais aos americanos e acabam por não fazer nada de jeito.

2. Está a ser interessante a leitura "The World Until Yesterday", embora lhe falte o sumo e o potencial para gerar discussão do "Guns, Germs and Steel". Uma das ideias que volta e meia aparece, é a de que os povos recolectores-caçadores têem poucas posses de valor por oposição à população ocidental. Não sei até que ponto isto será correcto, e se não será antes a produção em massa que permite à população ocidental acumular bugigangas a um custo relativamente baixo.

A semana passada uma ninfomaníaca partiu-me a porta do meu petit studio a Bruxelles, e remexou-me a roupa interior. Para disfarçar levou-me um portátil e o cartão de crédito. Excepto ter passado um par de dias com a porta da frente rachada em dois, os danos materiais em si foram irrelevantes. O cartão foi imediatamente  cancelado, e de qualquer maneira já estava no limite da cortesia dos preços praticados pela TAP, o seguro pagou uma porta nova e o portátil, de tão usado que era, estava há meses guardado no fundo de uma gaveta. Se fosse no meio da selva do Bornéu e me palmassem o arco e as flechas, a perda seria bastante maior, em termos absolutos.

Por outro lado a educação das crianças é um tema interessante. Correndo o risco de generalizar, as tribos recolectoras-caçadoras preferem educar as crianças num laissez-faire extremo e o resultado parece ser adultos responsáveis, habilidosos e curiosos do mundo que os rodeia. O tema é interessante porque há um par de semanas conversava com um psicólogo que ia abrir uma primária escola onde as crianças tinham a liberdade de fazer o que lhes apetecia. Se querem estudar aritmética estudam, se querem ir jogar à bola jogam. Ah, e não há horários.

Independentemente das qualidades e defeitos que o método possa ter, e o homem acredita que funciona, pois colocou os seus 4 filhos em escolas deste tipo, a principal diferença destas escolas para as demais é o largo espectro de profissões que geram. Ou seja, ninguém é doutrinado para ser doutor ou engenheiro. Intrigante, a ver se convenço a esposa (que é professora) a depositar a cria numa destas escolas.

3. Ontem a neve provocou o caos, e por momentos fiquei convencido que me tinha enganado algures no caminho e fui parar à Sibéria. Nem tudo é negativo, os cinemas do Offscreen estão todos a distância caminhável e esta sexta há uma sessão dupla: "Flash Gordon" e "Queen of the Outer Space" com a Za Za Gabor. Que mais pode querer um celibatário preso no centro da europa ?

1 comentário:

silvia disse...

Essa escola deve ser interessante :)