terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Deixemo-nos de gajas, e concentremo-nos no Boaventura Sousa Santos.

Por portas travessas, chegou-me às mãos a crónica na Visão do supracitado, do passado dia 13, modestamente intitulada A Frente da Ciência.

Fiquemo-nos pelo segundo parágrafo, aqui gentilmente pirateado por este que vos escreve,

"O significado mais óbvio destes números [do aumento da actividade científica em Portugal] é que eles mostram o caminho que Portugal estava a tomar para fugir à fatalidade de sermos um fornecedor de mão-de-obra barata. À medida que o sistema nacional de ciência se ampliava e os avanços científicos eram paulatinamente transferidos para a indústria e serviços, alterava-se a especialização internacional da nossa economia de modo a aproximá-la da que é típica dos países mais desenvolvidos. A mão-de-obra altamente qualificada manteria a vantagem comparativa do país já que, apesar de bem paga, seria mais barata que a correspondente noutros países europeus."

Resumindo, a actividade científica é o caminho para Portugal deixar de ser o fornecedor de mão-de-obra barata na indústria e agricultura e passar a ser o fornecedor de mão-de-obra barata da ciência. Com todas as vénias à Cova da Moura, Zona J, Boss AC e Yanick Djáló, deixamos de ser os cabo-verdianos da indústria têxtil para sermos os cabo-verdianos dos laboratórios.

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