segunda-feira, 11 de junho de 2012

As analogias são tramadas

Moço, olha que não. Se o ponto fundamental do argumento é que a FPF tem o monopólio dos futebóis para Portugal, confesso que não vejo como é que poderia ser feito de forma diferente.

Dito de outra forma, não penso que seja razoável ou sequer factível a existência de múltiplas federações de futebol, cada uma a organizar os seus próprios campeonatos, com as suas próprias equipas nas competições internacionais e a concorrerem entre si pelo apuramento ao Euro ou ao Mundial. Acho que nos primórdios do futebol português existiram de facto vários campeonatos regionais, mas já não estamos no tempo em que o guarda-redes não podia agarrar a bola com a mão.

O monopólio da FPF parece-me que é um exemplo típico de monopólio natural, e que não deve ser metido no mesmo saco dos subsídios encapotados à cultura. Pondo de lado a máfia organizada que é a UEFA, não creio que os portugueses estivessem melhor se o Estado periodicamente cobrasse uma taxa pelo monopólio do futebol, como faz por exemplo pela utilização do espaço electromagnético. Não existe concorrência à FPF, e não creio que venha a existir à cause de l'UEFA et mons. Platini. E para além do circo montado à volta da seleção, existe toda uma silenciosa estrutura que organiza e mantêm campeonatos  regionais e vai dando formação a muita miudagem por esse país fora. Tal como fazem as restantes federações, diga-se de passagem.

1 comentário:

Tolan disse...

Não disse que deveriam existir múltiplas federações. O que digo é que o direito da FPF explorar a selecção de Portugal é conferido pelo estado e poderia ser atribuído a outro organismo qualquer com outras regras e outra gestão. Só o facto teórico disso poder ser feito significa que o dinheiro é público e não privado porque o recurso do nome de Portugal, os símbolos, a representação oficial em competições etc. pertence a "todos nós".