sexta-feira, 25 de março de 2011

Á deriva

O António Barreto resume nesta entrevista o meu sentimento em relação ao clima democrático que se vive actualmente. Sem o respeito pelo outro, sem a cordialidade e honestidade que é devida nas relações que se mantêm com os adversários políticos não é possível a democracia. Pior, nas eleições que se anunciam vamos ter exactamente os mesmos protagonistas. Não de agora, mas de há pelo menos dez anos. Com os mesmos comportamentos, os mesmos vícios e defeitos. Assim as eleições, a suceder, não serão uma hipótese do povo se expressar mas antes um espetáculo circence de má qualidade em que à populaça será permitido urrar de quando em quando.

A culpa desta situação é da nossa irresponsabilidade passada, mas principalmente da UE. Eu sei que não parece bem atirar as culpas para os outros, mas que se lixem as aparências. Foi a UE quem serviu de fiador aos nossos desvarios orçamentais. Foi a UE quem foi aguentando o barco através dos empréstimos do Banco Central Europeu. E é a UE que está reunida para emitir mais uma vez pronunciamentos ocos que serão ignorados mesmo antes da tinta secar. Sem o apoio europeu, seríamos irresponsáveis na mesma mas à escala da nossa pequenez,  não à grande e á francesa.

Penso que é altura de se começar a equacionar o nosso abandono do euro, e caso a UE caminhe para uma união política, virarmos costas à Europa. O euro, que foi apresentado como a panaceia miraculosa para os déficits crónicos da pátria lusa, não só não os impediu como os agravou ao ponto da bancarrota. Não funcionou para impedir as asneiras e impede agora que se resolva com os remédios conhecidos, a Irlanda e a Grécia que o digam.

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