quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Há que tempos que andava para falar sobre isto

e eis que tropeço no artigo do Rui Ramos, aqui pirateado. Com um bocadinho menos de floreados na escrita, o meu entender é bastante igual ao do Rui Ramos. Existe uma elite que se julga dona e senhora do país, existe uma multidão de gente que faz pela vida como pode, umas vezes bem, outras mal, outras assim-assim.

A divisão não é de agora, pese o meu limitado conhecimento da história. Antigamente, a elite era a nobreza proprietária de terras, foi durante algum tempo os barões da indústria no século XIX, e durante a maior parte do século XX os senhores doutores de Coimbra e outras paragens. A multidão de bestas de carga era em qualquer período, todo o resto do país.

Com a democracia, a organização manteve-se mas fico com a ideia que a elite se sente livre para fazer o que lhe dá na real gana porque, a intervalos mais ou menos regulares, são "legitimados" por eleições. Não que a elite d'antigamente fosse melhor ou pior. A diferença parece-me que no passado, a elite era obrigada a mostrar a cara limpa em público, mesmo que em privado limpasse o cú com pinhas e carolos de milho como todos os demais mortais. Não é muito, mas parece-me que é bastante mais do que temos hoje. Temos "legitimidade eleitoral", temos "liberdade de impressa", temos "Abril", formas mais modernaças de dizer républica das bananas.

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