quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Estou farto

não da república, mas dos seus oficiais. O Maradona, não vale a pena linkar o bicho apaga o blog regularmente, respondeu muito bem a este post que todos os sistemas políticos têm os seus defeitos e virtudes. Faltou concluir que dos efeitos perniciosos dos primeiros e benéficos dos segundos depende muito dos mamíferos que calham ocupar a cadeira do poder no instante.

Não me choca o lamento do deputado contra um corte de 5% no salário, mas a completa falta de responsabilidade e sentido de dever que tem vindo a caracterizar quem tem o ceptro nesta 3ª encarnação da república. Sou obrigado a concordar com o Chesterton quando defende que a coroa só deve ser colocada na cabeça de quem está convicto não estar à altura das responsabilidades, ao invés de ser democraticamente oferecida a que se ilude com afirmações de certeza sobre o caminho para a salvação nacional.

Gosto muito deste Portugal Novo de que fala o Filipe: simples, sem pretensões e envergonhado. Neste novo Portugal não existem espaços políticos, apenas interesses devidamente hierarquizados tal qual uma sociedade feudal. Não teríamos telemóveis de última geração, mas almoços de domingo à sombra da parreira. Só que tal como o homónimo Estado Novo, está destinado a acabar. Existe algo na natureza humana, ou na alma lusa não sei, que é permanente fonte de inquietação e torna inviável qualquer tentiva para manter um estado das coisas em equilíbrio. O Portugal Novo é algo que eu aprecio bastante, enquanto estiver no seu cantinho utópico onde nasceu. No país endividado do século XXI, espero que quando o barco se afundar (os ratos já andam em fuga à muito mas são tantos) a coisa vá tranquila e sem fazer muito estrilho. Precisamos de novos começos calmos e lentos, nada de barulho e confusão.

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