quinta-feira, 15 de abril de 2010

Com efeito, nós não andamos aqui a fazer nada

A última vez que falei sobre este assunto (qual assunto?), passavam sobreiros vertiginosos na janela direita do automóvel e suspiros de nuvens corriam a caminho do paraíso meridional da costa de África. Não é fácil coordenar a condução de um veículo motorizado com a articulação de conceitos tais como «mediatização», «criatividade artística», «registo individual», «campo semântico», «caminho próprio», «luta pela sobrevivência», «auto-exigência», «espectativa de silêncio», selecção natural do mercado literário»; isto entre dúvidas sobre qual o melhor itinerário (numa perspectiva de esscassez temporal) entre o Feijó e Aljezur, uma vez que a partir de Grândola a questão se torna (ou torna-se) particularmente embaraçosa. As declarações de Filipa Martins, em torno do seu espiralado Livro, confirmam o meu gosto em rebolar na lama da irrelevância e em insistir na audição da canalha. Já sei que estou neste momento transformado num holofote que empresta brilho falso a um títere feito de cinza e plástico de baixa qualidade. Mas que querem? Humano, demasiado humano.

1 comentário:

José Alves disse...

Mas olha que apesar de tudo, ela é gira oh alf. Acho q compensa. :D Cautela!!!