sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Ui o véu da noiva

Embora isto possa parecer um número retirado do meu larguíssimo chapéu versado na prostituição intelectual, quero aqui expressar uma certa solidariedade estética para com o comentador Carlos Abreu Amorim. Mesmo que influenciado pecaminosamente por leituras estruturalmente encalhadas nas praias inquinadas do cepticismo político - do tipo (segurança) agora somos todos tendencialmente bestas selvagens prontos a desfazer com os dentes as crias indefesas dos nossos semelhantes com oscilação para (assuntos de carga fiscal) agora somos todos burros amestrados com necessidade de rápido alívio para enfim chegarmos aos baldes de ração do desenvolvimento económico - os seus textos diferem em correcção gramatical e originalidade expressiva, ou como diriam os românticos ingleses, têm estilo. É verdade que as suas oscilações político-futebolísticas são um problema recorrente em indivíduos que cursaram Direito, e por isso pouco preparados para a consideração dos problemas da coerência e a patologia atinge especial relevância em estilistas do português vernáculo como Carlos Abreu Amorim. Em todo o caso, é justo reconhecer que é dos poucos indivíduos que, como Garrett, é capaz das piores porcarias menos de uma frase mal escrita, característica cada vez mais rara em indivíduos com pretensões discursivas ao nível dos meios de comunicação audio-visual e que me vejo obrigado a aplaudir, inclinando a cabeça e levantando a dobra da minha casaca. Veja-se isto a título de exemplo. Na questão do activismo artístico homossexual devo secundar as posições da direita-de-recorte-inglês quanto ao carácter deprimente da rábula parabólica que consistiu na simulação de um casamento em contornos católico-deprimentes de insidência estética burguesa, isto em plenas escadas do antigo Convento da Ordem de S. Bento.

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