sábado, 9 de janeiro de 2010

Se vocês fossem todos tão clarividentes como o Michael Seufert seria evidente que este post não é sobre o casamento gay

O simples facto de o Insurgente contar entre as suas fileiras com um bloguer registado na República com o nome de Bruno Alves merece desde já o nosso repúdio porque nos transporta para ambientes de insenso e meditação zen impedindo uma vivaz troca de argumentos. O André Azevedo Alves, uma pessoa de certo brazonada, com vetustos pergaminhos e ancestrais adestrados no venerando instituto do matrimónio, considera que o Sport Lisboa e Benfica foi ajudado pelo árbitro contra o Nacional da Madeira. Rodrigo Adão da Fonseca acha que existe uma dificuldade congénita na "nossa esquerda" em não reconhecer a justa propriedade de "César" em matérias de etc e tal. Já o Rui Carmo procura endireitar uma quase-ironia, tão torta como uma vinha seca nas encostas pedregosas do Douro, acerca do escandaloso subsídio dado pela direcção-geral das artes (cerca de 2,4 milhões de euros) a um bando de malandros mais insidiosos que uma matilha de cães negros tossindo pelas ruas ao frio do inverno. A Elisabete Joaquim ataca com as suas frases de cetim chinês os que defendem a "lógica estadista" defendendo o casamento enquanto «união que goza de reconhecimento social, pelo simbolismo que acarreta, como fonte estruturante da unidade familiar que compõe as comunidades e, consequentemente, a sociedade.» O que quererá isto dizer? A situação é deveras complexa. Como não tenho tempo de explicar à Elisabete Joaquim que existe todo um mundo de "unidades estruturantes", que ela julga como naturalidades edénicas, mas que foram forjadas a ferro e fogo pela "lógica estadista", das quais, aliás, ela amplamente beneficia, opto por fazer notar como nestes blogues se acotovelam filhos famílias (e aqui me inclino respeitosamente enquanto vou já preparar o cavalo de vossa senhoria) cujos apelidos despertam em nós um pequeno adejar de asas perturbantes na grande abóboda da nossa sã consciência cívica. Estes gajos frequentam-se todos? Ou já brincavam juntos, ainda de bibe, bolsando nos cantos da Assembleia da República, enquanto os pais aprovavam no emi-ciclo coisas completamente naturais como a estrutura fiscal bancária ou a privatização da gestão das auto-estradas, esse mercado altamente concorrencial?

Sem comentários: