terça-feira, 20 de outubro de 2009

O complexo do pastor coxo em ovelhas com síndrome de desorientação: algumas consequências nos ritmos de perseguição e soluções para o tresmalhe

A desqualificação da voz de Saramago como autor que seria portador de uma «ignorância confrangedora» em assuntos bíblicos apenas coloca a questão onde nós há muito tempo já a sabiamos colocada, a saber: 1) quando fala um Bispo trata-se de um problema profissional, altamente especializado, onde o diálogo resvala quase sempre para a novena de monsenhor Joaquim Alves Brás, como traduziria uma mente humilde, a fim de alcançarmos algo que nas palavras um pouco mais eruditas de Bento XVI se podia qualificar como o «estar coração a coração com Ele, tal como exige a participação na oferenda sacramental da Eucaristia e a obediência docil à Igreja», que é a outra forma de dizer pastor de ovelhas, características que pertencem, como é bom de ver, à índole relacional do presbítero, o que lhe permite pertencer a Cristo numa «existência ontologicamente configurada com Cristo», seja ele Bispo ou padre diocesano e mandar em indivíduos a quem a educação torcida e o medo cortaram a cabeça; 2) a questão da legitimidade do discurso é tão ancestral que me rangem as articulações e latejam as fontes só de execer um esfroço retrospectivo de tal envergadura que estou neste momento em espiral infinita, rodopiando de braços e pernas abertos pelo espaço sideral tendo já ultrapassado BucK Rogers, que vai em andamento bastante mais moderado, depois de se ter perdido da sua nave; 3) o direito de cidade, no que toca ao discurso, sobre qualquer matéria que seja, da auto-ajuda à desmontagem de G-3, não se encontra regulado por uma pretensa exigência de sabedoria em si. A sabedoria é uma mulher que ama os guerreiros, lembrei-me agora de um filósofo alemão que clamava que para o padre, só a casa de correcção. Isabel Stilwell acaba de publicar um calhamaço de 400 páginas sobre a rainha de Inglaterra, sendo que se minha excelência, isto é, EU, submetesse à editora Esfera dos Livros um ospúculo de 10 páginas sobre secretários de estado no reino de Portugal, nos séculos XVI-XVII, assunto em que me considero um razoável especialista, ainda por cima confirmado por instituição pública de reconhecido mérito, levava, no máximo, com um martelo de S. João na cabeça, pelo que a razão de tal diferença não encontra na confrangedora ignorância biblíca de ninguém mas no singelo facto de eu me chamar Costa e a referida autora se chamar Stilwell; 4)deve ser consultado, em qualquer circunstância, o mister Jorge Jesus a fim de formar opinião mais qualificada em assuntos de índole espiritual, isto porque, como afirma Luís Figo, o Benfica a ganhar mexe com o país, como talvez não mexam as aparições de fátima, ainda que, aqui e ali, se sintam a cada 13 de Maio algumas cócegas no flanco da pátria.

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