segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Isaltino, Isaltino, Isaltino

Ontem, cerca das vinte horas e trinta e dois minutos, preparava eu um vómito convicto de uma sandes de mozarela com rucla selvagem, comprada no pingo doce de uma estação ferroviária, vómito que se revelaria fruto de uma caminhada ao sol de inverno, entre Santa Apolónia e o convento do Beato, a fim de frequentar uma suposta feira do livro antigo, lugar detentor da mais alta taxa de betos e cagões por metro quadrado, onde uma biografia de Eça de Queiróz - da pena de João Gaspar Simões, donde pendia um papelito com nota manuscrita cujo conteúdo era, e passo a citar, da biblioteca de Afonso Praça, o que supostamente justificaria os duzentos euros que pediam por um livro que vale qualquer coisita apenas por versar sobre um tipo genial que passou a vida a encavar os Afonsos Praças e tipos que organizam e frequentam os salões do livro antigo -, quando, dizia, eu, a biografia do consul de Portugal em Paris me chamou a atenção para o facto de isto, Oeiras, ser um lugar onde, com toda a naturalidade, um indivíduo chamado Paulo Vistas poder fazer um discurso ridículo, transmitido num canal de televisão, sem que desabe sobre o mesmo Concelho - onde, supostamente, Vistas secunda um ladrão de baixa categoria -, uma revolução de punhos serrados e alfaias agrícolas, e isto sem sequer ser necessário mencionar que, na verdade, temos todos o que merecemos, eu o justo vómito, e os oeirenses mais quatro anos de espectacular progresso e prosperidade.

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