quarta-feira, 29 de julho de 2009

Viver em cavernas. É de facto o que apetece

Esta noticia do Publico é notável. Primeiro pelo grande nível da escrita descritiva do caso. Segundo pelo teor de importância da noticia. Terceiro pelos comentário caceteiros a tudo o que está mal e que nada tem a ver com a noticia. E finalmente porque pode-se viver nas cavernas nos dias de hoje mas saber na mesma como vai o grande Benfica.

A Polícia Judiciária de Braga desencadeou hoje uma operação que resultou na detenção de um homem, com 54 anos de idade, que se tinha evadido da cadeia em 1993. Na altura da fuga, tinha já cumprido cerca de dois anos e meio de uma pena de dez anos de prisão por homicídio de uma vizinha devido a desavenças entre ambos. Nos últimos 16 anos, o fugitivo acoitou-se em grutas ou cavernas por si escavadas nos montes, próximo da sua residência, na zona de Vieira do Minho, e contava com o apoio de familiares e outras pessoas que lhe forneciam alimentos.

A investigação que levou à sua detenção e entrega no Estabelecimento Prisional de Braga começou há cerca de dois anos, quando a PJ de Braga recebeu informações fidedignas de que o foragido poderia esconder-se nos montes à volta da sua residência. No decorrer das investigações, os elementos da PJ enfrentaram um meio que “não sendo hostil, também não era favorável”. Ou seja: muitos teriam conhecimento do caso, mas, quando interrogados, todos garantiam não saber de nada.

Na manhã de hoje, e depois de muitas caminhadas e vigilância, foi desencadeada uma operação que a PJ baptizou de “Cro-Magnon”. Envolveu 12 agentes que tiveram de se deslocar a pé, visto que o local onde se encontrava o fugitivo não era acessível com veículos motorizados.

O detido encontrava-se na posse de uma arma de fogo, mas, apesar de ter reagido violentamente à detenção, não efectuou disparos. Vivia “em condições minimalistas”, segundo a expressão de um responsável da PJ, e tinha consigo pão e frutas. A sua aparência assemelhava-se à de um mendigo, com barba de vários dias.

Ultrapassado o nervosismo provocado pela detenção, o detido veio a revelar-se um grande conversador – “falava como um papagaio” -, sintoma do grande isolamento em que vivia. A sua única “companhia” era um rádio que lhe permitiu ter conhecimento, por exemplo, das últimas eleições no Benfica. Na Polícia Judiciária de Braga não há memória de um caso sequer parecido.

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