quinta-feira, 23 de julho de 2009

O "freelancismo" e o cinema de Mikio Naruse: algumas relações de causa-efeito

Anabela Mota Ribeiro não é como nós: trabalha com independência e tem a sorte de ter cinco trabalhos. Na suas palavras: É que eu sou freelance e, como se dizia na minha terra, quem não trabuca não manduca. Se não trabalhar as 12 horas que trabalho por dia, se não tiver os cinco trabalhos que neste momento tenho a sorte de ter, acaba-se a boa vida. Por outro lado, deve reconhecer-se o facto de a sua estatura intelectual, nem por sombras, nem pelos sagrados bigodes de António Veloso no momento de marcar o penalty, não poder ser comparada à nossa, nós, aqueles que, não sendo pessoas fantásticas, independentes e com um profundo gosto pelas relações pessoais e dinâmicas familiares, merecem o mais profundo desprezo da princesa dos cartazes culturais. Política? Vejamos o que nos responde Anabela, enquanto trincamos a sandes de ovo e prosseguimos o visionamento das obras completas de Jean-Claude Van Dame: Voto e tenho consciência política, mas guardo-a para mim. Do que eu gosto mesmo de falar é de cinema, e de relações pessoais, e do que são as famílias e a sua dinâmica. Para saber do que eu gosto, é preciso ver o filme "O Segredo de um Couscous" do Kechiche ou todo o cinema do japonês Mikio Naruse.

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