domingo, 31 de maio de 2009
Em directo do Porto com o nosso enviado especial
Um turista pergunta-me o que se passa. Não compreende o porque de tanto barulho. Explico-lhe que o Porto ganhou. E isso para este pessoal é tudo. Pinto da Costa olé.
E ao sétimo dia, cansados, os liberais decobriram a planificação da economia
Garantia de Presidente
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Nós, europeus, não fazemos a mais pequena ideia do que andamos a fazer
Deflação?
Atingindo o ponto zero surge no horizonte a possibilidade de deflação, a diminuição relativamente longa do nível geral de preços numa zona económica. Isto, significa, que a moeda em circulação ganha valor relativamente às mercadorias, serviços e moedas estrangeiras. O que pode parecer um bom sinal para o comum dos mortais facilmente se percebe que não o é devido à possibilidade do excessivo endividamento das famílias e empresas, pois esta descida dos preços tem, paradoxalmente, repercussões negativas nos consumidores: qualquer pessoa que tenha dívidas (empréstimo imobiliário), verá o valor das mesmas aumentar, sendo que segundo o Millennium Investment Banking, acentuam-se "os receios com a possibilidade de se assistir a um cenário deflacionista no futuro próximo". Estes receios dão mais força à expectativa de cortes adicionais da taxa de juro de referência do Banco Central Europeu. Até porque "a contracção do crédito às famílias e às empresas favorecem a materialização deste cenário", remata a instituição.
- A deflação que ocorreu na Europa no final do século XIX: este período acompanhou-se de um forte crescimento económico, graças aos saltos tecnológicos da energia eléctrica e dos transportes motorizados.
- A deflação que ocorreu depois do crash bolsista de 1929: entre 1930 e 1933, os preços diminuíram 27% nos Estados-Unidos, com uma diminuição em 40% dos salários e um forte nível de desemprego.
- A deflação que ocorreu no Japão entre 1990 e 2000, ano onde a taxa directora do Banco do Japão atingiu o nível 0.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Um elogio à ignorância (dos portugueses)
Já pus de parte, por 10 minutos, as minhas diarreias intelectuais para melhorar os meus poemas. Vou parar por uns instantes. Até o Porto ganhar a Taça de Portugal, acho que vou entrar em estágio e só depois, de comemorar com o nosso homem da alheira de Mirandela, é que volto àqueles "Míseros textos prosaicos".
Mas é sobre o tal nosso amigo da alheira que venho aqui falar hoje. Primeiro deixa-me dizer-te que acho que não fica bem alheira com uma imperial. Penso que é indigesto. Prefiro pensar a imperial com tremoços.
Ontem lá no Instituto onde ando, passeavam por lá uns tipos de camisa lisa e bem parecidos a distribuir panfletos e a incentivar ao voto. Estes senhores eram da JSD. Entenda-se, caro leitor, que "J" não significa juventude, mas sim movimento de "imbecialização" (palavra tecnocrata que acabou de sair do meu saber) de jovens. Muitas vezes, estas imbecializações, são fruto da auto-flagelação pensativa dos próprios jovens - tipo católico, na missa de domingo ao meio dia, antes do cozido ou da sardinhada, que ao ouvir o saber do padre fica na mesma, mas que veste a "camisola" e inspirado brama ao seu próprio ser: VAMOS LÁ!!!!!
Entretanto, e depois de chamar os tipos de reaccionários - peço desculpa ao leitor pela insistência na palavra "tipo", mas não encontrei nenhum substantivo para personificar naquele "tipo" que andava a distribuir os panfletos - começo, eu que me preocupo com a minha vida, ali, à porta do pavilhão central, reluzindo aos olhos de Deus o nome do meu instituto (IST)- mais pelo sentido do saber escravizado ao mercado, do que ao próprio saber - inicio o meu ritual de vómito àquilo que parecia um programa eleitoral digno de tremoços e de 500 barris Sagres para o povo.
Uma das medidas era: Combater a crise com os fundos europeus.
Caro Alf, aqui é que se vê que o gajo deve ir mesmo à missa, e depois come o cozido. É que isto de pedir cheira-me a prática religiosa, não? Talvez esteja errado, neste ponto, da igreja, mas acho humilhante a demagogia do senhor em querer rebaixar-nos ao ponto de pedir esmolas.
Não é que sejamos ricos, ou que tenhamos petróleo em Sines, que possa pagar esta crise, mas não está certo.
Outra frase de apelo ao voto no PSD, e ainda mais engraçada (humor desta frase não atinge, por enquanto, os malucos do Riso, ou qualquer intervenção jornalística da TVI/Manuela Moura Guedes) é esta: "Famílias Portuguesas acima das famílias europeias - assina por baixo?"
Eu assinava, caro Alf, mas não isto. Preferia assinar um atestado em que metesse o tipo, a bater com a cabeça nas paredes, para pensar um pouco. Quando é que estes tipos percebem, que o pessoal deixou de ser menos estúpido, e sabe que eles representam única e exclusivamente, os seus próprios interesses - o tal poder que todos ambicionam?
E agora, para me despedir, quero apresentar ao caro leitor, a medida mais estruturante para Portugal na Europa. Aqui, e como os dois partidos do bloco central possuem o conhecimento (não daquele que porventura precisaríamos) da visão futura para o país juntaram-se e proclamaram aos céus: "Pai nosso, nós precisamos do TGV. É aqui que Portugal pode vencer". Comentários a isto, Alf? Acho que não se precisa.
Caro Alf, finalmente parto. Porém parto com o teu lema, aqueles que enunciaste dum tal romano, aqui no blogue, de que sagradas são as armas, quando só nelas reside a esperança.
Eu, bem sei que querias mudar isto pelo saber, mas como gosto do lado bélico da coisa, prefiro as armas - são mais eficientes (desculpa este meu desabafo abjecto de reflexão).
Porém espero, que quando encontrar-mos o tal senhor, aqui por Oeiras, talvez ele nos possa oferecer uns tremoços e umas imperiais, antes das canetas, e tu ensinares-lhe alguma coisa - Eu não porque não sei o suficiente para o ensinar (risos).
Já é tarde, mas antes de ir deixo aqui apenas um texto dum senhor que descobri, graças a ti, caro Alf, que ilustra bem o que às vezes sentimos (impotência) por (ainda) não conseguirmos mudar isto:
Daniel Faria
"Para que visses"
«Para que visses
Tão sinuosos como o interior dos búzios
E o dispensar assustado dos cardumes
Os olhos já não estão
Nem eles próprios nem outros
A florir»
Haverá algo mais a dizer?
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Scientia sexualis e João César das Neves: uma introdução, duas afirmações e uma recomendação sobre boas práticas
Isto realmente há com cada uma...
Categorizem-me como quiserem mas é caso para dizer que algo está mal, muito mal mesmo cá no nosso burgo.
Enfim, soube deste facto aqui e acreditem mesmo que é chocante.
Panem et circenses minha gente, Panem et circenses.
Marinho Pinto
Um ano depois de uma campanha eleitoral marcada por opiniões reveladoras de um corporativismo exacerbado, Marinho Pinto começa a revelar-se um bom bastonário.
Em todas as estruturas organizadas, os líderes devem ter capacidade e coragem para criticar os seus pares. Marinho Pinto sempre revelara estas qualidades e agora começa a intervir nas áreas e com o tom que mais o favorecem. Não parece ser um jurista brilhante e preocupado com soluções de fundo para a justiça, mas tem características muito positivas para um líder de uma ordem profissional, em especial no mundo dos advogados.
Utiliza uma linguagem que as pessoas compreendem, intervém publicamente sobre temas relevantes, tem um discurso directo e honesto (tendo como referência as suas ideias) e não tem problema em criticar os actos de todos aqueles que entende serem merecedores de censura, incluindo os próprios advogados.
É muito importante ouvir o bastonário da Ordem dos Advogados dizer que há advogados que estão envolvidos na prática de crimes. A novidade não é o conteúdo da mensagem, que é de conhecimento geral, mas a sua discussão pública.
Os jornalistas têm um papel muito importante (talvez decisivo) na luta pela actuação responsável e ética dos nossos líderes (por exemplo, no processo Apito Dourado, o seu silêncio concertado foi comprometedor). Manuela Moura Guedes é o exemplo de um jornalista que, tal como aqueles advogados a que Marinho Pinto se refere, não pode continuar a exercer a profissão que exerce.
terça-feira, 26 de maio de 2009
Prémio Carreira
Isto é tão estúpido
Isto é tão ingénuo
«Margarida, olha o que o teu pai trás ao pescoço»
Apetece-me maçar um pouco este auditório que, diga-se em passagem, está claramente num momento de crescimento multiplicador
Embora não seja um crítico do neo-liberalismo, mas sim um sebento adepto das mais ignóbeis porcarias menos de uma frase mal escrita, gostaria, se me é permitido, de tentar uma singela resposta, entre os tiros certeiros de Henrique Raposo e a perseguição dos galgos caçadores pelos prados do Grande Parque, que ladeia o Tamisa, de Sua Magestade a Rainha de Inglaterra: 1) a táctica de lançar o roto contra o nu é ainda mais antiga do que a dança da fogueira nos recônditos confortos, forrados a pele, de uma longínqua caverna - o facto das montanhas Chinesas, dos deltas Indianos, das cordilheiras da América do Sul ou das savanas Africanas, participarem na riqueza circulante não me causa qualquer espécie. Aliás, utilizando um típico argumento liberal, não são esses pobres que clamam contra o Estado social. O problema, no que diz respeito à famigerada «sustentabilidade» dos andaimes sociais, está, como sempre esteve, no problema da repartição; 2) Uma grosseira simplificação é precisamente o cansadíssimo argumento que relaciona a crise actual com o crescimento económico da Cinha, da Índia ou da América Latina, uma vez que a frequência de um qualquer centro comercial chegaria para entender a enorme complexidade do conceito de riqueza. Contudo, devemos chegar a um entendimento, pelo menos num aspecto: não se pode aplaudir a emergência dos camponeses chineses e indianos – supostamente esvaziando os bolsos das opulentas sociedades ocidentais e escavacando o modelo social europeu – para logo insultar, entre tiro de caçadeira, e uivos liberais, as aspirações dos pobres do primeiro mundo. Quem tanto fala de globalização, teima em não perceber que a circulação do capital há muito estilhaçou as fronteiras geográficas. Assim como também não será necessário sublinhar que a crítica ao modelo social europeu convive com o comércio de luxo - desde a Ferrari, passando pela Lacoste, até à Rolex – sem que se questione, por um segundo, quais os custos para o Estado – e para o contribuinte - deste comércio multiplicador de riqueza. Quanto custa ao Estado policiar uma loja da Cartier, na Baixa Chiado, que produz postos de trabalho insignificantes? Quanto fica em impostos? Quem consegue provar, nos termos da ciência económica, o custo/benefício real, numa economia global, dos benefícios fiscais concedidos a empresas que actuam segundo princípios de maximização do lucro? O que os caçadores de esquerdistas teimam em não perceber é o facto do liberalismo se basear numa dose assinalável de fé religiosa, em princípios que vão ruindo com a mesma simplicidade ingénua do socialismo soviético. Este é talvez o maior mito liberal que urge desmontar: a ideia de que existem despesas públicas e privadas, como se a economia não fosse um problema de circulação, sendo que as públicas devem ser reduzidas (elas significam uma tendência democratizante que um liberal não pode suportar) e as privadas são sempre multiplicadoras de riqueza (ignorando os custos de transacção decorrentes do desequilíbrio social que resulta da “livre” iniciativa, outro aspecto icontornável que um liberal não pode engolir sem muita agitação intestinal). O problema do Estado Social é, como todos os problemas em economia, uma questão de valor, não uma questão de orçamento.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Serviço público
Fiz algumas pesquisas sobre os nossos deputados e chegamos a resultados muito interessantes:
Ilda FIGUEIREDO é quem perguntou mais, falou mais, apesar de não ter estado sempre presente. Fiquei surpreendido com José RIBEIRO E CASTRO. Ana Maria GOMES é umas das melhores no PS. Mau, mau é mesmo o PSD. O pior registo vai para eurodeputada Maria da Assunção ESTEVES que além de não ter produzido lá muito trabalho, tem tempo para um site muito bonito. Só falta flores e uma musiquinha de fundo.
Aconselho a visita ao voteWatch e a perda de tempo com a pesquisa. É fundamental perceber quem de facto trabalha por Portugal e não por interesse próprio.
Olha para a minha garagem e diz-me quem sou
domingo, 24 de maio de 2009
De como nem sempre um coitadinho suburbano pode receber subsídios, perdão, convites para escrever crónicas no Expresso
Aquilo que está em causa na Bela Vista é a eficácia das políticas sociais, sobretudo do Rendimento Social de Inserção (RSI). Nas Belas Vistas e nas Quintas das Fontes, a solução não passa por mais polícia, mas sim por menos subsídios.
(note-se o uso plural que lança, com olho de lince, a generalização, essa mãe coragem da ciência política)
As pessoas acomodam-se ao RSI. Nestes bairros, os filhos comportam-se como vândalos, porque os pais são tratados como crianças pelo Estado. Se calhar, já vai sendo tempo de tratar estas pessoas como adultos. Estas pessoas têm de ser tratadas como cidadãos, e não como cidadãos-crianças. Enquanto tiverem uma mesada assegurada (RSI), estas pessoas precisarão sempre de uma babysitter permanente (polícia em cada rua). Por outras palavras, é preciso acabar com a lógica do 'coitadinho'. O percurso dos 'coitadinhos' que vandalizam as Belas Vistas e as Quintas das Fontes é sempre o mesmo. Na escola, o 'coitadinho' bate na professora, mas como é 'coitadinho' nada lhe acontece. Na rua, o 'coitadinho' rouba uma criança 'não-coitadinha', mas como é um 'coitadinho-menor' fica impune. Quando chega a casa, o 'coitadinho-filho' repara que o 'coitadinho-pai' não paga a renda, a luz e a água. Ainda por cima, o 'coitadinho-filho' vê que este comportamento compensa, dado que o 'coitadinho-pai' continua a receber o cheque mensal do RSI. Ora, se as diversas faces do Estado (escola, polícia, município, segurança social, etc.), tratam estas pessoas como crianças durante o dia, então elas vão agir como crianças durante a noite: daí a destruição dos carros dos vizinhos, daí a queima de caixotes do lixo, daí os ataques a bombeiros e polícias - os desportos noctívagos dos cidadãos-crianças.
O Estado trata os pais como crianças. Nem mais. O que faz o português médio com as suas crianças? Atira-lhes, de acordo com um critério de alguma sistematicidade, com o seguinte repto: ou te portas bem - trabalhando nas obra da nova ponte, no serviço de caixa do doutorado honoris causa, ou na linha de montagem da auto-europa, sábados incluído - ou retiro-te o subsídio em gomas. O modelo de actuação infantil, protegido pelo Estado e denunciado por Henrique Raposo, toca no cerne da questão (toca de tal maneira que não podemos deixar de sentir um certo desconforto ao nível do baixo ventre). Se não, vejamos: normalmente, as crianças vestem-se, apressadamente, durante a noite e vão destruir os carros das crianças vizinhas, queimar caixotes de lixo dos seus amigos, atacar bombeiros e polícias lançado as suas xuxas embebidas em alcool etílico sonegado do armário da casa de banho dos país. Acresce a esta identificação da adolescência eterna das cinturas suburbanas, uma utilização prodigiosa do conceito «coitadinho». Esta é uma analítica que colhe ainda mais. Colhe porque toca no problema central da vida portuguesa com uma tal suavidade que nem José Gil, calçado com luvas de seda, atingiria tal efeito de docilidade interpretativa. Com origem na palavra coito, o coitado é aquele que sofre passivamente o coito várias vezes. O coitadinho, além disso, sofre também pelo facto da sua posição ser ainda mais inferior pela diminuição da sua dignidade. Se o Estado não o aperta bem contra a parede - no mais claro credo liberal - continuará a ser um coitadinho infantil. Contudo, perdi-me. Raposo, um liberal melancólico, encontra na origem de todos os problemas o Estado, esse monstro ignóbil. E tudo se clarifica, pela mão clarividente de Henrique Raposo. Não queremos menos Estado: queremos um Estado que aperte com eles. Com efeito, Raposo é imparável na sua capacidade de desmontar complexos problemas sociais. Mas há mais! Raposo prossegue sem baixar o nível de rigor e perícia intelectual:
A causa deste vandalismo não é a pobreza per se. (repare na utilização da expressão latina a recordar, e bem, o leitor de que quem lhe fala não é um cidadão-criança mas um erudito ancião) O 'pobre' não é um vândalo em potência. A causa desta barbárie suburbana é a falta de uma cultura de responsabilidade.
Ora aqui está.
A identidade destes jovens suportados pelo RSI constrói-se em redor do desprezo pelo trabalho.
E mais uma vez o liberalismo português, larga as amarras pesadas dos manuais da ciência económica, os estudos e as estatísticas, e larga pelo céu do virtude, desembocando num cântico às virtudes do trabalho ao som de botas de cano marchando em grandes paradas militares.
Aquele que trabalha das 9 às 5 só pode ser um 'otário', aos olhos destes gazeteiros. Aliás, "trabalho é p'ra totós" é o slogan que sustenta a identidade dos gangues suburbanos.
Slogan que o elogio da derrota, confessadamente, subscreve por inteiro. Trabalho das nove às cinco? Ainda se fosse das 10 às 4, vá lá. Ou pelo menos das nove às cinco mas com intervalo para almoço executivo no Gambrinos, seguido de uma viagem à República Dominicana (ou à Turquia) para firmar um negócio manhoso participado por duas empresas de componentes para calculadoras e uma de distribuição de apoios para rolos de papel higiénico.
Os 'piores' vêm sempre de famílias encostadas ao subsídio. Lamento, mas é assim. Não me odeiem por eu dizer isto. Odeiem a realidade, porque eu estou apenas a apontar para um facto. Não acreditam? Então experimentem fazer antropologia suburbana durante quinze dias.
Por nós, preferimos fazer antropologia urbana em redacções de jornais de referência e gabinetes de investigação na área da ciência política: são pacíficos, adultos, responsáveis, não consomem verbas ao Estado, fazem bem ao espírito e tornam esta maçadora e perigosa vida numa tranquila viagem (sem custos), pelas maravilhas raras do exotismo indígena português.
Nós, Europeus, escrevemos muitas vezes no Google a palavra «Mulheres», «Benfica», «Resultados do Euromilhões», «restaurantes», «paraísos de sonho»
Ou, por outras palavras, soube organizar a moscambilha com uma limpeza cristalina
Perguntará o caro leitor o significado destas linhas. Em primeiro lugar, a importância da estrutura. Em segundo lugar, a importância de se não fazer a mais pequena ideia sobre a elaboração de conceitos para se poder ser cronista desportivo. Em terceiro lugar, o fascínio perante a articulação entre contexto sociais históricos específicos e idiossincracias de origem que se desvanecem. O que sobra desta analítica breve? A tremenda eficácia dos cursos de expressão escrita orientados por Manuel Machado em toda a faixa litoral entre Espinho e Vila do Conde.
«Nada se perde por mais que aconteça/ uma vez que já tudo se perdeu»
sábado, 23 de maio de 2009
Economia de Mercado 0 Marinho Pinto 1
António Veloso e história do cinema: problemas e interpretações
O Fim do Mundo aqui tão perto
São portugueses, coitadinhos
A ultrapassagem de Marx
Crise de consciência e modernidade tardia
sexta-feira, 22 de maio de 2009
É preciso ter lata
“Quando há tanta gente a querer qualquer emprego, as pessoas não querem trabalhar ao sábado, não aceitam o princípio do número de horas anual. E depois não há como decidir este tipo de questões em Portugal. Porque se a administração da Volkswagen decidir fechar, fecha amanhã e depois logo se vê”, rematou o empresário.
Belmiro parece querer justificar que tudo é possível simplesmente porque estamos em crise. Já não limites. belmiro está é mal habituado com os trabalhadores da Sonae que não podem reclamar as suas condições.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Tempo de Novas Oportunidades
Foram só 40 miutos. Mas claros.
E de que falam os políticos (?) portugueses "com responsabilidade"? De nada, nem do passado - obviamente não podem - nem do presente, nem do futuro, porque não fazem ideia do que isso seja, ou melhor, talvez continue a acreditar nos milagres de um mercado que se auto-regula.
É tempo assim, aqui assim, de NOVAS OPORTUNIDADES, as quais não sei, mas desconfio, lá para o fim do verão.
Quando, finalmente, as imagens e o tempo deixam de passar
«Só se chorando, mas já assentámos que não.»
O turismo de negócios é um dos principais incentivadores à construção de novos equipamentos na região, o que se deve à presença de grandes empresas multinacionais nos centros empresariais de Oeiras. Como tal, vai ser também construído um novo centro de congressos com maior capacidade na Quinta da Fonte, que será uma parceria público-privada. Perto do Tagus Park, mais concretamente em Porto Salvo, está a ser construído o Porto Salvo Golfe, cuja gestão será do Espírito Santo Turismo. Neste local vai ser construída também uma unidade hoteleira de três ou quatro estrelas.
Na zona ribeirinha de Oeiras, nas Fontainhas junto ao passeio marítimo que se encontra em fase de conclusão, vai ser construído também um hotel junto à praia. Mais à frente, perto da marginal, localiza-se o antigo Palácio dos Arcos, património municipal, que vai ser reconstruído, “para manter viva a sua memória”, sustenta Carlos Oliveira, e vai transformar-se num hotel de charme.
Explicação de uma insuficiência política que o desastrado autor destas linhas remata com uma referência ao poeta
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Derrota TV
A ética católica e o espírito do capitalismo
Eu, por acaso, prefiro de longe a ficção
É isto o maior ensaísta político da actualidade?
Nos EUA, está a ocorrer um babyboom. É só meninos por todo o lado. Explicação? Com os apagões provocados pelos ciclones, a malta ficou sem nada p'ra fazer. Vai daí, toca a fazer meninos. Sem electricidade, somos todos umas Cicciolinas em potência.
por Henrique Raposo às 09:58 no Clube das Repúblicas Mortas
O melhor do mundo não são as crianças, são os nossos poetas de ocasião
Ia mesmo agora comentar o caso da Professora de História mas lembrei-me que tenho uma aula de História para dar dentro de dez minutos
Em torno das alusões a orgias
A Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, que aparentemente não conhece bem o caso, não demorou a qualificar o comportamento da professora, dizendo não ser este corrente, normal e regra.
José Carvalhinho, personagem ímpar entre os seus pares, dispensa apresentações. Pensando melhor, talvez não as dispense para já! Trata-se do presidente da Associação de Pais daquela escola e, como é natural, aponta o dedo à professora, acusando-a de falar de sexo “em termos inapropriados”.
Os alunos defendem a professora, considerando-a espectacular, o que é deveras (e a palavra deveras não está aqui por acaso) suspeito, tendo em conta aquilo que consta da acusação. Parece que a professora terá sido vítima de alguns alunos, caindo na armadilha por estes montada, com recurso à arma mais poderosa do Mundo actual.
Nem uma palavra sobre o facto de um aluno ter gravado uma conversa na sala de aula, ter publicado essa conversa na Internet e contactado os jornalistas e estes, por sua vez, terem publicado a notícia e tornado públicas declarações que de público (e de interesse público) nada têm.
terça-feira, 19 de maio de 2009
Há quem diga que o futebol é isto mesmo
O futebol é tão mais simples
É tão triste e melancólico viver na era da ciência
Acabei de dar uma pequena entrevista ao Rádio Clube sobre a minha entrada no Twitter.about 6 hours ago from web
A todos bom dia. Obrigado por terem aderido a este novo canal de informação.about 10 hours ago from web
Amanhã entre as 17h30
A papa liberal é estranha
"O Henrique é um filho não pródigo da propriedade horizontal, o sonho de qualquer pequeno burguês dos anos setenta que, muito legitimamente, não entende por que é que não se há-de andar de casa em casa, a preços módicos mensais, com vista para o Tejo."
Depois de ler estas linhas, confesso que não conseguir comer mais daquela papa e fui ler o Record
Estamos verdadeiramente tramados
Em suma, o Fórum Portugal de Verdade será um espaço de compromisso do PSD com a verdade, com o país e com os portugueses.
As faixas gráficas do símbolo representam um caminho que combina a motivação laranja do partido com o verde da esperança de dias melhores para os portugueses. Um caminho que nos aponta para um único sentido: o da verdade.
O "V" da Vitória, que mais do que um gesto é um símbolo com história no PSD, conjugado com o V da Verdade transmite a ideia base da identidade do Fórum com a certeza de que só a verdade nos levará à vitória e que só a vitória do PSD levará o país a vencer os tempos difíceis que vivemos.
Este é o momento decisivo para que os portugueses, e também os partidos, demonstrem que há alternativas e que podem verdadeiramente ser alternativa. Alternativas de diagnóstico. Alternativas de políticas. Alternativas de soluções. Alternativas de protagonistas.
Chegou a hora da Verdade.
Se Portugal fosse um país a sério o Pacheco Pereira seria um lenhador da Letónia encarregue de fornecer a lenha ao Pai Natal
Sonata para dois pobres, em sol menor, seguida de aplauso em pé (durante pelo menos dois minutos)
O texto do momento
"Mas numa coisa Pacheco Pereira tem razão: deste e doutros pontos de vista, Portugal não é mesmo um país a sério. Se fosse, eu não teria de ter escrito este artigo."
Aviso à navegação
O Rio de Janeiro continua lindo
Um pouco de paz
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Talvez seja tempo de experimentar o machado (ou o martelo pneumático)
por Henrique Raposo às 15:17 (Clube das Repúblicas Mortas).
Há já algum tempo que venho alertando o caríssimo leitor para o rigor extremo na utilização de conceitos como «Estado», «Público», «Privado». Há, evidentemente, taxistas e costureiras que laboram neste erro. Contudo, eu tenho a solução! Se a todos os portugueses fosse concedido o privilégio, que digo eu, a satisfação devida de participar num curso de ciência política, seguido de um mestrado em Relações internacionais (incluindo estágio na Cova da Moura, seguido de experiência profissionalizante na redacção do Expresso) tudo seria mais claro. Como água cristalina a jorrar das profundezas do granito. Que estas coisas das relações e da ciência querem-se como a política (profundas e cristalinas).
Economia global
Recebi esta história por email:
Numa pequena vila em que nada de especial acontece, a crise sente-se. Toda a gente deve a toda a gente, carregada de dívidas. Subitamente, um rico turista entra no pequeno hotel local. Pede um quarto e coloca uma nota de 100€ sobre o balcão, pede uma chave do quarto e sobe ao 3º andar para inspeccionar o quarto que lhe indicaram, na condição de desistir se não lhe agradar. O dono do hotel pega na nota de 100€ e corre ao fornecedor de carne a quem deve 100€. O talhante pega no dinheiro e corre ao fornecedor de leitões a pagar 100€ que devia há algum tempo. Este por sua vez corre ao criador de gado que lhe vendera a carne que por sua vez corre a entregar os 100€ a uma prostituta que lhe cedera serviços a crédito. Esta recebe os 100€ e corre ao hotel a quem devia 100€ pela utilização casual de quartos à hora para atender clientes. Neste momento o turista desce à recepção e informa o dono do hotel que o quarto proposto não lhe agrada, pretende desistir e pede a devolução dos 100€. Recebe o dinheiro e sai. Não houve neste movimento de dinheiro qualquer lucro ou valor acrescido. Contudo, todos liquidaram as suas dívidas e agora a população desta vila já encara o futuro com optimismo.
No dia em que sabemos que isto e isto eram inevitáveis face aos últimos meses, depois de ler esta história já começo a ver o futuro com aparente optimismo