quinta-feira, 21 de maio de 2009

Tempo de Novas Oportunidades

Não é novidade alguma: a vida é feita de oportunidades. Depois há outras coisas: por um risco, na trave, por uma unha negra, quase; por uma sorte dos diabos, só me acontece a mim. Agora, conforme o anúncio televisivo, as oportunidades são únicas. Sobre o seu sucesso desconfio, mas aceito: pelo menos fazem correr primeiros e ministros aos domingos de manhã. Ora foi precisamente depois de um desses dias, nos quais vou correr, que por entre uma mudança de canais mais ou menos rápida tenho a oportunidade de assistir a uma conferência de Fernando Henrique Cardoso, o ex Presidente do Brasil. Não discuto aí opções ideológicas, fujo da política mais intima do Brasil e corro a instalar-me de facto em frente à TV. Diz Henrique Cardoso "que algo de novo tem que ser criado. E tem que ter alguma utopia para inventar o futuro". Assim, claro, sem engasgos nem bolo rei. É verdade que nega o futuro a Marx; mas vai mais longe, ao que interessa, à necessidade de reinventar o papel do Estado, o fazê-lo renascer do ataque neoliberal. Mas que Estado defende FHC? ." O Estado tem que ter um papel maior. Tem que ter. Mas que Estado? O Estado democrático. Se o Estado for totalitário, também não resolve. E esse Estado democrático hoje exige participação da sociedade, mecanismos de parceria, órgãos de Estado e não de governo." Fala, depois, nos porquês da necessidade de reescrever este Estado, numa frase, simples, sem rodeios: para fazer uma melhor redistribuição da riqueza.
Foram só 40 miutos. Mas claros.
E de que falam os políticos (?) portugueses "com responsabilidade"? De nada, nem do passado - obviamente não podem - nem do presente, nem do futuro, porque não fazem ideia do que isso seja, ou melhor, talvez continue a acreditar nos milagres de um mercado que se auto-regula.
É tempo assim, aqui assim, de NOVAS OPORTUNIDADES, as quais não sei, mas desconfio, lá para o fim do verão.


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