O que espanta no recente confronto entre uma Máscara do Carnaval de Torres Vedras e o Bastonário da Ordem dos Advogados é o facto de não ter acontecido mais cedo. Não há dúvida de que a competição gera eficiência. Se não, veja-se a ascensão meteórica da qualidade jornalística da televisão portuguesa depois da abertura do sinal ao investimento privado. O recrutamento dos quadros das novas televisões teve a seriedade de uma debulha de milho no Verão beirão: aqui vai feijão e quem agarrar primeiro é que vai dançar o baile com a moça mais jeitosa da aldeia. Posta esta analítica rural dos colaboradores do espaço mediático - Ana Lourenço deve ser a mais bonita nulidade jornalística a sul do Danúbio -, deve ainda salientar-se o comprado assentimento dos Portugueses: movidos a telenovela - cujo mote é invariavelmente um conjunto de gemidos disfarçados de canção, atribuídos a Paulo Gonzo - e a futebol - onde pontificam os comentários escatológicos de Rui Santos (oráculo do Senhor) - os telejornais lá vão produzindo candidatos ao poder ou oposição inflamada, conforme sopra o vento no milharal (ou a espiga tem bicho ou vamos dançar ao arraial).
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