O que espante nos dias que correm não é o facto de existerem indivíduos deslocados. Sempre os houve. Não é sequer a crítica da modernidade: dizemos sempre que hoje se verifica isto como se ontem não se tivesse verificado aquilo. Em qualquer dos casos, o que espanta é a forma como ainda nos conseguimos supreender com o facto de vivermos rodeados por medíocres. É que nós ainda não compreedemos inteiramente como fazemos parte dessa mediocridade geral. Ainda não vislumbrámos, com o rigor e a calma devida, a limitação medíocre que nos corre nas veias. O que espanta mesmo é como alguma vez tenha sido possível acreditar que fossemos mais do que o mundo confuso que nos rodeia.
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