sexta-feira, 31 de julho de 2009
Isto sim seria mudança!
"The hardest thing, Matt, in life is to face reality. When you grow up being educated by myths."
Fim de Julho
Um senhor. E mais nada é preciso dizer.
Em jeito de homenagem umas das suas piores derrotas aqui ao lado. A meia final de 1990 frente à Alemanha Ocidental.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
E já que falamos em cavernas e buracos fundos
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Viver em cavernas. É de facto o que apetece
A Polícia Judiciária de Braga desencadeou hoje uma operação que resultou na detenção de um homem, com 54 anos de idade, que se tinha evadido da cadeia em 1993. Na altura da fuga, tinha já cumprido cerca de dois anos e meio de uma pena de dez anos de prisão por homicídio de uma vizinha devido a desavenças entre ambos. Nos últimos 16 anos, o fugitivo acoitou-se em grutas ou cavernas por si escavadas nos montes, próximo da sua residência, na zona de Vieira do Minho, e contava com o apoio de familiares e outras pessoas que lhe forneciam alimentos.
A investigação que levou à sua detenção e entrega no Estabelecimento Prisional de Braga começou há cerca de dois anos, quando a PJ de Braga recebeu informações fidedignas de que o foragido poderia esconder-se nos montes à volta da sua residência. No decorrer das investigações, os elementos da PJ enfrentaram um meio que “não sendo hostil, também não era favorável”. Ou seja: muitos teriam conhecimento do caso, mas, quando interrogados, todos garantiam não saber de nada.
Na manhã de hoje, e depois de muitas caminhadas e vigilância, foi desencadeada uma operação que a PJ baptizou de “Cro-Magnon”. Envolveu 12 agentes que tiveram de se deslocar a pé, visto que o local onde se encontrava o fugitivo não era acessível com veículos motorizados.
O detido encontrava-se na posse de uma arma de fogo, mas, apesar de ter reagido violentamente à detenção, não efectuou disparos. Vivia “em condições minimalistas”, segundo a expressão de um responsável da PJ, e tinha consigo pão e frutas. A sua aparência assemelhava-se à de um mendigo, com barba de vários dias.
Ultrapassado o nervosismo provocado pela detenção, o detido veio a revelar-se um grande conversador – “falava como um papagaio” -, sintoma do grande isolamento em que vivia. A sua única “companhia” era um rádio que lhe permitiu ter conhecimento, por exemplo, das últimas eleições no Benfica. Na Polícia Judiciária de Braga não há memória de um caso sequer parecido.
Exercicio para depois de almoço
Unión Ibérica
"La unión política entre España y Portugal es una idea que divide a los portugueses y causa indiferencia en España. El 39,9% de los ciudadanos del país vecino es partidario de integrarse con España en una federación, mientras que la mayoría de los españoles expresan su desinterés cuando se les plantea la propuesta, según una encuesta de la Universidad de Salamanca que fue presentada este martes en la sede de la Secretaría General Iberoamericana en Madrid. El 30,3% de los españoles apoyaría la creación de una unión ibérica."
Veja a notícia toda neste link: http://www.elpais.com/articulo/internacional/portugueses/apoya/union/politica/Espana/elpepuint/20090728elpepuint_12/Tes
terça-feira, 28 de julho de 2009
Uma primeira achega à globalização
Mas como já tinha aludido só pensar em PIB (seja o total ou per capita) é um péssimo indicador do progresso de um país. E não é preciso nenhum génio especial para reconhecer isto. Basta saber uns rudimentos de estatística e pensar um pouco.
Seja como for porque não há nada melhor que um argumento de autoridade deixo cá os pensamentos de uma autoridade em matérias económicas que é muita crítica do actual paradigma da globalização.
Pelas minhas previsões o post monumental vem em três, quatro dias; mas se por algum motivo eu vir as coisas mais demoradas já pensei em fazer as coisas por partes
E tomem lá um pouco de socialismo para os ricos:
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Mais uma oreo
Porque a globalização realmente ajudar a homogeneizar diferenças culturais e económicas
O Raposo que vá a Luanda e depois falamos da realidade
"A globalização, caríssimo Ratzinger, retirou centenas de milhões de pessoas da pobreza no 'resto do mundo'. Ao contrário do que diz a "Caritas in Veritate", a globalização diminuiu as desigualdades entre ricos e pobres. Tal como a esquerda, Bento XVI tem dificuldades em aceitar este facto, porque coloca a sua ideologia - a caridade - à frente da realidade"
Mais lógica
Número I, número II, e número III.
"E porquê tanta lógica dweebydoofus?" perguntam alguns dos leitores. Bem, porque este senhor aqui parece precisar mesmo muito de saber o que são falácias lógicas e mais importante ainda precisa de aprender a argumentar (e infelizmente muito mais pessoas). E pode ser que por algum acaso ele venha cá parar (ou algum dos seus amigos lhe indiquem este cantinho da blogoesfera) e assim posso sentir que já fiz algo de bom.
Ps: Infelizmente este aqui já não pode ser ajudado de maneira nenhuma. Tantos anos de irracionalidade causam este tipo de efeitos. O caso clássico do fantoche que está mesmo muito contente por ser um fantoche.
Vamos lá tratar de lógica
Faça uma afirmação qualquer. Se o que você falar for mentira, você morrerá na fogueira. Se falar a verdade, será afogado. Se não pudermos definir sua afirmação como verdade ou mentira, você será libertado.
Deixe um comentario: O que você diria ?
domingo, 26 de julho de 2009
É que até parece que me está no sangue
Não está provado que o leite previna a osteoporose, há até muitos estudos que indicam o contrário e há poucos que comprovem que de facto seja verdade.
Aliás, é bom dizer que o leite é constituído por proporções de nutrientes que não são as indicadas para o homem. Contém poucos hidratos de carbono (a nossa gasolina, aquilo que faz o nosso cérebro funcionar e nos dá energia) e muita gordura saturada, que é algo muito prejudicial para a nossa saúde e que é pouco comunicado.
É claro que muitas pessoas podem viver sem grandes problemas consumindo leite todos os dias, mas o que digo é que não vão estar completamente saudáveis.
Estes estudos comprovam sim que o consumo de leite de vaca está associado ao aumento de colesterol, uma vez que o leite contém muitas gorduras, que ainda por cima são saturadas e que são as piores que existem. Não compreendo porque é que nunca ouvimos falar disso nos media, quando ouvimos tanta coisa sobre alimentos que fazem mal.
Nestes estudos encontraram-se também relações fortes com alguns tipos de cancro como o dos ovários e o da próstata e com a diabetes tipo 2. Isto acontece inclusivamente nas crianças, o que é muito preocupante.
Os meus filhos nunca beberam leite e são saudáveis.
Mas a comunicação social diz-nos tanto que precisamos de leite para ser saudáveis, como é que deixamos de beber leite e ficamos bem? Porque é que não nos dizem para comer vegetais, fazer desporto, etc? Porque é que nos dizem que basta beber leite para termos todos os minerais, vitaminas e nutrientes que precisamos para nos manter saudáveis e alimentados?
Veja bem, é preciso ter em atenção quem envia estas mensagens. Normalmente são pessoas/organismos com interesse no leite. E depois é tudo uma questão de lucro, o comércio do leite é muito mais lucrativo que o dos legumes.
uma nutricionista a mencionar que o leite era como outro alimento qualquer, imperfeito e a ser consumido com conta, peso e medida, principalmente na idade adulta.
A intenção não é lançar o pânico, nem tão pouco agredir as produtoras de lacticínios. Mas a verdade é que é necessário alertar para o facto de ser necessário dizer a verdade completa, informar com qualidade. E a verdade pode não ser aquela que nos bate à porta todos os dias.
E fica-me uma dúvida, pendendo como um ponto de interrogação em cima da cabeça: Então eu vou tomar comprimidos para poder digerir o leite?
Segundo Francisco Varatojo, o leite nem sequer é o alimento com maior percentagem de absorção de cálcio e uma caminhada diária de 30 minutos diários pode ser o suficiente para evitar a osteoporose.
Exemplo:
Percentagem de Absorção de Cálcio
Couve de Bruxelas - 63.8%
Brócolos - 52.6%
Rama de nabo - 51.6%
Couve - 50%
Leite de vaca - 32%
segundo Robert Cohen, escritor do livro “leite: Alimento ou Veneno?”, tudo aquilo que nos disseram sobre o leite não passa de uma mentira.
Ninguém põe na balança o poder que o leite tem de fazer mal ao ser humano, apesar de mais nenhum mamífero ingerir leite depois de deixar o leite materno. Em parte, isso é devido à enorme força das campanhas publicitárias e informativas que circulam desde sempre nos órgãos de comunicação social. Ao que parece, para o século XXI o alimento estratégico é o leite. Não a água, não a alimentação saudável, não os vegetais, mas o leite.
Nenhum mamífero bebe leite depois de ser desmamado e muito menos bebe leite de outra espécie. No entanto, todos nós reagimos com repugnância se nos for sugerida a hipótese de beber leite humano.
Por favor mandem um chorrilho de platitudes e lugares comuns sobre o benefício do leite que me está mesmo a apetecer discutir.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
oito ou oitenta sem nada pelo meio
E agora um texto que se calhar não tem nada a ver com o que atrás foi dito:
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Uma bolacha Oreo a quem descobrir quem disse isto...
"The United States has only one party - the property party. It's the party of big corporations, the party of money. It has two right wings; one is Democrat and the other is Republican."
Cada vez que vejo um artigo em word
Ler com cuidado.
Este já é em pdf e ou muito me engano ou foi escrito em LateX. O que é chato é mesmo ser uma grande merda de artigo. Chatinho...
Este é para ler com mais atenção num futuro próximo.
O "freelancismo" e o cinema de Mikio Naruse: algumas relações de causa-efeito
Hoje deu-me para isto
As jogadas que começam ao 1:40, 2:07 e 2:22 são absolutamente geniais em termos desportivos, humanos e sociologicos. Um homem face aos adversários mostra-lhes a derrota em forma de mãos e corpo com uma bola rumo ao cesto. A vitória do air jordan. Um senhor.
Classificação geral por etapas
Não sei o que vos diga
Na pagina principal pode-se ler:
O twitica é um projecto independente e isento, construído para ajudar a que o debate político esteja mais próximo da comunidade. A intervenção activa da sociedade só pode ser conseguida através de um diálogo aberto e permanente. Leia o que os nossos dirigentes e activistas políticos têm a dizer, participe na construção do seu país.
Ficamos a saber que:
230 Deputados
49 Tweeters
181 não utilizam o Twitter.
Então e que dizem os dirigentes e activistas politicos? Entre outras coisas , pode-se ler:
Jorge Seguro Sanches -ps
A chegar a Lisboa! 8 horas | responder
Jorge Seguro Sanches -ps
A caminho de Castelo Branco! 15 horas | responder
Hermínio Loureiro -psd
Acabei de defender a Igualdade de oportunidades. Vamos corrigir as desigualdades e promover a igualdade no Desporto. 17 horas | responder
Heloísa Apolónia -pev
Boa tarde e fiquem todos bem :0) 17 horas | responder
Heloísa Apolónia -pev
@Rodolfo129 Procure lá onde eu lhe disse... e ponha uns óculos!!! LOL 17 horas | responder |
Maria Ofélia Moleiro -psd
@DAbrunheiro que andas a fazer ? 18 horas | responder | em resposta a DAbrunheiro
Hermínio Loureiro -psd
@Berrador eu vou projectar NOVOS HORIZONTES em Oliveira de Azeméis 18 horas | responder
De facto, um grande contributo para o debate. Isto é tudo gente séria, como diria alguém que ouvi um dia. Não se pense que sou contra as novas tecnologias. Antes pelo contrário. Sou um utilizador diário de muitas delas, mas de apenas aquelas que me permitem fazer o meu trabalho mais eficazmente. Coloca-se aqui a questão: até que ponto isto não começa a transformar uma profissão, um cargo de importância nacional em pedaços de texto com 160 caracteres? Não devíamos antes estar a focar no essencial que é o que de facto se passa no hemiciclo? não é de surpreender que o gesto de Pinho tenha sido visto primeiro nos monitores dos deputados e não ao vivo enquanto ele o fazia.
Como dizem os miúdos hoje: k cena tão fixe LOL
quarta-feira, 22 de julho de 2009
terça-feira, 21 de julho de 2009
"Não venham depois dizer que foi o que as pessoas quiseram"
Contributo para um debate político
"Encontramo-nos hoje em Portugal mergulhados numa dupla crise: uma que vem muito de trás, resultante de uma não-definição clara de objectivos consensuais para o futuro do País e outra, que resultou da aceleração e agudização desta pela crise global.
Estamos em vésperas de eleições. Os cidadãos, mulheres e homens, poderão ficar, mais uma vez, perante um menu diversificado de propostas avulsas, raramente bem esclarecidas e coerentes, sem terem em seu poder os dados necessários para fundamentarem e fazerem as suas escolhas. Continuarão alienados pela retórica dos discursos e cada vez mais descrentes quanto à importância do seu voto.
Urge, pois, neste momento crítico da sociedade portuguesa e da democracia, encontrar modos de proporcionar uma opinião pública esclarecida. (...)
O link é este: http://www.cidadaosdebatempolitica.net/"
Entretanto o Rui Tavares também escreveu umas coisas muito boas sobre o manifesto e não só.
Eu já tirei o pdf do site e tentarei lê-lo nos próximos dias. O tempo porque passamos assim o exige.
Ainda há alguém de respeito no CM
"Neste sítio um ministro pode ir para a rua por um par de cornos infantis ou por uma piada de mau gosto. As roubalheiras, os negócios escuros, os compadrios, a corrupção a céu aberto e o tráfico de influências, não só são tolerados como premiados nas urnas"
António Ribeiro Ferreira, Jornalista do CM
A saudade mata mesmo
Bebés a dormir em caixas de cartão; pessoas a morrer, literalmente, de tristeza; ameaças à integridade física; roubo de dignidade humana: mais um dia de negócios para os EUA e RU.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Foi há 41 anos
entretanto o homem chegou à lua há 40 anos. Um facto extraordinário. A prova de que a vontade humana quando orientada para um sentido comum pode construir e realizar grandes.
Calhou na semana passada de ver este episódio dos Mythbusters ao caçarem um do maiores mitos urbanos: o homem nunca ter ido à lua. Fica aqui a parte I, II, III, IV e V.
Estamos de volta
domingo, 19 de julho de 2009
«E o fim da tarde inspira-me; e incomoda»
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Toca de utilizar os outros países como caixotes de lixo
The authorities say they fear it may represent an attempt to use South America's largest country as a dumping ground for hazardous waste in the way that has happened in other parts of the world, including Africa.
Public resentment over the issue increased when it was revealed that inside one of the containers was a collection of dirty toys with a note in Portuguese saying they should be washed before being given to "poor Brazilian children".
Alguns pensamentos não originais e alguns comentários meus
Voltaire
E agora alguns pensamentos de um físico que muito admiro:
I learned very early the difference between knowing the name of something and knowing something.
Our imagination is stretched to the utmost, not, as in fiction, to imagine things which are not really there, but just to comprehend those things which are there.
On the contrary, it's because someone knows something about it that we can't talk about physics. It's the things that nobody knows about that we can discuss. We can talk about the weather; we can talk about social problems; we can talk about psychology; we can talk about international finance... so it's the subject that nobody knows anything about that we can all talk about!
Tell your son to stop trying to fill your head with science — for to fill your heart with love is enough.
Poets say science takes away from the beauty of the stars — mere globs of gas atoms. Nothing is "mere". I too can see the stars on a desert night, and feel them. But do I see less or more? The vastness of the heavens stretches my imagination — stuck on this carousel my little eye can catch one-million-year-old light. A vast pattern — of which I am a part... What is the pattern or the meaning or the why? It does not do harm to the mystery to know a little more about it. For far more marvelous is the truth than any artists of the past imagined it. Why do the poets of the present not speak of it? What men are poets who can speak of Jupiter if he were a man, but if he is an immense spinning sphere of methane and ammonia must be silent?
So, ultimately, in order to understand nature it may be necessary to have a deeper understanding of mathematical relationships. But the real reason is that the subject is enjoyable, and although we humans cut nature up in different ways, and we have different courses in different departments, such compartmentalization is really artificial, and we should take our intellectual pleasures where we find them.
Feynman
Após estas citações cá vêm os meus pensamentos.
A primeira citação é de Voltaire. Não vou aqui fingir ter um conhecimento muito profundo de Voltaire, mas o pouco que sei dele permite ter-lhe alguma admiração. Mas não é isso que aqui está em causa. O que está em causa é a frase dele e o porquê de eu a ter escolhido.
Eu escolhi esta frase (e peço desculpa por não ter encontrado a original em francês) por que ele expressa uma ideia muito importante e muito desconhecida sobre Matemática (em Ciência na verdade). O facto de a imaginação ser muito importante. Eu se calhar usaria a palavra creatividade, mas imaginação serve para o que quero expôr.
Se calhar estou enganado, mas a ideia que tenho da ideia que as outras pessoas têm da Ciência e dos cientistas (como odeio esta palavra!) é muito longe da realidade. Primeiro que tudo o objectivo não é compreendido. Depois os métodos (sim métodos, o método científico não existe e já a noção de métodos me faz muita confusão) também são na maior parte dos casos extremamente mal entendidos.
Então qual é o objectivo da Ciência: muito simplesmente o objectivo da Ciência é saber. Mas saber na verdadeira acepção da palavra. Uma experiência que eu gosto muito de citar, e para mim exemplifica de uma maneira estrondosa o que é saber, é a experiência do cone de luz feita por Newton.
Só isto daria um blog. Teria que falar das teorias de visão, da luz e sei lá mais do quê para se sequer se ter uma noção da importância do que Newton fez e do que Newton compreendeu. Mas por favor confie em mim caro leitor. Isto é um tema importante. Não só importante para académicos, mas para toda a gente.
Seja como for haviam algumas hipóteses (só o distinguir o que é uma hipótese do que é uma teoria já parece ser um passo intelectual gigante para a maior parte dos jornalistas) sobre qual era a natureza da luz solar. Newton que na altura tinha vinte e poucos anos e tinha algum tempo livre começou a pensar nestas questões.
Trancou-se num quarto escuro com um buraquito que deixava passar um raio de luz solar. Ele também sabia (era conhecimento geral na altura) que ao passar a luz por um lado de um prisma de vidro do outro lado sairia o arco-íris.
Na altura as ideias que pairavam era que de alguma forma o prisma tinha acrescentado as outras cores todas a cor branca do sol.
Newton decidiu testar esta hipótese. Se assim fosse pensou Newton então ao conseguirmos separar uma das novas sete luzes e fazendo-a passar por outro prisma deveríamos continuar a ver as sete luzes.
Depois de por mãos à obra isto foi o que ele obteve:
Hmmmm que estranho... Ele só obteve uma cor. Parece então que algo está mal com a hipótese anterior. CNewton começou a pensar que talvez a luz branca fosse composta pelas sete cores anteriores e de alguma forma o que prisma fazia era separar as cores consituintes da luz incidente.
Sendo isto uma hipótese Newton como a pessoa entendida que era tinha que a testar. Sendo assim a nova experiência era juntar de novo as cores e ver o que acontecia.
Newton fê-lo ao inverter o prisma e observou que do outro lado de facto saia luz branca.
Sucesso! Com mais algum formalismo, com mais explicações dadas, e mais previsões feitas estas hipóteses de Newton ganharam forma como uma teoria de facto.
Para uma prova mais terrena que o leitor pode fazer deste fenómeno recomendo que faça um disco destes
e depois o faça girar e observe.
Isto para mim é saber. E mal do mundo se só os cientistas têm este tipo de atitudes. Se só os cientistas têm dois dedos de testa e tentam de facto perceber antes de falar. E saber abarca sempre o porquê e o como. Muitas das vezes um dos factores tem maior relevância que o outro, mas quem sabe o que é saber, e se interessa por saber tem noção destas duas noções.
E o que tem isto a ver com imaginação e creatividade poderá (deverá) perguntar algum leitor mais aborrecido. Tem tudo a ver com creatividade. Primeiro que tudo as experiencias que Newton concebeu (tão creativas que eram que de toda a gente que se preocupava com estas questões só Newton se lembrou de as realizar) e depois o entendimento que Newton fez do seu resultado.
e sei lá mais quantos exemplos poderia eu dar envolvem uma dose enorme de imaginação. Uma dose enorme de gosto e respeito pelo que se está a fazer.
E se alguém duvida da imaginação de Arquimedes por favor leia isto, isto, e isto. E tenha em atenção o período histórico em que ele se encontrava.
Não sei se de facto ele tinha mais imaginação que Homero, mas grandes cientistas de certeza absoluta têm muita creatividade.
Passando agora para o que disse Feynman:
A primeira citação é deliciosa e acho que fala bem por ela. Aqui vou apenas dar o exemplo que ele próprio dava. Ao conversar com amigos sobre qual o nome de um pássaro em particular chegou-se a conclusão que afinal o nome que Feynman pensava ser o do pássaro não o era. Claro que ele foi gozado pelos outros miúdos e disseram-lhe logo que afinal ele e o pai não sabiam nada. Após isto o que o pai lhe explicou é que aquele mesmo pássaro tinha vários e muito diferente nomes se tomarmos em conta as línguas humanas. Mas o que ele era: o que ele comia, como se limpava, o seu ciclo migratório e outras características era sempre o mesmo para todos os humanos. E isso é o que interessava. O nome dado nos EUA ao tal pássaro era acidental o que ele fazia era essencial.
A segunda frase expressa de maneira bastante concisa (o que muitas vezes acontece com quem sabe do que está a falar) a ideia de todo este post. Ou seja eu preciso de frases de outros, imagens, e sei lá quantas palavras para dizer o que ele diz em duas linhas. Mas só o compreender o mundo que nos rodeia é um esforço imaginativo de todo o tamanho. Muito mais imaginação também é colocada no esforço cumulativo que é a Ciencia.
Um exemplo para tornar concreto o que quero dizer. Pensemos novamente no grande Newton. Após uma vida que na maior parte foi dedicada a estudar a Biblia e alquimia (campos altamente científicos) ele também chegou a uma conclusão ou outra nos campos de Física e Matemática.
Aqui não consigo resistir a dois parênteses. O primeiro é que este passatempo de Newton foi a base e o motor da revolução industrial e assim sendo a base e o motor da sociedade ocidental contemporânea.
O segundo é que apesar de tudo a maior parte das descobertas de Newton tinham sido realizadas por Alhazen no século dez/onze. Claro que sendo ele um membro de um país do actual terceiro mundo e que ainda por cima está ligado ao Islão fica mal reconhecer-lhe a precedência de sete/seis séculos.
Fim dos parênteses
Seja como for graças a Newton toda uma nova dinâmica ganhou forma. E a sua dinâmica teve um sucesso estrondoso na explicação, compreensão, e dominação no mundo que nos rodeia.
Não obstante tudo isso no princípio do século XX, finais do século XIX, alguns problemas não eram resolvidos segundo o paradigma da Física a Newton. Para os solucionar surgiram a mecânica relativista, e a mecânica quântica na sua primeira forma. Estas novas teorias têm que vir complementar a anterior teoria de Newton. O corte acontece e é radical, mas não pode ser absoluto uma vez que a física newtoniana tem provas dadas em termos preditivos.
Ou seja os físicos têm que maginar novas soluções para problemas que não têm resposta nos moldes anteriores, mas que ao mesmo tempo não contradiga as respostas que nós sabemos serem correctas.
Acho que não fui muito claro neste ponto mas temo ser necessário demasiado espaço para explicar convenientemente este ponto.
A terceira frase está aqui apenas devido a elevada dose de cinismo.
A quarta frase está aqui devido a grande dose de verdade. Encher o coração de amor basta. Amor por nós, pelos outros, e pelo que nos rodeia.
As duas últimas frases serão discutidas num próximo post a ser publicado durante o fim-de-semana.
Chateia-me cada vez...
Toca de ler isto que isto são factos inquestionáveis e já sabidos há bastante tempo.
Denson's argument, and that of other Lincoln revisionists such as Thomas DiLorenzo, should not be misunderstood. He does not contend that the policy of Jefferson Davis was beyond reproach. Perhaps Davis ought not to have fallen into Lincoln's trap; on this issue Denson does not commit himself. The point, rather, is that Lincoln set a trap. Neither does Denson deny that the Southern states, in seceding, were in part motivated by fear that Lincoln would interfere with slavery. The question that interests him is rather why Lincoln would not let the South depart in peace, and here the answer lies in the tariff, not slavery.
E prontoxe, por hoje é tudo.
O silêncio devia ser obrigatório
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Bah para o Obama
"The american society does not operate by sitting around and waiting for handouts. Why should we as Africans?"
Havia um menino ontem que empurrava um pneu
Um dos maiores perigos da ignorância é acabar em arrogância. Tem sido o que tenho experimentado com algumas das pessoas que encontro aqui. E normalmente são essas que tem poder de decisão. Uma forma de resposta ao não saber é responder que não quer saber. Acredito que seja uma reacção ao pensamento que os estamos a enganar. Não há muita maneira de dar a volta a isto. Aceitam-se sugestões. E até lá é ter paciência.
Teoria do reconhecimento: ou Truffaut embevecido por Hitchcock (sou ou não sou um pós-moderno)
quarta-feira, 15 de julho de 2009
E o ilustre autor, às 19:01, começa a aproximar-se perigosamente do problema
Pedro Pestana Bastos: larápio travestido de historiador, popular travestido de liberal ou apenas um cientista que não sabe nada de história francesa?
Nossa senhora de Fátima salvai-me e salvai o Henrique Raposo, pois ele incomoda muita gente e todos lhe querem mal
E se querem saber por que é que ela é uma SENHORA...
E se quiserem passem também por este site e por este.
Para os mais impacientes deixo isto:
Democracia directa e horizontal com tons de federalismo, acção directa, anarco-sindicalismo: liberdade.
E não foi preciso ler livros. Não foi preciso haver líderes. Não foi preciso haver incitação. Foi só o modelo falhar e as pessoas seguirem a sua natureza.
Ocupar, resistir,e produzir. Tão simples que é!
As linhas de demarcação como problema de interpretação moral
terça-feira, 14 de julho de 2009
A questão não é a literatura a questão é a falta de um espírito que compreenda porque falamos de gaivotas quando todos falam de rendimento decrescente
Carlos Martins e a poesia mediterrânica
Para citar o incontornável maradona, afinal, nós não andamos mesmo aqui a fazer nada
O Nuno Garoupa leu muitos livros, embora ninguém saiba quem é, e tem pensado imenso nos últimos tempos
segunda-feira, 13 de julho de 2009
A corporação
Parte I
Parte II
Imprensa desportiva sempre na vanguarda
ainda bem que o vi agora mesmo marcar um golo ao Shakhtar. Para variar estou rodeado de benfiquistas. Chiça.
Luanda é um lugar estranho
A chegada foi normal. As palmas de alegria ao tocar no solo. Cá fora abafado. Ao passar pelo controlo de segurança, o primeiro contacto com a realidade daqui. Era necessário preencher um papel de imigração, mas que não existia em lado nenhum. "Não há problema, passa assim mesmo". As vezes somos nós que complicamos a vida. É um facto. Cá fora tenho o meu motorista à espera. Primeiras impressões de Luanda. Pó castanho por todo o lado. O cenário dos musseques, habitações precárias que tapam todo o caminho entre o aeroporto e a cidade. Muita gente na rua. O transito aqui é dinâmico. As regras são adaptadas à medida do condutor e dos carros que passam. Acabamos por nos habituar.
A cidade está em obras. Por todo o lado. Edifícios enormes crescem no meio de outros a cair ou em estado de cair. Há toques de luxo (jipes, lojas) no meio de lixo. O cenário chega a tocar a surrealidade, mas todos parecem viver com isto normalmente.
No fundo o dinheiro é que manda aqui. Quem o tem pode tudo. Quem não tem deseja ter. Falar de politica é proibido. Antes beber cerveja e pensar no Mantorras que é uma espécie de herói. Descobri que o Akwá, essa glória do Alverca agora é deputado. O presidente vive lá no alto no palácio. E cá em baixo o povo vive como pode. Enquanto espero no carro que o transito ande, olho pela janela como num aquário e vejo muita gente. Gente nova na sua maioria. Rapazes que vendem de tudo. Desde chinelos, chocolates a telemoveis. Vejo um cartaz em que se diz que se estão a criar 1 milhão de empregos. Aqui o Sócrates é um menino.
Estou aqui porque a empresa para quem trabalho ganha muito dinheiro com o dinheiro daqui. Como precisam de quase tudo, compram tudo. E todo este crescimento não é sustentado. Há um desequilíbrio enorme na balança. A história é comum a tantos outros países africanos. Alguns tem tudo, e outros nada. E nós estamos a alimentar este sistema. As corporações que invadem a cidade e o país com promessas de desenvolvimento, apenas querem uma coisa: dinheiro e maneiras de ganhar mais. "É a economia de mercado, estúpido", diria-me o Henrique Raposo se tivesse a oportunidade de visitar um local como este. Talvez nem imagina o que isso é. E eu poderia responder-lhe que não há preço que pague a tristeza e a desgraça de um povo às mãos de gananciosos. Esta ideia não me sai da cabeça. Estamos aqui a alimentar o sistema. E eu sou a faca que corta o bolo. Vou acabar por ficar deprimido.
Concordo com o aqui se diz e que Obama relembrou há umas semanas. África só depende de si e da coragem e honestidade dos seus lideres para acabar com o aproveitamento miserável de empresas e grupos económicos dos recursos e dinheiro e da-los a quem de real direito pertence: o povo que vive e suspira por dias melhores.