sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Season 3 Episode 12
Dr. House: We are selfish, base animals crawling across the earth, but 'cause we've got brains, if we try really hard, we can usually aspire to something that is less than pure evil.
Dr. House: They're out there, doctors, lawyers, postal workers, some of them doing great, some of them doing lousy. Are you going to base your whole life on who you're stuck in a room with?
Eve: I'm gonna base this moment on who I am stuck in a room with! It's what life is, it's a series of rooms, and who we get stuck in those rooms with, adds up to what our lives are.
Ler isto com uma musiquinha de fundo:
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Mais uma vez falamos de hoje
Todas as pessoas mentem
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Um presentinho...
Um grande Abraço
Sapo_cocas
Buenos dias
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Quiero llorar
Homenagem aos melhores para variar aqui no elogio. Notável em tudo este video. Em especial o relato do primeiro golo. Ao ganhar o ronaldo o tal prémio, também eu vou llorar.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
sábado, 13 de dezembro de 2008
Agora numa versão mais aceitável
Não é excepcional. Deve no entanto reconhecer-se que, desde o David Fonseca até aqui, fizemos um extraordinário progresso. Falta alguma coisa, é certo. Porém, nestes tempos de crise, não é um mau incentivo.
Explicação do capitalismo
A rapariga é, de facto, muito gira. Contudo, dificilmente consigo imaginar um exercício de parolada ao nível desta monumentalidade. Imaginem um americano, de Nova Iorque, com um projecto musical onde surgisse em palco, de concertina e ferrinhos, cantando em português, entre prados e casa brancas - com saloias de saia rodada e cercas de porcos, em fundo -, vestido de campino, a trautear uma moda do Bomabrral? Bonito não é? Pois é.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Cesário e uma noite de inverno
Alguém escreveu que ele deve permanecer encerrado na gaveta, para sempre. Na verdade, talvez seja melhor fechar a gaveta, com chave e cadeado, não vá o livro dar em saltitar a meio da noite, levantando velhas questões, amarguras, coisas desagradáveis que a passado pertencem e que aí, na penumbra da nossa lenta e custosa ascensão, devem permanecer. Entretanto, na Grécia, começou o festim. Provavelmente, a culpa será de Marx. Minha também, claro. É tarde para especular sobre análise económica. Não quero sequer abrir um livro. Há ausências que são como invernos, escrevia aquele poeta inglês isabelino que Marx lia de cor às suas filhas nas noites geladas, batidas a vento, da velha city. Um outro indivíduo que se encontra encerrado na gaveta (e aí deve permanecer) é aquele jovem empregado do comércio, o senhor Verde. Quem melhor do que um especialista na exportação de frutas, (criadas com esmero na quinta de Linda a Pastora) e com escrita em dia, para tecer as últimas considerações deste dia.
«Mas cuidado, milady, não se afoite,
Que hão-de acabar os bárbaros reais;
E os povos humilhados, pela noite,
Para a vingança aguçam os punhais.»
Quanto mim, enquanto a turba passa e os cínicos levantam as suas muralhas, procuro, devagar e cuidadosamente, encerrar-me, na gaveta, para sempre.
"Quando as instituições não respondem, a política passa para a rua”
"Perante a falta de perspectivas políticas e económicas, a crise e a privatização crescente de todos os domínios da vida social o Estado perde a sua autoridade. E basta uma pequena faísca para se acender o rastilho. O que começou por ser um protesto de jovens anarquistas alargou-se a toda a sociedade. Nas ruas da Grécia já estão pessoas de todas as idades, os partidos da oposição e os sindicatos. Quando as instituições não respondem, a política passa para a rua. Não é matéria de opinião. É um facto de sempre".
"Perto de cinco mil trabalhadores estão já concentrados no centro da cidade. Por entre a multidão, sobressaem faixas e cartazes com palavras de ordem contra o Governo. “Os ricos devem pagar pela sua crise”, lia-se num dos cartazes."
É disto que falo há algum tempo. Do que é que estás à espera Portugal?
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Chocolates suiços para o Bento
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Proposta para o problema da avaliação dos professores
Escolham o titulo que se melhor adequa ao caro leitor:
O professor bom, o sindicalista mau e a ministra feia
ou
A ministra boa, o professor mau e o sindicalista feio
ou
O sindicalista bom, a ministra má e o professor feio
Já agora, vejam até ao fim. No final o bom diz ao feio, uma das melhores frases alguma vez ditas em cinema:
- Há dois tipos de homens. Os que tem armas carregadas e os que cavam.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Tudo isto é tão bonito II
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Piada de muito mau gosto
enfim eu avisei. Está de chuva. E dá-me para isto.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Tell me a story XI
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Ah bom! se ele o garantiu então assim está bem
O Presidente da República avançou hoje que no encontro da noite passada com Dias Loureiro este lhe garantiu não ter cometido irregularidades nas funções empresariais que desempenhou em empresas ligadas ao grupo Banco Português de Negócios (BPN), considerando Cavaco Silva não ter qualquer razão para duvidar do conselheiro de Estado.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
sábado, 22 de novembro de 2008
Serviço público by Maradona
Quanto ao conteudo do mesmo: Não tenham duvidas que o rapaz que diz "eu regressei para servir o meu País" vai chegar a ministro e mais tarde conselheiro de estado. Como o maradona diz, isto vai ser muito bom.
Já estamos derrotados caro Marx
A culpa é algo humano. É a dos homens que as poem em practica. É isso que falha: o homem.
Há sempre alguém que pensa mais em si e acaba por levar outra fatia do bolo. Talvez a culpa disto tudo seja de Deus. Deixou-nos à margem. De errar e de engordar. Talvez.
Mas eu próprio não sei nada. Disto e de muitas mais coisas. Apenas sei que não culpo o Marx.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Questão ao nosso mestre
"A crise financeira internacional não pode justificar tudo e não justifica certamente o refazer da História. A utopia política marxista revelou-se politicamente desastrosa, produzindo alguns dos regimes mais totalitários e sanguinários de que há memória. Para todos os efeitos, Marx está na gaveta e aí deve continuar encerrado. Para sempre"
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Figuras de estilo
e aprender novas figuras de estilo. Contudo concordo com o Ferreira Fernandes aqui. Exageros e motins apenas por frases mal colocadas/interpretadas. Valham-nos as derrotas. E mais uma vergonha que fica no esquecimento.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Well can I ask you about today
I won't fuck us over, I'm Mr. November
I'm Mr. November, I won't fuck us over
[repeat]
Ainda a derrota do Sporting
O Sporting perdeu com o Leixões
Há quatro anos, o administrador do Banco de Portugal Manuel Sebastião foi procurador do administrador do Banco Espírito Santo Manuel Pinho na compra de um prédio em Lisboa. Esse prédio era propriedade do Banco Espírito Santo, tendo Manuel Sebastião servido de intermediário numa compra entre o BES e um administrador do BES. Manda a boa prática que um administrador de um banco não se envolva em negócios pessoais com o próprio banco que administra. E manda a lei que o Banco de Portugal supervisione o funcionamento do Banco Espírito Santo. ... e os horrores continuam. Ide ler o resto.
Mistérios da natureza I
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Planos para o fim de semana
domingo, 9 de novembro de 2008
Caminhada Filosófica #3
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Elogio da derrota
Seguindo o nosso guru blogosférico não podia deixar de me associar à homenagem e colocar aqui aquela que, sem dúvida, seria a melhor Presidente do Estados Unidos da América.
Obama
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
A nacionalização do elogio da derrota
Abrir parentesis no tema do dia
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Viva la vida
Viva a vida, que um novo amanhã já se levanta e teremos (possivelmente) um futuro melhor.
Hoje
"Fitter, happier, more productive,
comfortable,
not drinking too much,
regular exercise at the gym
(3 days a week),
getting on better with your associate employee contemporaries
...
calm,
fitter,
healthier and more productive
a pig
in a cage
on antibiotics."
Outra opção e do mesmo album:
"A heart that's full up like a landfill,
a job that slowly kills you,
bruises that won't heal.
You look so tired-unhappy,
bring down the government,
they don't, they don't speak for us.
I'll take a quiet life,
a handshake of carbon monoxide,
with no alarms and no surprises,
no alarms and no surprises"
Amanhã
Da semana passada
Varias coisas se passaram. Vi um documentario sobre o McCain. Passou mal o homem enquanto esteve preso. Mas não lhe dá mais hipoteses para merecer o lugar. Parece competente. Fui a um funeral. Chuvoso.
Vi um documentario sobre o Obama.A mãe dele só não conseguiu casar com um individuo branco. Devido a isto Obama cresceu num ambiente multi-cultural. Talvez esteja preparado para o que lhe espera. A certeza de que são os melhores candidatos dos ultimos anos de eleições americanas.
O nosso primeiro ministro andou a vender computadores. Fraquinho.
O Porto perdeu. O Sporting não.
Os militares fizeram uma ameaça directa à democracia e aparentemente niguém levou muito a sério. Parece que afinal os militares apenas poderão usar linguagem menos própria e adequada ao seu estatuto. Pena. Sempre queria ver de novo as chaimites de 74 na rua. Clássicos.
Manuela Ferreira disse umas anormalidades sobre o desemprego e o investimento publico. O silêncio é de ouro, dizem.
Já a iniciar a semana o BPN estourou. 700 milhões de euros de buraco. Mais uma vez gostaria/queria ver se alguem é preso ou julgado por isto. Eu pago.
Don't Panic
Claro que os caminhos da fama são insondáveis. E como negar os efeitos da ideologia, as famosas estruturas - a ideia de que os discursos nos dominam, nunca nós dominaremos os dicursos. Enquanto a discurssão prossegue aqui fica uma hipotética explicação. Canções que por vezes - a poder de ironia - tocam a intemporalidade que o humano inventa para ludibriar a sua própria historicidade.
Aqui fica o desafio lírico, neste momento iniciado: Binary Solo arranja lá uma letra Radiohead deste nível na equação clássica (densidade/simplicidade).
«Oh, we're sinking like stones,
All that we fought for,
All those places we've gone,
All of us are done for.
We live in a beautiful world»
Isto, de facto, e apesar de tudo, não é AnaFree.
Mission Impossible
Isso quer dizer o quê? Que tem de olhar para todos os serviços da Administração Pública, desde a local à central, para todos: desde a Educação à Justiça, desde a Segurança Social à Segurança Pública, desde a Defesa à Saúde, desde a Administração Fiscal aos gabinetes ministeriais»
Isto quer dizer que o Estado em 2005 era não só pesado como sobrepesava. Mas sobre quem? É dificil responder. Uns dirão: pesava sobre a economia porque sendo a mais vigia de menos. Outros, por sua vez, replicarão: pesava sobre os empresários porque tributando a mais recebe de menos. De qualquer modo, o Professor Miguel Cadilhe tem toda a razão. Ainda ontem voltou a alertar os menos avisados: se o BPN prevaricou de quem é a culpa? Dos conselhos de Administração? Não. Dos accionistas? Não. Dos gestores comerciais? Não. Dos gestores de conta? Não. Da senhora da limpeza que vem de Cacilheiro a partir de Alhos Vedros limpar o chão às 7h00 da manhã com sonasol e ainda não investiu devidamente no team building domiciliando o seu ordenado em conta apropriada do BPN na módica quantia de quatrocentos e vinte e quatro euros? Sim. Perdão, não. A culpa, como não se cansa de lembrar o professor Miguel Cadilhe desde 2005 é do Estado que não zelou por uma regulação devida. A este propóstio ocorre-me uma outra história. O Zé da Taberna resolveu fazer um negócio com o Quim do Milharal. Nisto o Quim emprestou 30 euros ao Zé. O Zé pirou-se para o Tramagal e os 30 euros nunca mais ninguém os viu. O Quim deu em pensar de quem é a culpa. Depois de consultar os anciãos chegou a uma conclusão: a culpa é da polícia que não vigiou diligentemente a actividade diária do Quim, instalando na sua orelha um sonar. Convenhamos! Como é que o Estado - onde se inclui a diluição da responsabilidade individual - tão cara, carente, caríssima ao pensamento liberal -, Estado que nos últimos dez anos tem sido incentivado a expandir a sua área de actividade, e a quem foram dados todos os instrumentos de legitimidade económica para actuar de forma transparente no condicionamento das operações bancárias, pode deixar de ser culpado de todas estas urdiduras? O Estado não só é o único, o grande, o ignominioso culpado como é a própria culpa feita monstruosidade pecaminosa. Matemos o Estado defenestrando-o da ciência política. Longa vida aos Conselhos de Administração da economia privada (feitos com ministros do Estado) mas sem Estado. Portanto, com Estado, mas sem Estado. Não sei se me fiz entender...
sábado, 1 de novembro de 2008
Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado disse uma vez Einstein
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Está frio e chove
terça-feira, 28 de outubro de 2008
"O problema é, pois, político, e não económico."
"O problema é, pois, político, e não económico. A classe política, durante os últimos dez anos, conviveu, promoveu, defendeu (e em muito beneficiou) a captura da regulação pública por interesses privados. Que credibilidade pode ter agora? Como podemos acreditar que o "novo" Estado regulador não é mais do mesmo, se os personagens são exactamente e literalmente os mesmos? Muito provavelmente, os mesmos interesses políticos de sempre vão "re-regular" o que já está regulado, para favorecer os mesmos interesses económicos de sempre."
Do melhor que tenho lido. Via este senhor
Entretanto este outro senhor faz uma pergunta daquelas.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
As coisas são assim. Os processos não tem fim
ps e não falei em futebol, já viram? estou a tentar fazer a cura do sporting de ontem. Afinal o homem que me fez os móveis era de Paço de Ferreira e eu achei-o uma boa pessoa. Enfim. Coisas. Até breve.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Agora sei porque é que ninguém anda dentro dos "limites" de velocidade
Aqui se segue o texto, de um episódio dum professor da minha "escola", o Instituto Superior Técnico. Parece ter sido verídico este acontecimento, e na minha opinião, este professor merecia uma estátua.
"Argumentação de um português que foi apanhado a 250 Km/h numa estrada onde o limite era de 70 Km/h.
Ex.mo Sr. Dr. Juiz,
Meretíssimo:
Confirmo que vi na estrada a marca de 70 em números negros inscritos num círculo vermelho, sem qualquer informação de unidades.
Ora, como sabe, a Lei de 4 de Julho de 1837 torna obrigatório em Portugal o sistema métrico, e o Decreto 65-501 de 3 de Maio de 1961, modificado de acordo com as directivas europeias, define, como unidade DE BASE LEGAL, as unidades do Sistema Internacional, SI. Poderá confirmar tudo no site do Governo.
Ora, no sistema SI, a unidade de comprimento é o "Metro", e a unidades de Tempo é o "Segundo". Torna-se portanto evidente que a unidade de Velocidade é o "Metro por Segundo". Não me passaria pela cabeça que o Ministério aplicasse uma unidade diferente.
Assim sendo, os 70 Metros por Segundo correspondem, exactamente a 252 Km/h. Ora a Polícia afirma que me cronometrou a 250 Km/h o que eu não contesto. Circulava portanto 2 Km/h abaixo do limite permitido.
Esperando a aceitação dos meus argumentos, de V. Exa.
António Nogueira"
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Na segunda de manhã
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Um verdadeiro elogia à nossa derrota
Não prestando muita atenção ao que vinha a seguir no quadro, já que não domino, ainda, os altos conceitos da "suprema ciência da gestão", vejo uma bela frase do texto que dizia e passo a citar: "O facto de termos colocado as contas públicas em ordem exige um elevado sentido de responsabilidade". Pelo menos até estou de acordo com a entidade que escreveu esta frase tão digna. Mas como sou um pouco céptico em relação a estas coisas e não tinha mais nada para fazer, voltei a reler e a tentar analisar mais detalhadamente o quadro e vejo uma coisa espantosa: Podemos ter um défice baixo, relativamente a anos anteriores, e não estou a desculpa ninguém, fazendo elogios ao trabalho orçamental do governo ao tentar reduzir o nosso défice, mas quando se vê que nós, o Estado, temos uma dívida pública de 111 176.9 Milhões de Euros que representa 64.0% do PIB e que queremos investir em certos projectos que, na minha opinião, não são necessários, no imediato e mais vale agora continuar sem comboios que andam a trezentos à hora e aviões a aterrar no "deserto". O importante seria pagar a nossa dívida que temos no estrangeiro para podermos, mais tarde, viver folgadamente, fazendo com que o Estado (nós todos) pague as suas dívidas e cumprindo com todas as suas obrigações, exigindo ao governo que não desculpe crimes fiscais, como vem uma notícia hoje no Jornal Metro (quando não há tempo para ir comprar o publico aqui ao quiosque perto da minha casa lá tenho de ler o gratuito no comboio pa Lisboa).
Enfim um verdadeiro elogio à nossa derrota, enquanto povo que não liga à discussão política.
Para o leitor interessado em ler o OE para 2009 deixo aqui o link
http://www.governo.gov.pt/Portal/PT/Governos/Governos_Constitucionais/GC17/Ministerios/MF/Comunicacao/Programas_e_Dossiers/20081014_MEF_Doss_OE_2009.htm
Aos trinta já vemos os quarenta
Conserto a palavra com todos os sentidos em silêncio
Restauro-a
Dou-lhe um som para que ela fale por dentro
ilumino-a
Ela é um candeeiro sobre a minha mesa
Reunida numa forma comparada à lâmpada
A um zumbido calado momentaneamente em enxame
Ela não se come como as palavras inteiras
Mas devora-se a si mesma e restauro-a
A partir do vómito
Volto devagar a colocá-la na fome
Perco-a e recupero-a como o tempo da tristeza
Como um homem nadando para trás
E sou uma energia para ela
E ilumino-a
Daniel Faria
homens que são como lugares mal situados
Retratos de uma realidade
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
O post do dia
Limito-me a dizer que isso não explica tudo, e que há o problema da demissão regulatória e da anarquia (fabricada, produzida, incentivada) dos mercados e dos operadores financeiros que ele omite completamente. Mas adiante.
O André, porém, não toca no que está nos bastidores da discussão – que são também as suas fundações.
Não há, da sua parte, sinal do reconhecimento que o “modelo americano” tantas vezes elogiado pelos Atlânticos contra os “velhos e esclerosados europeus”, aparentemente, não existe – era, parece, uma espécie de bolha, de mentira, ou de artifício.
Não há reconhecimento que, afinal de contas, o processo iniciado por Reagan de destruição da “América industrial” – ou seja, destruição dos sindicatos e consequente aumento das desigualdades - deixou o país sem capacidade exportadora, a consumir aquilo que não produz, e refém de um sector financeiro onde, até McCain admite, reina o mais puro greed e onde vale quase tudo.
Não há o reconhecimento que taxas de juro baixas e crédito fácil constituem a “galinha de ovos de ouro” do sector financeiro a quem tudo passou a ser permitido. Acabe-se com as primeiras e eu queria ver o que aconteceria ao segundo (daí o tal oportunismo “neo-liberal” deste tipo de críticas).
Não há o reconhecimento do facto de que a classe média e a classe trabalhadora americana, apesar do brutal aumento de produtividade que a economia americana registou nas ultimas décadas, têm ficado com uma ínfima parte desses ganhos, e que, por isso, para continuar a consumir o que a sociedade de consumo impõe, gastam o que não têm.
Sobre isto, nem uma palavra. Mas isto, afinal de contas, é o fundamental.
A capa do dia
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Shiny Happy People
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
terça-feira, 7 de outubro de 2008
No fundo temos todos a mesma ideia
It's the End Of The World As We Know It (And I feel Fine)
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Anda um expectro pela Europa
Robert KURZ, Ler Marx (Marx Lesen), Frakfurt am Main, Eichborn, 2001
A técnica da táctica. Da derrota. Em forma de elogio
domingo, 5 de outubro de 2008
Em directo
Em dia de festa, deixo-vos o psicadelismo dos Jefferson Airplane. Sempre ajuda a ouvir este discurso.
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Humilde Contributo Para Um Rápido e Swingado Controlo dos Mercados Financeiros - Parte IV
O seu Biu tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça “na caderneta” aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados. Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobre preço que os pinguços pagam pelo crédito).
O gerente do banco do seu Biu, um ousado administrador formado em curso de emibiêi, decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento, tendo o pindura dos pinguços como garantia.
Uns seis zécutivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.
Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do seu Biu).
Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.
Até que alguém descobre que os bêbados da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do seu Biu vai à falência. E toda a cadeia sifideu !
Viu… é muito simples…!!
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
terça-feira, 30 de setembro de 2008
E o baile de bola que estes senhores levaram?
O meu portista favorito já comentou. É para rir mesmo.
Que farás América quando tudo arder?
"...contou do hospital de crianças cancerosas onde trabalhou depois de voltar da guerra de Angola e de como nesse hospital se zangou com Deus, apesar de não ser um homem religioso. Estava lá um miúdo de cinco anos com leucemia, muito bonito, de olhos grandes e, na sua opinião, Deus não tem o direito de pôr uma criança a gritar por morfina. O rapaz morreu e vieram dois homens com uma maca, mas como o morto era muito pequeno, bastou um homem enrolá-lo num lençol e levá-lo ao colo pelo corredor, mas um pé da criança saiu do lençol e ele viu o pé afastar-se, balançando no ar.
- Nesse dia decidi: vou escrever para aquele pé.
Talvez já tenham visto uma plateia de nova-iorquinos, professores, académicos, leitores, intelectuais, as pessoas mais cosmopolitas do mundo, a engasgarem-se nas próprias salivas silenciosas."
Da semana passada
ps para os que foram ao nosso espectaculo, nao encontrei a musica original usada. mas esta acaba-se por adaptar. novos caminhos.
As saudades, meu deus, que eu tenho deste homem
sábado, 27 de setembro de 2008
Post inevitável
sinal desse silêncio que me não permite
desistir de cantar enquanto vivo
Que o vento a névoa a folha e sobretudo o chão
caibam dentro do espaço da minha canção
Ruy Belo
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Elogio do mercado (do Bulhão)
Consideremos a expressão “Estado”. Alguém, verdadeiramente, acredita que isto corresponda a qualquer coisa de efectivo e identificável como actor social? Porque não falar de gestores de empresas, fornecedores industriais, líderes de partidos, direcções gerais, ministros, direcções de informação das televisões, presidentes de associações sindicais, presidentes de associações comerciais? Talvez com estas expressões se explique alguma coisa.
Meu caro leitor: entre muitas perplexidades há uma que me angustia particularmente. Como casar ideias liberais e apologias do indivíduo com estas colectividades nebulosas (como o mercado) que dizem ser a base da nossa liberdade política?
E se os individualistas liberais começassem, finalmente, a falar do indivíduo e dos seus interesses particulares como coisa normal que, não sendo diabólica, deve ser clara e transparente. Talvez nesse dia se compreendessem muitas das contraditórias ideias sobre o mercado.
Devo dizer, de resto, que mercados só conheço o do Bulhão e o da Ribeira uma vez que, hoje em dia, compro tudo no Continente. Fui claro?
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
O liberalismo afectivo de Ana Free através da teoria do significado em Tony Carreira: um estudo comparativo
O texto de Tony Carreira, «Eu sem ti», lança-nos no verdadeiro universo da autocrítica althusseriana, não através do corte epistemológico da ciência marxista mas, desta feita, por meio da reconversão burguesa do afecto amoroso. A própria sintetização simbólica do título «Eu», onde se junta a ausência do sujeito amado (da sujeita, entenda-se, nada de más interpretações) «sem ti», revela-nos a precária existência do homem dominado pelo amor. A sensação de desorientação é, aliás, uma das marcas mais significativas da ausência de valores. Carreira recorre à ideia de luz numa sugestão imagética invulgar: a contraposição trevas/ luz, desorientação/ encontro. Quanto o poeta afirma «se não fosse a tua luz/ esse olhar que me conduz/ simplesmente eu era mais um caso perdido» fica patente uma associação entre o encontro com a amada, o passar do tempo e a mudança radical do valor conferido pelo poeta à sua própria pessoa. A celebração do reencontro com um projecto de vida transforma-se no verdadeiro mote de todo o texto. Sinal desta nova realidade é a repetição final do refrão. «Eu era», com acentuação longa na última sílaba onde o poeta sugere: «Eu era» mas já não sou. Como quem diz: eu era «um eterno vagabundo à tua espera» mas deixei de ser, talvez devido às maravilhas do subprime e da generosidade do crédito hipotecário. Portanto, ao sugerir a afirmação reflexiva «Eu era» é como se perguntasse retoricamente: quem era eu antes desse encontro com a luz? Seria um homem sem casa (um pequeno T2)? Ao que responde «um Inverno sem sinais de Primavera». A casa, por onde o sujeito poético deixou a vagabundagem, é a própria amada e ele uma nova Primavera talvez já com sinais do Verão. Com efeito, o leitor pergunta-se sub-repticiamente: Não eras o quê? Não era um caso perdido. Porém, todo o poeta, e Tony Carreira não deixa de o afirmar constantemente, vive sempre na iminência de se transformar num caso perdido. Eu, da minha parte, confesso que o sou há já muito tempo.
Por sua vez, Ana Free traz consigo toda uma galeria de sugestões poético-económicas. Na canção que confere profunda originalidade ao seu nome artístico, «Free», somos transportados para um carrocel de sensações só equiparável à turbulência dos mercados financeiros. «Spinning round /I never thought that I'd find you (no)/ Running round/ In circles, I try not to, not to (oh)». Repare o caro leitor na subtileza das interjeições (no) e (oh) como se o sujeito poético recusasse a dor de entalar o dedo na porta ou mesmo o toque desprevenido da sopa quente na língua. Através desta rica sugestão, ficamos a saber que rodopiar é uma das mais eficazes formas de encontrar alguma coisa, mesmo que seja apenas um poste ou um muro onde possamos bater com a cabeça («oh», «no»). Depois, temos uma aproximação à ideia Carreiriana do encontro-salvação, uma alegada influência cristológica onde o amado é comparado a uma «life-line» que permite reconfigurar o sentido da existência. Ana Free não nos recorda apenas que o encontro, depois de um bom rodopio, se pode associar ao alívio do maluco quando interrompe as cabeçadas na parede. «Now I see you show me what it means, to be free». Na verdade, o leitor pode constatar que o amado revela ao sujeito poético o que realmente significa ser livre: rodopiar, andar por aí, até encontrar um referente de sentido. A profundidade da sugestão remete para o linguistic turn dos anos oitenta, onde, finalmente, impulsionada pela «morte de Deus», nietzscheanamente informada pela superação da moral universal, a poeta reconhece o coração humano como único lugar passível de ser a forja das tábuas da lei. Ela demonstra, aliás, por meio desta invocação contraditória (liberdade/prisão) que o amado vem descodificar os sentidos ocultos das coisas (uma forma cristológica do logos grego salpicado pelos textos marxistas e revolucionários que pariu já coisas tão fabulosas como a teologia da libertação). Assim, ao invocar a necessidade de permanecer junto do amado, Ana Free mostra-nos, originalmente, diga-se, que o amor é um contraditório lugar de paradoxos. Repare o leitor na forma como, no refrão final, Ana Free associa a necessidade («I just need you beside me») com a sensação de liberdade («that's free») numa recontrução gramatical que pode também ser lida com uma dádiva (é de graça). Mais uma vez, a influência dos estudos económicos conferem novas cores ao universo metafórico:
O amor apresenta-se como território de liberdade, conferindo sentido a todo o mundo real, sendo, de resto, de graça. Esta influência do liberalismo na produção dos significados vai revolucionar a literatura mundial. Para quê pagar aquilo que pode ser de graça?
Numa palavra: de envergonhar Camões.
Digo muitas vezes que isto só se resolve com metralhadora e confesso que tenho uma certa admiração pelo meu colega de profissão Che Guevara
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
A história do mendigo do Chiado
tu gritavas,
e gemias no erotismo do beijo;
E que quando escapavas,
pelo exotismo das ruelas,
da poesia do toque
todas as verdades piedosas dançavam,
e bailavam por entre a valsa do alívio,
porque se afastavam de mim
as tormentas do ser amado
Não por aquilo que esperava-mos eu ser
Mas sim, por apesar do que era
E assim
Todo este conto que me fazia mendigar
era o mais sincero dos diários
que fazia exultar o teu, todo, instante
domingo, 14 de setembro de 2008
Binary solo
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ps: ajuda na tradução aqui
I'm back
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Algures num comboio leio destas coisas
in O livro do desassossego, Fernando Pessoa
terça-feira, 9 de setembro de 2008
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
O profeta de Nietzsche
que geravas do caos?
Ceifar o que há do saber e do
conspurcar pelo que é digno?
Mas que saber existe
para a natureza do homem?
É preciso ser...
Ser o animal
domingo, 7 de setembro de 2008
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Os dias correm devagar
No fim de semana houve oportunidade de ver o sol e passear mais um pouco. Dar um salto à Estónia e conhecer Tallinn. A zona antiga da cidade de tempos medievais, mantêm-se quase intacta, e acabou por ser uma lufada de ar fresco neste cinzento frio de Helsínquia.
A análise ao país continua. A TV aqui também não presta. Há big brother e novela mexicana. Juro. E o canal de desporto passa a vida a mostrar corridas de cavalos (mais apostas presumo). Muitas mais semelhanças haverá. Sendo assim e se esta malta está rodeada do mesmo que nós, onde é que nós falhamos? A resposta poderá estar numa coisa simples: a honestidade das pessoas.
Falar de honestidade é falar de corrupção. Segundo esta organização que mede a corrupção nos países do mundo, a Finlândia está em número 1 (de O a 10 tem 9,4). Portugal surge na posição 28 (6,5). Vejam o estudo e tirem-se conclusões.
Entretanto apresento-vos o novo modelo da Nokia. 100% reciclável. :)
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Gelado com xarope de alcatrão
In Northern Europe, the word "tar" refers primarily to a substance that is derived from wood. In earlier times it was often used as a water repellent coating for boats, ships, and roofs. It is still used as an additive in the flavoring of candy, alcohol and other foods. Wood tar is microbicidial and has a pleasant odor.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
O verão em helsinquia
Os sonhos em BD
Slow Wave is a collective dream diary authored by different people from around the world, and drawn as a comic strip by Jesse Reklaw.
sábado, 30 de agosto de 2008
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Assunto universal
"Mais: o Vitória corre o risco de ser roubado e ainda mais penalizado… por mau comportamento dos jogadores (junto ao túnel) e, eventualmente, do público. Um escândalo!
O problema maior é que NINGUÉM parece interessado em suscitar esta questão de uma forma séria e consequente
É um assunto universal e seria importante a criação de entendimentos no sentido de pressionar a UEFA (no caso europeu) e a FIFA para derrubar o conservadorismo e a mentira.
É uma luta para a qual peço a adesão de toda a comunicação social."
Ajudem o homem ó faz favor. A ver se ele se cala. Ou então ofereçam-lhe uma gravata.
A ler de manhã:
Não estamos sozinhos no mundo. Convém lembrá-lo. Como convém que as análises que se querem sérias não evidenciem o mais raso populismo e a mais confrangedora tentativa de ganhar pontos no concurso da popularidade
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
A ida ao museu
"We see the trainee sitting at her workstation in the consults’ open plan office space or in the tax department library all day doing nothing. One of the videos shows her spending an entire day in an elevator. These acts or rather the absence of visible action slowly make the atmosphere around the trainee unbearable and force the colleagues to search for solutions and come up with explanations for the situation.
Masking laziness in apparent activity and browsing Facebook during working hours belong to the acceptable behavioural patterns of a work community. However, sitting in front of an empty desk with your hands of your lap, thinking, threatens the peace of the community and breaks the colleagues’ concentration. When there is no ready method of action, people initially resort to avoidance, which fails to set their mind at ease when the situation drags on.
What provokes people in non-doing alongside strangeness is the element of resistance. The non-doing person isn’t committed to any activity, so they have the potential for anything. It is non-doing that lacks a place in the general order of things, and thus it is a threat to order. It is easy to root out any on-going anti-order activity, but the potential for anything is a continual stimulus without a solution."
Como a artista diz na exposição, a realidade é mais estranha que a ficção.
Os mais corajosos devem ler isto ao som do que pode ser encontrado aqui. Impressoras de agulhas em sinfonia.