O professor Miguel Cadilhe publicou em 2005 um pequeno volume intitulado O sobrepeso do estado em Portugal. O livro, apresentado pelo pai da explosão económico-cultural do (virtual) emagrecimento estatal, pode ser sintetizado nas seguintes declarações: «Era possível governar e avançar em todas as frentes? (Responde Miguel Cadilhe) A minha proposta é radical. É uma questão de escolha, de vontade política e de calendário. Não acredito em pequenos programas de reformas segmentadas. Isto só vai lá com uma redução de todo o funcionamento corrente do Estado/Administração Pública.
Isso quer dizer o quê? Que tem de olhar para todos os serviços da Administração Pública, desde a local à central, para todos: desde a Educação à Justiça, desde a Segurança Social à Segurança Pública, desde a Defesa à Saúde, desde a Administração Fiscal aos gabinetes ministeriais»
Isto quer dizer que o Estado em 2005 era não só pesado como sobrepesava. Mas sobre quem? É dificil responder. Uns dirão: pesava sobre a economia porque sendo a mais vigia de menos. Outros, por sua vez, replicarão: pesava sobre os empresários porque tributando a mais recebe de menos. De qualquer modo, o Professor Miguel Cadilhe tem toda a razão. Ainda ontem voltou a alertar os menos avisados: se o BPN prevaricou de quem é a culpa? Dos conselhos de Administração? Não. Dos accionistas? Não. Dos gestores comerciais? Não. Dos gestores de conta? Não. Da senhora da limpeza que vem de Cacilheiro a partir de Alhos Vedros limpar o chão às 7h00 da manhã com sonasol e ainda não investiu devidamente no team building domiciliando o seu ordenado em conta apropriada do BPN na módica quantia de quatrocentos e vinte e quatro euros? Sim. Perdão, não. A culpa, como não se cansa de lembrar o professor Miguel Cadilhe desde 2005 é do Estado que não zelou por uma regulação devida. A este propóstio ocorre-me uma outra história. O Zé da Taberna resolveu fazer um negócio com o Quim do Milharal. Nisto o Quim emprestou 30 euros ao Zé. O Zé pirou-se para o Tramagal e os 30 euros nunca mais ninguém os viu. O Quim deu em pensar de quem é a culpa. Depois de consultar os anciãos chegou a uma conclusão: a culpa é da polícia que não vigiou diligentemente a actividade diária do Quim, instalando na sua orelha um sonar. Convenhamos! Como é que o Estado - onde se inclui a diluição da responsabilidade individual - tão cara, carente, caríssima ao pensamento liberal -, Estado que nos últimos dez anos tem sido incentivado a expandir a sua área de actividade, e a quem foram dados todos os instrumentos de legitimidade económica para actuar de forma transparente no condicionamento das operações bancárias, pode deixar de ser culpado de todas estas urdiduras? O Estado não só é o único, o grande, o ignominioso culpado como é a própria culpa feita monstruosidade pecaminosa. Matemos o Estado defenestrando-o da ciência política. Longa vida aos Conselhos de Administração da economia privada (feitos com ministros do Estado) mas sem Estado. Portanto, com Estado, mas sem Estado. Não sei se me fiz entender...
Isso quer dizer o quê? Que tem de olhar para todos os serviços da Administração Pública, desde a local à central, para todos: desde a Educação à Justiça, desde a Segurança Social à Segurança Pública, desde a Defesa à Saúde, desde a Administração Fiscal aos gabinetes ministeriais»
Isto quer dizer que o Estado em 2005 era não só pesado como sobrepesava. Mas sobre quem? É dificil responder. Uns dirão: pesava sobre a economia porque sendo a mais vigia de menos. Outros, por sua vez, replicarão: pesava sobre os empresários porque tributando a mais recebe de menos. De qualquer modo, o Professor Miguel Cadilhe tem toda a razão. Ainda ontem voltou a alertar os menos avisados: se o BPN prevaricou de quem é a culpa? Dos conselhos de Administração? Não. Dos accionistas? Não. Dos gestores comerciais? Não. Dos gestores de conta? Não. Da senhora da limpeza que vem de Cacilheiro a partir de Alhos Vedros limpar o chão às 7h00 da manhã com sonasol e ainda não investiu devidamente no team building domiciliando o seu ordenado em conta apropriada do BPN na módica quantia de quatrocentos e vinte e quatro euros? Sim. Perdão, não. A culpa, como não se cansa de lembrar o professor Miguel Cadilhe desde 2005 é do Estado que não zelou por uma regulação devida. A este propóstio ocorre-me uma outra história. O Zé da Taberna resolveu fazer um negócio com o Quim do Milharal. Nisto o Quim emprestou 30 euros ao Zé. O Zé pirou-se para o Tramagal e os 30 euros nunca mais ninguém os viu. O Quim deu em pensar de quem é a culpa. Depois de consultar os anciãos chegou a uma conclusão: a culpa é da polícia que não vigiou diligentemente a actividade diária do Quim, instalando na sua orelha um sonar. Convenhamos! Como é que o Estado - onde se inclui a diluição da responsabilidade individual - tão cara, carente, caríssima ao pensamento liberal -, Estado que nos últimos dez anos tem sido incentivado a expandir a sua área de actividade, e a quem foram dados todos os instrumentos de legitimidade económica para actuar de forma transparente no condicionamento das operações bancárias, pode deixar de ser culpado de todas estas urdiduras? O Estado não só é o único, o grande, o ignominioso culpado como é a própria culpa feita monstruosidade pecaminosa. Matemos o Estado defenestrando-o da ciência política. Longa vida aos Conselhos de Administração da economia privada (feitos com ministros do Estado) mas sem Estado. Portanto, com Estado, mas sem Estado. Não sei se me fiz entender...
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