sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

E para fechar, a canção do ano



ou melhor, a cover do ano. descoberta há pouco no youtube. e como diz o 1º comentário que lá está:

"Radiohead and Regina Spektor ... this is a musical orgasm."

assim vos deixo e até para o ano. cá nos espera a crise e os mercados sempre atentos.

Ossos


Ao passar dos 30 é sempre a descer lá diz alguém. Descobri que pelos vistos a dor no joelho é causada por isto.

Fechar o ano

Naquelas coisas parvas que só nós humanos fazemos, aqui vai a revisão do ano.

500 days of summer. é de 2009, mas chego tarde às coisas. o melhor que vi este ano (até em muitos anos). foi dos poucos que consegui ver graças aos mistérios da paternidade, mas ainda bem que o vi.

na música lembro-me dos walkmen, do concerto dos tindersticks. e regina spektor. ai regina do meu coração. de certeza que ouvi muito mais. mas a memória anda mal. preciso de tomar magnésio.

de resto na vida tudo segue o seu rumo. a filha cresce em altura e sabedoria. e naquela alegria que só uma criança consegue ao descobrir uma coisa nova. neste momento palra aqui ao meu lado. e penso que não preciso de mais nada. foi um ano bom.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

É em tudo uma nova maneira de arrumar as coisas

Mais detalhes aqui

"Então está a gostar? está muito bonito"

O meu natal foi bom obrigado, ainda bem que perguntam. Encheram-me a casa de brinquedos o que é sempre bom para a criança. De resto tudo vai bem. Parece que estamos a caminho da tempestade perfeita. Com saldos pelo meio.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Conexões de sentido que estão para além das nossas competências cognitivas, mas, ainda assim, tudo bem

Mas aplica-se aqui o que já os antigos diziam em relação à agricultura: "fazemos vinhas para nós, olivais para os nossos filhos e sobreiros para os nossos netos".


O peso do número

Este link conduz o leitor a um argumento de fino recorte, pertinência racional, acutilância política, esmero argumentativo e aristocrática legitimidade, a saber, pessoas que não terminaram as licenciaturas devem ser imediatamente cuspidas e apedrejadas até à morte, sob pena de mergulharmos na lama, na insídia e na infâmia, não só todas as nobres e insubstituíveis instituições do conhecimento, como todos nós, do Minho a Timor, nossa senhora de Fátima, salvai-nos e salvai Portugal. Não recordarei que varões insignes da crítica, como José Manuel Fernande e Ricardo Costa, também não completaram o seu plano de estudos, donde se conclui, com manifesta simplicidade, que Portugal é um país que se divide entre analfabetos (cerca de 73,1 % do pessoal político) e estúpidos (93,9% dos autores do blog 31 da Armada).

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Um santo Natal e essas coisas assim



ps tenho um fraquinho por videos lamechas e fofinhos.

Metereologia Natalícia

Um dos mais tremendos impactos das perturbações nos aeroportos ingleses é o facto da sua contribuição ser cada vez mais terrível no sentido de oferecer oportunidades ao Maradona de se nos adiantar na corrida mais louca do mundo, a saber, fotografar Bourgeois dignity: how economics can't explain the modern world entre uma chamuça e uma imperial.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Porque escrevo tão bem, quando há milhões de blogues onde se escreve tão mal.

Tudo bem com toda a gente? Quero iniciar este post com um profundo sentido de gratidão e verdadeiro reconhecimento a todos aqueles que, do Minho ao Algarve, continuam a fazer de mim uma das pessoas mais inteligentes do mundo nos últimos trezentos anos, concedendo-me reiteradas oportunidades para demonstrar a minha superioridade intelectual, estética, gastronómica, artística e patológica, podendo verificar-se a cada segundo - tal como nesta espectacular manifestação do mais ridículo zelo - uma comprovada falta de carisma, raciocínio, eloquência, originalidade, domínio da língua, ostensivamente presentes em variadíssimos dos mais frequentados blogues da direita portugesa, o b fachada é uma porcaria. Perante os factos quotidianamente apresentados neste lugar, não há como duvidar da coluna de camiões carregados de pertinência que assistem toda a minha obra, erguida por mim (tudo bem com todos?) à força de imperiais, livros e chamuças, para além da frequência (incompleta) de um curso das Novas Oportunidades (um dos mais fundamentais projectos políticos desde as reformas de Sólon em Atenas), isto depois de ultrapassadas algumas dificuldades, na obtenção dos diplomas necessários, por meio de favores sexuais a um chefe de Secretaria com mais de oitenta quilos, sócio do Sporting, e politicamente empenhado, em todas as direcções possíveis, com todos os projectos de grandes obras públicas desenvolvidos em gabinetes ministeriais nos últimos quarenta anos. Os últimos trabalhos de uma das mais incontornáveis personalidades do mundo ocidental, explicam à saciedade quer as graves lacunas ao nível da espiritualidade oriental presentes nas caixas de comentários da blogosfera, quer um dos mais graves problemas da nossa democracia: a saber, além do b fachada ser uma grande porcaria, há ainda a constatar a ausência de um plano concertado para ensinar a língua de Fernando Pessoa, Elsa Raposo e Júlio Isidro, ao conjunto da população portuguesa ainda não familiarizada com o facto das práticas discursivas e a expressão do pensamento individual (iluminado, esclarecido, não subjugado a sub-formas de pensamento político contraídas com o vírus da adolescência, e não determinado por paixões obscuras) ser o principal alicerce da política e de todas as aspirações dos seres humanos em torno do bem público, uma coisa que se encontra algures entre os nossos desejos mais secretos e um Arraial no Concelho de Amares. Um santo e feliz Natal para todos, bem como para todos os entes mais queridos de todos os entes que habitam esta bola de lama que vai pelo pelo céu como a andorinha, a terra.

Só de saber

que o Yanick marcou dois golos, na verdade apenas um porque o outro foi um alívio mal conseguido, fiquei com um amargo de boca. Antes uma derrota a ter o Yanick mais uma época na lista de despesas do SCP. Felizmente tenho andado a afogar as mágoas no Yo-Yo Ma. Até para o ano.

Respostas às suas duvidas

encontrado há pouco na fnac e dedicado ao nosso comentador preferido Ze-Lopes

Votar es un placer



Não é nova a imagem, e devo ao grande Fernando Alves o seu conhecimento. mas como sugere o próprio, em abstracto, nas próximas eleições o melhor é votar de camisinha, pelo sim pelo não.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Honesto estudo com longa experiência misturada: eis besugo

Peço desculpa a todo o mundo globalizado por voltar a temas recorrentes e pouco dados à criação de postos de trabalho (não convém que o cão volte ao seu próprio vómito, para citar o Antigo Testamento, um livro quase tão bom como a Revista Gina) mas a verdade é que a melhor prosa na língua de Luís Vaz de Camões, Tarzan Taborda e Helena Coelho, se encontra em sítios como o aduzido em cima. Ora, não é possível interiorizar este princípio sem colidir de frente com uma outra premissa quase tão perturbante como esta notícia ‎: é ou não determinante o facto de besugo, para lá da experiência com bolas de cautchú nos enlameados de Lamego, ter frequentado as páginas da literatura médica? Vou poupar os leitores a incursões nas relações entre a prática de actos médicos e a literatura. No entanto, a mim ninguém me convence da absoluta não existência de relações entre o esforço de compreensão do maior número possível de inteligências em movimento (que, até ver, apenas os livros conferem) e a amplitude do leque de possibilidades de expressão de todos os escuros becos de que é feito o espírito de indivíduos que ousam emancipar-se em direcção às luzes, sejam elas esbranquiçadas numa sala de operações ou arroxeadas no ambiente fétido de um talho. A todos os que têm insistido na vitória das trevas, do Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva e de Tocqueville sobre os guerreiros da Luz da estirpe epidemiológica de um Jean-Jacques Rosseau ou de um Alf (eu gosto muito de referir-me a mim próprio na terceira pessoa) quero lembrar que nunca me pareceram devidamente fundamentadas aquelas versões historiográficas que garantem ser o Nazismo, Bergen-Belsen (um nome que podia ser de um lateral direito do Rapid de Viena) ou Goering, a prova de que o estudo e arte não são garantias de protecção dos direitos humanos, o que apenas comprova, isso sim, a incompreensão do valor sacrificial da arte e da leitura, e a incompreensível confusão entre a acumulação de experiências ostensivamente postiças (ilustradas por toda a obra de uma Paula Moura Pinheiro ou de um Eduardo Prado Coelho) e um estudo rigoroso do pensamento humano na sua forma mais transparente, eloquente, fecunda, e cabalmente bela, o que não é compatível com nenhuma forma de menoridade. Perguntarão como se distingue besugo de José Luís Peixoto; perguntarão se existe sequer um imperativo público, estético ou filosófico para colocar uma tal questão, ao que eu responderei que, não crendo na remissão dos justos depois da morte, resta-me estar aqui, de olhos fixos numa frase e saber, saber onde estão aqueles que, mesmo capazes das piores porcarias, não serão nunca capazes de uma frase mal escrita.

Quando comprar uma casa pergunte pelo vidro

Ora aí está uma recomendação que vem a propósito do falecimento do inolvidável vinhateiro, comentador desportivo e homem de quem sempre se esperaram grandes coisas, com justa razão, diga-se. Esta grande aventura de estar vivo tem permitido ao meu espírito genial roçar-se por inúmeras perplexidades, entre as quais a constatação do fascínio das mais estúpidas de entre as mais estúpidas pessoas por expressões deduzidas das patologias digestivas, o que não só revela uma triste falta de criatividade metafórica - um mal de que também padece valter hugo mãe - como uma incapacidade de seguir um raciocínio durante mais de quatro linhas, uma coisa que não me acontece desde que aos cinco anos de idade encalhei na segunda estrofe dos Lusíadas, altura em que meus familiares, bondosamente, me encaminharam para as veredas do Senhor, a paz esteja com convosco, o amor de Cristo vos uniu, meus caros comentadores, saudai-vos a todos na paz de Cristo.

A minha droga é o vinho verde e o cabrito assado

Isto continua muito bom

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Eu não disse que era um belissimo blog

"Obviamente que todas as iniciativas para ajudar quem precisa são sempre bem-vindas, mas desde que sejam desinteressadas. Ajudar na perspectiva da ganância e da chica-espertice torna quem o faz naquilo a que aqui chamaria, usando uma linguagem infantil, um mete-nojo (está tudo bem comigo, e não, não me tornei um freak de esquerda). Vamos lá esmiuçar isto."

Vão lá ler o resto sobre a popota e a leopoldina. Quem é que inventa estes nomes??

O Tony Carreira e B Fachada no mesmo texto Alf ?


Não sei quem seja(m) B Fachada e todos os restantes de quem falas, mas o Tony sei bem quem é. Muito baile dancei eu ao som deste, e outros, artistas. Se a música pimba outro propósito não tem que o de proporcionar a adolescentes imberbes um pouco de roça-roça (por falta de melhor termo) sob o olhar atento da família de ambos, então a música pimba mais que justifica a sua existência.

Certo, não era uma uma crítica à moral e bons costumes que ainda se vão praticando por esse Portugal fora. Mas mesmo assim gostava de sublinhar que por muito baixo que seja o nível do Tony, ainda não chegou ao ponto de subir ao palco com uma tanga de presunto à la lady gaga. Não é muito, eu sei, mas é já alguma coisa nos dias que correm.
E agora um exercício Júlio Isidro para a hora do jantar: quantas Fátimas Campos Ferreira cabem dentro de um smart sem ser preciso alterar o nome do carro?

Enquanto as Presidenciais nos não pricipitam ainda no abismo tenebroso da Vivenda Mariani


Uma pausa nos problemas

Mais um belissimo blog, nesta que foi uma pausa nos problemas do trabalho.
Há coisas que não ajustam com uma segunda de manhã. Não se ajusta o fácil levantar, o banho reconfortante nem a saída triunfante de casa para o dia de trabalho. Não-não, não é fácil. Apresenta-se mais espontânea a saída do metro para a rua do Crucifixo, avivada pelo grande agitar dos homens das carrinhas que alimentam o centro comercial próximo, provando que a economia do microfone de lapela é bem mais fácil que o duro carregar de caixas no frio da manhã, ainda por cima sem o chocolate quente da Xocoa, sem esperançosas leguens, mas com o estridente grito bem-disposto dos ACDC, trajados, confesso, para mentes mais quietas, logo, mais ávidas de agitação.
Não se coaduna também o prego no pão com uma cervejola das boas. Não se coaduna, mas cedemos à força da memória recente. Fica no fundo da Rua Cláudio Nunes, em Benfica, próximo da Pastelaria O Nilo e chama-se Prego d’Ouro, um nome de fazer inveja a qualquer menino de família formado em Marketing no IADE e promovido ao mercado de trabalho em função da publicidade que dele a família fez. Atrás do balcão, alto, desconhecendo um a um a matilha de psicólogos que se dedica ao estudo da potencialização da estupidez do ser humano, o sr. António, também alto e desajeitado, expondo os óculos-fundo-de-garrafa corta, com uma faca que faz lembrar o clima dos jogos do Sporting, um naco de carne de vaca como de da defesa do mesmo clube se tratasse. Em seguida, ainda com os dedos inteiros, espantando a nossa miopia técnica – o sr. António olha para o lombo de vaca com cerca de 3 quilos como se de um alfinete se tratasse – coloca umas poucas pedras de sal, um dente de alho e leva o dito bife a grelhar numa tostadeira enquanto nos tira a viva imperial. Pode não ser o melhor conselho para uma manhã de segunda, pode não combinar com os dias frios de natal, mas vejam bem, também não combina com tanto jornalismo depressivo-ó--fast food e ainda por cima requentando que nos faz lembrar que as coisas são tão simples e naturais como o golo do di Maria este fim-de-semana.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Conflitos interiores, crises mundiais e outros problemas de literatura comparada

William Blake, Michael binding Satan, c. 1805
Se uma pessoa diz que o capitalismo contemporâneo não pode ser compreendido sem uma adequada historiografia do romantismo inglês, quem sou eu para duvidar? Além do mais, há muito que desenvolvo suspeitas sobre o estado comatoso-enamorado de economistas como Nogueira Leite ou Vítor Bento, dois cientistas apaixonados pela sua própria voz. No que me toca (e olhem que me tocam muitas coisas) nunca alimentei especial interesse pela minha própria voz e vomito pelo menos três vezes a cada dez páginas no decorrer de uma revisão de texto. De qualquer forma, esta semana prometo fazer a travessia Cacilhas-Cais do Sodré recortado contra um céu cinza, ondas de veludo azul, segurando entre as mãos um dos meus magníficos hardcovers produzidos no país onde Blake desenvolveu a sua arte de enlouquecer com estilo, e juro consumir a próxima semana em projectos individuais de transformação do meu espírito, uma substância pela qual nunca nutri grande simpatia, não obstante todas as tentativas denodadas da reprodução social para fazer de mim uma pessoa e tudo. Não se preocupem, uma vez que, nestes dias que são os últimos, continuo a acreditar no poder transformador da chamuça, da imperial, e do correio internacional, tudo isto na mesma e exacta semana em que postarei a primeira recensão portuguesa a um livro de uma Professora da Universidade de Chicago em que se explica porque razão Portugal falhou a construção de uma sociedade socialista, a vitória no Festival Eurovisão da Canção, o pleno emprego, e a extradição de Rosa Casaco, tudo isto sem esquecer que o Luciano Amaral é uma pessoa que compara a situação actual a um incêndio (no meio do qual devemos procurar salvar alguma coisa, deixando arder o resto) algo que nunca mais tinha sucedido desde que Sá de Miranda pensou que tudo ardia só pelo facto de se ter apaixonado, um fenómeno psico-social que Lobo Antunes respigou para descrever a vida interior de um travesti sem particular sucesso, enfim, dois exemplos que seriam fundamentais para compreender a vida, se a Agência Ficht não tivesse já atingido por nós todos o Nirvana da precisão por meio de uma pirueta à rectaguarda com mortal encarpado. Como não podia deixar de ser, as retrospecções são como as maçãs do Fundão, normalmente têm bicho.

Deixemo-nos de coisas tristes

E vejamos o trailer do novo filme do Terrence Malick: Tree of life. Já estou rendido. E estreia em Maio de 2011.

Ao senhor ministro Mariano Gago, impotente para resolver os mui graves problemas que afligem o país

Tenho uma capacidade de entendimento limitada

já se sabe, e talvez por isso me estranhe o desabafo do Mariano Gago, que descreveu assim o modus operandi das ordens profissionais, "Chegam lá ao gabinete e dizem-me: ‘Senhor ministro, desculpe lá, quer proletarizar esta profissão? Arranje uma maneira de fechar estas entradas, seja como for’”.

Mas o senhor ministro não sabe como utilizar o advérbio negativo para responder a estes marialvas assim que lhe entram pelo gabinete adentro ? E pior, mais à frente faz notar de que os representantes eleitos sitos no Parlamento não possuem espinha dorsal tal é a facilidade com que dobram ao sabor dos interesses entranhados. Mas o senhor ministro então serve exactamente para quê senão para em boa consciência, se opôr a tais interesses entranhados. Certas e determinadas coisas escapam ao meu entendimento.

A economia e o natal. Parte 2 - o casamento

Há qualquer coisa de vida nas manhãs dos sábados. Enquanto Medina Carreira geme por cada pingo de urina que deixa cair, que a Fátima Campos Ferreira recorda as elevações matinais - as suas e as dos homens do andar de cima - para ganhar um novo andar com mais pós que contras, em que o Manzarra enjoa as demasiadas tias comidas nos últimos meses, o medina perdão, o Mendigo que foi convidado para o casamento mais cor-de-rosa do ano ainda dorme - e não, não me refiro à pigmentação oferecida pelo vinho nem à tatuada pelo frio - e sonha com uma maria no trenó puxada pela rena aníbal trazendo, ao seu encalce, um saco de felicidade marcado de Porta da Ravessa. E aí, oniricamente, fica com uma tensão presidencial. Pergunta: será mais vergonhosa a popularização fácil da maria ou o aproveitamento do país imaginado pelo aníbal? haja paciência natalícia.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A vantagem da cobertura dura é ser qualquer coisa entre a tartaruga-das-galápagos e um Silvester Stalone habitado pela sensibilidade de Keats


Melhor livro do mundo na categoria de produtos não ficcionados para pessoas muito acima da média.


Apesar de estar rodeado de hardcovers (reparem bem nesta cornucópia citativa digna de um José Pacheco Pereira ), tenho tido muitas dificuldades em adormecer desde que Carlos Pinto Coelho morreu, isto por não me ocorrer nada que fazer com os próximo duzentos anos de noites passadas na periferia de Lisboa, restando-me desesperar, consolado com o facto de, ultimamente, Pinto Coelho passar na rtp memória, geralmente recortado contra um horizonte de sobreiros, céu azul-piscina e restolho. Assim, faltando para efeitos de tranquilização mental os magníficos programas por si despejados desde África até à contra costa, tenho estado a debater-me com uma falta de sentido para a vida que não experimentava desde que Vítor, no contexto sociológico da Casa dos Segredos, quase cometeu violência doméstica numa casa emprestada, sobre uma pessoa de que niguém, alegadamente, consegue estabelecer o padrão de relação civil, colocando, tecnicamente, sérios problemas ao recém-reeleito bustonário (sic) da Ordem dos Advogados. Do malogrado autor do Acontece, salva-se o facto de ter sido o único retornado despedido por um prémio nobel da literatura, o que, convenhamos, não é coisa que aconteça todos os dias. Visivelmente preocupado com este pico de realidade na sua vida cultural, Pinto Coelho tratou de afogá-la em acontecimentos enrodilhados naqueles pantos que as senhoras africanas, transportando baldes de peixe nas manhãs da minha infância, costumavam trazer atadas à cintura, e com eles atravessavam o Cais do Sodré a caminho do rio, nunca percebi se para os vender se para os devolver à vida. Que fazer com esta insónia? Mesmo o facto de Defensor Moura ter hoje produzido um dos momentos mais tristes na história ocidental da imagem não deve ter produzido melancolia suficiente para me afogar o cérebro em isomorfina, uma substância que isola a mente de todas as preocupações. Nada nos vai salvar desta merda toda que nos rodeia, sabendo nós que Wordsworth não tinha o sentido do cheiro, e note-se que apenas o sabemos porque sua amada irmã no-lo revela nos seus diários (o que andam os cabrões dos universitários a fazer?), o que deve tê-lo poupado a uma série de estados ascéticos a que eu próprio bem gostaria de me furtar, neste dias que são os últimos, e apesar da escandalosa negligência de toda a bibliografia secundária entretanto produzida, sobretudo tendo em conta que, não obstante a importância da sensibilidade orgânica na produção de toda a poesia que não é papel higiénico, e do lugar fundamental do corpo na estética romântica inglesa, ninguém se preocupou em estudar o assunto, o que fica como demonstração de que devo continuar a enfrentar a história natural da parvoíce portuguesa, e talvez mesmo de todo o mundo, de forma absolutamente generosa, abnegada e individualmente considerada.


Estamos a ficar sem heróis

Morreu o Carlos Pinto Coelho.

(no mesmo dia em que o maradona nos linkou e em que o nosso sitemeter explodiu)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Isto é o que Campos e Cunha chamaria uma perigosa manobra de descrédito dos princípios segundos os quais, com o Professor Aníbal, só pararemos na lua

McCloskey: With alarm. But non-economist intellectuals need to understand some elementary economics: There is no such thing as a free lunch; national income equals national product equals national expenditure; free trade is nice; more money causes inflation; governments are not all-wise; spontaneous order is not chaos.
My alarm comes from the economist’s tendency to reduce humans to Maximum Utility machines. We need a humanomics, of the sort that Adam Smith and John Stuart Mill and John Maynard Keynes and Friedrich Hayek and Gunnar Myrdal and Kenneth Boulding and Albert Hirschman practiced. Some current practitioners are Nancy Folbre, Arjo Klamer, and Richard Bronk. It’s an economics for grownups.
(...)
McCloskey: In college you got the claim that Greed is Good, and anyway people are Max U sociopaths, regardless of what all the scientific evidence gathered on the point says to the contrary. I would advise them, of course, to read my book How to Be Human*: *Though an Economist, which is advice to young economists about maintaining morale and integrity — and getting the scientific task done while retaining common sense. Beyond that, Educate thyself. Read widely, having acquired somewhere a deep knowledge of an economics of some sort. We have enough amoral idiot savants in the study of the economy. We need some fully educated humans. We need a humanomics, not more freakonomics.

Post quase liberal em que mandamos ir buscar, ó Vilas-Boas da blogosfera!

Lamentavelmente, Maradona, chegámos primeiro. Bourgeois Dignity: Why Economics Can’t Explain the Modern World é um post que nos remete para uma entrevista com a autora, respescada numa daquelas revista inglesas sabujas que o Maradona lê, fundamentais para intelectuais periféricos que não confiam nas grandes universidades como Chicago ou Cambridge, de onde tudo vem, embora inteiro e com um grau de dificuldade que deixa José Manuel Fernandes - grande apreciador de recensões domingueiras resumidas para uso avulso em intervenções na Sic notícias - tarnsformado num taxista indiano solicitando entrada num distinto clube londrino que, logicamente, não pode permitir-se transigir com sub-espécie intelectualis. Acontece que já encomendámos o livro, e apostamos desde já aqui, com o A Causa foi modificada, que vamos fotografar, em primeiríssimo lugar, Bourgeois Dignity: Why Economics Can’t Explain the Modern World, na mesa do bar na estação fluvial de Cacilhas, ao lado de uma chamuça e de uma imperial super bock, seguido da correspondente primeira recensão em língua portuguesa, e isto muito antes não só de Maradona adquirir o mesmo, como de Luciano Amaral ou Pedro Lomba conseguirem chegar à casa de banho para limpar o rabo. Não vamos já adiantar informação sobre a importância da dignidade nos padrões de crescimento económico, reservando a informação mais suculenta para nossas magestades, mas vá lá, referiremos desde já a importância da dignidade, nomeadamente, daquelas pessoas que recolhem os tabuleiros nos centros comerciais do Grupo Sonae S.A., e sem as quais, pasme-se, não há Medina Carreira ou Fátimas Campos Ferrreira, sequer um Manuel Luís Goucha, que nos possa salvar. Ainda que simplificações ao nível do binómino cenoura-burro possam escandalizar uma perspectiva do ponto de vista das utilidades marginais dos bens salariais, ou mesmo a concepção de um sistema de preços como redistribuidor dos recursos, a verdade é que até os Holandeses, que já perderam mais finais europeias de que o Benfica, estão, há mais de trezentos anos, na posse de conhecimentos a que ninguém em Portugal presta a mais pequena atenção, à excepção de Manuel José que nos já longos idos de 1998 dizia perante um atónito David Borges, «ou há moralidade, ou comem todos.» De um ponto de vista da economia do desenvolvimento, em Portugal, tem havido sobretudo moralidade deduzindo-se daí, com cristalina evidência, que não podiam comer todos.

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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Prefiro duzentos biliões de vezes Lady Gaga a B Fachada - uma das coisas mais estúpidas de que há memória desde a Vénus de Willendorf

É devido à acção fisiológica, política, cultural, social e espectacularmente estúpida de parvos como B Fachada (indivíduos que pretendem refundar no Barreiro movimentos sociais da Baía de S. Francisco que significaram o fim da nossa indústria têxtil - mas que merda de camisa é esta? Importada da China?) que a esquerda nunca ganhará umas eleições nos próximos quatrocentos milhões de anos-luz. Primeiro: isto já foi feito por John Lennon, com conhecimentos musicais, afinado, e sem a parte maricas. Segundo: e não é que este gajo quer gravar canções onde figuram Etelvinas e alusões à terra, sem fazer a mais pequena filha da puta de uma idéia do que será a vida de uma Etelvina, uma coisa que, entre muitas outras, manifestamente, Lady Gaga poderá ensinar de cátedra, enquanto vende dez milhões de discos e sem perder a elegância que a caracteriza?
Lady Gaga - alguém que vale a pena ouvir, quanto mais não seja porque sabe do que está a falar, isto é, escreve, canta e dança sobre coisas que experenciou materialmente, quer num sentido Kantiano, quer num sentido Continente S.A., quer no sentido daqueles que sentem com o cérebro e não com os dentes da frente, como é o caso de B Fachada. A verdade é isto. Não venham é depois com o Sitemeter.


Desenvolvimento do tema.
Sempre que as reflexões blogosféricas resvalam para a vala comum da contabilidade de visitas diárias, a depressão espreita o meu círculo vital e tenho imediatamente que mergulhar num dos volumes do Cambridge Studies in Romanticism que, felizmente, têm chegado com regularidade capitalista à minha caixa do correio, instrumentos vitais para o resgate da minha homeostase mental, ultimamente muito abalada por pressões de temperatura das mais várias origens. Vou deixar eventuais comparações entre o sitemeter e um Guarda-livros embriagado para atacar já o problema mais perturbante dos últimos vinte anos, isto não considerando a análise das relações íntimas entre a dispersão salarial das cabeleireiras e a compra da revista Lux nos últimos quinze dias de cada mês. Um dos fenómenos emergentes no último combate de blogues - além das unhas da Filipa Martins, episodicamente devolvendo-nos aos filmes de terror da adolescência, onde emergiam tonéis de sangue e miúdas vagamente giras mas desorientadas - parece ser um blogue denominado Estado de Sítio. Como estou muito cansado, e não me suicido desde já com uma mola da roupa na jugular, apenas porque o Presidente da Academia das Ciências, das Ciências, meu Deus, das Ciências, está a explicar, perante as protuberâncias mamárias de Fátima Campos Ferreira, como o globalismo não deve ser contrário às identidades, no contexto do mais jovem deputado eleito no contexto do defunto império Austro-Húngaro, fica apenas um exemplo da frase estruturalmente mais ignorante dos últimos três séculos, onde se afirma que um desorientado com menos de quarenta quilos, maricas, sem gota de talento e completamente analfabeto em pelos menos três direcções e de um ponto de vista completamente completo, B Fachada, seria um dos grandes músicos da nova geração e que muito provavelmente virá a ser considerado um novo Fausto, ou até mesmo um novo Zeca.
(o sublinhado é nosso). Ora, isto demonstra que nesse blogue, Estado de Sítio, não só existe uma pessoa cujos ouvidos foram arrancados por uma máquina registradora em queda, como várias outras que, permitindo-se não degolar o autor destas declarações, permitem que José Afonso possa estar neste preciso momento a revolver-se algures no interior de uma campa algures num cemitério de Setúbal. Passando por alto pelo facto de até Lady Gaga estar mais próxima de ser um novo Zeca do que B Fachada (para já não falar no dianteiro do Vitória de Setúbal), avanço para o extermínio do referido blogue, apgando-o da minha memória com uma garrafa de vinho verde. Em todo o caso, a noite estará ganha se, como tudo indica, Barata Moura arrancar as barbas de António Barreto apenas pela aplicação meticulosa dos seus dentes cerrados, enquanto declama aforismos Kantianos na língua original. (...) E aí está: António Barreto acaba de sacar uma referência a Álvaro Pais, um antigo Bispo de Silves, vou repetir, um antigo Bispo de Silves, que terá aconselhado o mestre de Avis, (depois do especialista em marcas, é Barreto quem agora retira do bolso o cadáver pestilento de D. João I) perante a rápida reacção de Barata Moura, o único comunista potuguês cuja extensão sináptica é estimulada electricamente e com satisfação, e perante a desorientação burguesa de António Barreto, um dos académicos mais parecidos com um espantalho de pomar e um homem cada vez mais transformado no filho da puta que sempre foi.

Sobre a crise

Começamos a ficar fartos da “crise”. Da linguagem da “crise”, entenda-se. Massacram-nos com infinitas discussões sobre os horrores que nos esperam e ninguém, em nenhum debate, se atreve a falar de uma evidência que merecia ser questionada: no Natal publicitário, dos relógios aos automóveis de luxo, vivemos em clima de radiosa prosperidade e riqueza. Porque nunca se problematizam os valores que dominam as mensagens publicitárias? Porque não se pensam tais mensagens como elementos incontornáveis das relações sociais e simbólicas?

Ainda ontem no Canal Panda vi isto a ser feito a crianças com 5 anos, ao leva-los à loja para comprarem roupa para o Festival do Panda.

Antes do almoço



fanado aqui. Se houvesse necessidade para se gostar ainda mais da Zooey.

A Economia e o Natal: 1.º o Presépio

Como é sabido, a cruzada liberal tem-se esforçado por tingir de heresia toda e qualquer actividade desenvolvida pelo Estado, argumentando, de forma mascarada, que isso é prejudicial para a economia, uma religião que alberga cada vez mais fanáticos. Eleva-se assim um presépio em que a sagrada família se deseja de tendor totalmente privado, ainda que aqui e ali, uma ou duas vaquinhas para aquecer a menina sejam bem vistas, leia-se, para financiar uma economia que de totalmente privada só conhece as retretes da casa do Medina Carreira. Algumas dessas vaquinhas, ou melhor, vasconas - pelo tanto que engordaram nos prados do Estado - lançaram-se no desafio de tornar o país uma pouco menos dependente do petróleo, até porque como todos sabemos, o grande aumento do preço desse é a grande e verdadeira crise que aí vem. Sob a capa da energia renovável, montou-se um esquema simples: O Estado, via EDP, compra toda a energia produzida pelas mini-empresas produtoras de energia alternativa, sendo que estas empresas não só têm à partida todo o produto que produzem vendido - o sonho de qualquer empresa - como o fazem com preços acima daqueles pratricados pela própria EDP, que depois nos faz chegar a casa "com o preço que o mercado exige", que ainda assim é, por enquanto, abaixo do preço pelo qual o compou. Quem paga a diferença? Os 60% da sua factura que têm uma série de parâmetros que ninguém percebe. É este o paraíso liberal que nos prometem diariamente e que, maliciosamente, ninguém desmonta. É tão simples. Basta dizer, e qualquer criança o percebe, que no final, com vacas tão gordas alimentadas por nós, nem leite nem bife nos chegam, e qualquer dia nem o estrume nos oferecem. Assim é fácil!!!

Paradoxos do mundo moderno

A nova moda que por aí corre para combater a crise é facilitar os despedimentos. Infelizmente não fui abençoado com a capacidade intelectual para perceber como é que se aumenta o emprego facilitando o desemprego.

sábado, 11 de dezembro de 2010

A derrota também tem rostos

a taça já era

Estreia-se o novo elogio da derrota

Mudámos de espaço e demos um novo ar à casa. Vamos dar inicio a uma nova fase aqui no elogio, agora que cerrámos ainda mais os dentes. A todos os que nos visitam, muito obrigado.

A imagem lá de cima é do Robert Capa.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Ontem, ou 8 horas-vlx antes deste preciso momento

observei um grunho politico-partidário na televisão a reclamar contra o aumento do IMI para o valor máximo. Não sei qual é a seita a que o dito grunho pertence, eu cá não sou de discriminar e afinal um grunho é um grunho. No entanto, e apenas para efeitos narrativos, a julgar pela indumentária e frases feitas que iam sendo emitidas, o grunho parecia do PP.

Ao fim de uns dois minutos, ou 0.11 minutos-vlx, o grunho conclui a emissão de frases feitas com chave de ouro. Passo a citar, "este aumento tem levado muitas famílias a perderem as casas por não poderem pagar  o IMI", fim de citação. Por onde começar ? Primeiro, qualquer aumento do IMI a ocorrer este ano só será pago no ano seguinte. A não ser que o despejo de famílias sofra um qualquer efeito anti-causal, não percebe como é que agora as muitas famílias vão passar o Natal debaixo da ponte. Segundo, muitas famílias ???? E o grunho que apresenta o jornal da manhã nem se quer guincha um sinal de protesto ?Não verbaliza uma inquietação mental que seja ? Exactamente quantas  muitas famílias perderam a casa até ao presente dia por não poderem pagar o IMI ? Há grunhos, e há grunhos que se esforçam por o serem ainda mais.

Durou cerca de uma hora-vlx

o apagão de Tomar, ou três horas no mundo real. No Blasfémias ainda ninguém acusou o monopólio da EDP de ter causado o tornado que derrubou um telhado de uma escola primária, virou camiões e destruíu árvores e casas abandonadas(*). Esperemos que não demore.

Está tudo bem comigo, obrigado pela preocupação. Mas devo de confirmar que realmente pensei o pior quando descobri que a máquina do café estava fora-de-serviço. Foi uma hora-vlx de algum e certo desconforto.

(*) Tudo isto foi o que eu fui ouvindo durante a tarde, e portanto carece de confirmação. Sim, porque esta casa não é um serviço noticioso nem eu sou um jornalista. Para notícias a necessitar de confirmação e/ou escandalosamente falsas, por favor consulte qualquer um dos media nacionais.

Teste

Teste

Não obstante, continuamos a acreditar na conversão do Professor César das Neves pelo que lhe dedicamos Elvis mas agora em puríssimos lábios



Até porque, como muito bem sabe o caríssimo Professor, nós não podemos seguir juntos com pensamentos suspeitos uns sobre os outros. De outra forma, como edificaremos juntos a Igreja do Senhor, os nossos sonhos, with suspicious minds? Oiçamos a bonita moça em roupa de napa e deixemos esses maus sentimentos e insultos ao Santo Padre, porque o que é puro, a mulher, essa encarnação de Maria, a marca civilizadora, a tentação do conhecimento no bíblico jardim, mas também o seio de onde brotam todos os prazeres do lar, nunca deixará de ser para nós a estrela da manhã, com mais ou menos espalhafato, com mais ou menos contracepção, oiçamos.

Cantona quer dar um pontapé no sistema

é hoje

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

No caso do Professor César das Neves, temos o lamentável dever de informar que o problema não passará e dificilmente voltará ao normal

«Isso passa e voltaremos ao normal.»

Haverá alguém em Portugal que ainda não tenha publicado um livro sobre Sá Carneiro?

O presidente da República, e também o quase presidente da República, mas em careca, Vítor Bento - um economista que começa o seu último livro com uma espectacular incursão histórica no drama da sucessão ao trono de Portugal na ressaca do desastre de Álcacer Quibir (um abraço ao Artur Jorge) - acham mal que os Açores existam e exerçam o seu direito de relegar para quarto plano a contenção salarial, e isto mesmo tendo em conta o facto de os Açores serem aquele lugar onde a pobreza ganha novas formas de recorrência oceânica, e estarem na liderança dos Açores pessoas que, sendo socialistas, planificam o sucesso eleitoral com o desinteresse de um mercado de fruta podre, sendo apenas beneficiados pelo facto de os Açorianos serem eventualmente um dos povos mais analfabetos da Europa (o que por si só justificaria vários subsídios de acordo com o plano Beveridge, uma coisa que caiu fora de moda com a mesma violência das luvas sem dedos. O subsídio aos funcionários públicos perturba por ser um subsídio, por ser aos funcionários públicos, por ser num contexto de cortes salariais nacionais, ou por ser uma semana antes de o Benfica jogar o seu acesso à Liga Europa e, portanto, estar em jogo um novo plano de confiança e consumo no padrão comportamental dos portugueses? Esta é a questão que eu gostaria de ver respondida, mas infelizmente o Rui Ramos encontra-se de férias, a Teresa de Sousa deve estar ocupada com as compras de Natal em Londres e o João Carlos Espada emigrou de vez para o bar de um clube de Cambridge onde serve as bebidas espirituosas dos cavalheiros ingleses e recita curiosidades sobre a velhice de Sir Karl Popper. Que fazer? Vou experimentar uma viagem Cais-do-Sodré/Cacilhas e depois digo-vos qualquer coisa.

O homem gosta de se pôr a jeito

JCN, aqui, em mais um imperdível texto, cheio de coisas destas:

"Castidade, pureza, fidelidade são incompreensíveis. Isso passa e voltaremos ao normal. Sabemos bem como delírios colectivos, a que assistimos tantas vezes e parecem imparáveis, se esfumam depois. O problema destas fúrias culturais está nos estragos que deixam.

A França de setecentos e a Rússia de novecentos quase se destruíram na embriaguez da revolução. Agora a cultura preservativa ameaça as sociedades que inquinou. Queda drástica de fertilidade e casamento, envelhecimento da população, degradação da família estiolam o crescimento, dinamismo social, vitalidade cultural. Pior que os tumultos antigos, o vício hedonista deteriora o tecido humano por definhamento. Entretanto o vício ataca a Igreja com disparates daquele calibre por ignorar o sentido da doutrina."

0:42

Após mais uma vil acusação de rodeios, discurso barroco, e digressões semânticas em forma de serpente bíblica, estou incapacitado de produzir conhecimento e penso voltar ainda esta semana a cruzar o rio na rota Cais-do -Sodré/Cacilhas em direcção a uma pastelaria de Almada onde pela primeira vez me deparei com uma caracterização da polivalência funcional do génio metafórico de shakespeare, sendo este comparado aos músculos de um atleta igualmente ágeis em várias disciplinas desportivas.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O meu muito obrigado ao senhor Blatter

e demais indivíduos que deram uma hipótese aos mafiosos russos de branquear o carcanhol que lhes sobeja dos bolsos para fora. Não, não estou a ser irónico. De "crescimento económico" à la Euro2004 estamos nós fartos.

A ler de manhã

Milionários americanos querem pagar mais impostos - "E não é um grande sacrifício. Os nossos impostos são dos mais baixos dos países democráticos industrializados»
vs
O elogio à riqueza - "O Estado...cavalga em cima da demagogia e exige ao sector empresarial que participe no combate à crise reduzindo a remuneração de gestores e de accionistas"

Para concluir leia-se esta noticia e este bom texto do João Rodrigues em resposta ao texto do senhor da EDP que coloquei em cima e perceba-se de uma vez por todas: "A economia é sempre política" ao qual eu acrescento jogo de poder e interesses.

Tenham um bom dia e vejam este post do maradona, que faz mais pela ornitologia que a propria SPEA.