quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A ciência não é uma religião III

O facto da ciência se confundir muitas vezes com a religião não deveria espantar assim tanto. Quando escrevi sobre a teoria de jogos ou o simplex, terminei sempre com a mesma pergunta: como é que se pode aceitar uma teoria que dá múltiplas respostas válidas para o mesmo problema ?

A solução que encontrei é que teorias científicas aceitam-se apenas porque tentam o funcionamento de um sistema, e não o propósito do mesmo. Por exemplo, o Darwinismo explica a forma como evoluem as espécies mas não explica o propósito da evolução. Que as espécies sofrem algum tipo de evolução é um facto a priori (dogma) do Darwinismo.

Por outro lado, também facilmente se percebe que sem dogmas externos, a ciência seria impraticável. Quando perguntei sobre se era preferível construir um hospital para crianças queimadas ou um aeroporto tinha como propósito mostrar qualquer resposta era aceitável e que apenas fazendo uso da nossa moral e julgamento pessoal seria possível responder. Assim podemos entender as correntes políticas, tais como liberalismo, comunismo e demais "ismos", como restringindo o conjunto de soluções oferecidas por uma dada teoria científica. Ou posto de outra forma, um comunista e um liberal, utilizando teoria de jogos obteriam respostas diferentes para o mesmo problema, O chato é que ambas estariam correctas.

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