Algures lá para baixo foi citado o Richard Dawkins, que afirma que somos apenas um meio para os nossos genes se propagarem. Esta teoria pode estar correcta enquanto forma de explicar
a evolução da vida humana, mas dificilmente se aceita como completa. Falta explicar por exemplo, porque que é que os genes não se propagam de outra forma ou porque é que os genes necessitam de se propagar Não seria muito mais fácil o gene fazer pela sua vidinha no fundo de um qualquer oceano do que andar para aí a propagar-se, aborrecendo meio-mundo ?
O problema está que o sr. Dawkins, tal como os religiosos que tanto detesta, parte de um conjunto de dogmas que não aceita estarem errados. Por exemplo, que os genes existem(*) e que que necessitam de se propagar. Não sou o primeiro a chamar a atenção para as bases religiosas (entenda-se irracionais) da ciência. Mas foi com alguma surpresa que as encontrei em áreas que não a ciência. A Ayn Rand, por exemplo, criou John Galt à imagem e semalhança de Jesus Cristo. Isto, claro, não a impediu de malhar na religião e nos seus ensinamentos. No Meme Machine, outro exemplo, a religião apanha mais porrada do que o burro de um cigano. Mas isso não impede a autora de no final, pedir ao leitor que tenha fé na teoria dos memes.
(*) antes de atearem os archotes e agarrarem nas foices, relembro que o Carnout morreu convicto da existência do calórico e que muito boa gente até ao final do séc. XIX acreditava no éter. E se não estou em erro, o Milikan foi prémio nobel da física e dedicou boa parte da sua vida a provar que o Einstein estava errado.
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