Sabemos (depois de Kuhn e da luta de afirmação dos paradigmas) que mesmo a história da razão é uma história de garras e de sangue, para utilizar a bela expressão de Tennyson, citado por Dawkins. O mesmo Dawkins aponta que a política de comportamento, mesmo que seja de algum aforma pré-condicionada, evoluí no seu sucesso individual em estreita relação com o que a maioria da população a que pertence fizer. Mesmo na economia, o evolucionismo institucionalista (HODGSON) tem apontado para a auto-organização e auto-referencialidade e a irreversibilidade dos sistema humanos». Deste forma, toda a racionalidade se processa de acordo com a posição relativa dos indíviduos no conflito social: a informação mais do que incompleta é, em muitos dos caso, incompleta porque serve sempre objectivos incompletos, ou, se quisermos, propósitos parciais. A subjectividade das percepções não decorre só da complexidade da motivação humana e dos problemas resultantes do processamento da informação. A história ficará sempre incompleta enquanto procurarmos uma teoria da instituição sancionada pela sociedade no sentido do equilíbrio ou da reducção dos custos de transação, teoria que continua a pressupor, apesar da assunção da informação incompleta, uma negociação pacífica, liberdade de acção entre actores, e equidade política e social, na sua acção, tudo embebido num contexto de produção de mercados quase perfeitos. Como vemos, a dominação, a guerra, a exploração e a mentira foram higienicamente defenestradas da teoria económica.
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