No que diz respeito aos fundamentos antropológicos da escolha racional, a investigação em biologia, e mesmo em genética, confirma a importância da replicação genética Darwinista, apontando, mesmo com o perigo de chocar os mais idealistas, para a ideia de humano como uma máquina de sobrevivência para os genes. O funcionamento do cérebro, a produção linguística, i.e., todo a maquinaria da escolha racional, são orientadas por este projecto de conservação. A argumentação é sólida e baseada em evidências empíricas. Acontece que o elemento fenotípico - aquilo que na biologia se associa à influência do meio na selecção genética - implica uma variante absolutamente decisiva: aquilo que a filosofia ocidental e as ciências humanas designaram como racionalidade é, precisamente, uma resposta relativa dessa máquina de sobreviência aos problemas colocados pelo meio e pela própria selecção adptativa dos humanos. Logo, a racionalidade implica aquilo a que podemos chamar um “critério de vantagens relativas” no que diz respeito à relação com o mundo exterior, com agravante deste critério ter uma relação circular com os processos internos da percepção, como amplamente tem demonstrado a neurociência.
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