Como é evidente, a questão da racionalidade económica traz associada a galeria de problemas relacionadas com os condicionamentos da escolha. Não será possível lançar alguma claridade sobre o lamaçal teórico associado à teoria dos jogos, enquanto aplicação a situações concretas da vida real - isto é, a vida que implica análise teórica dos jogos do Benfica -, sem perceber como o problema da escolha tem sido erradamente colocado pela teoria económica - e, consequentemente pela historiografia económica - numa perspectiva de plena “racionalidade” individual. Aquilo que normalmente se opõe à racionalidade da escolha (a orientação da acção de acordo com a maximização das vantagens a obter de uma dada situação) assenta numa confusão entre maximização de vantagens e conhecimento racional. Supostamente, a ideia de racionalidade basea-se na teoria dos jogos e em complexos estudos comportamentais a partir de modelos matemáticos. Porém, ao contrário de biológos como Richard Dawkins ou Maynard Smith, que procuraram formalizar matematicamente a copiosa informação empírica recolhida em anos e anos de observação de animais, a teoria dos jogos desenvolveu modelos sem a devida correspondência em situações efectivas do mundo real. Como não há nada menos real do que o cerébro de um académico, nasceu a teoria dos jogos.
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