que agora ando ocupado com uma dúvida. Quer-se diminuir a indemnização a pagar quando se despede um trabalhador, de um mês por cada ano de casa, para meia-dúzia de dias. O argumento é simples. Diminui-se o custo de despedimento, logo diminui o custo de contractar um trabalhador.
Apesar do meu limitado entendimento, até eu consigo perceber o argumento. Para além do salário, há que incluir o custo de romper o contracto antes do tempo. Diminui-se o segundo, sem mexer no primeiro, e fica mais barato contractar pessoas. Daqui salta-se pavloviamente para a conclusão de que as empresas vão começar a contractar magotes de gente.
Mas é exactamente a conclusão que me escapa. Se fica mais fácil contractar, porque na mesma proporção se tornou menos oneroso despedir, porque é que ceteris paribus o desemprego vai diminuir em vez de aumentar ? Ou porque os dois efeitos não se anulam, ficando tudo razoavelmente na mesma ?
Ou perguntado de outra forma. Se o empregador entra com a indemenização para os custos do empregado, é porque razoavelmente considera como cenário provável o despedimento antecipado. Então porque é que se conclui que o mesmo empregador vai criar trabalho para meio mundo à segunda, só porque na terça vai despedir outro tanto ?
2 comentários:
Porque quem emprega e a quem cabe criar estas leis, claramente, escapa a impressão causada pelo pânico de contas para pagar enquanto se recebe 3,50€ por hora a recibos verdes ou com contrato. Não lhes passa sequer o que é chegar ao final do mês e fazer contorcionismo para dar a volta a certas situações. Claramente não pagam transportes públicos ridiculamente caros e por fim, but not the least, porque se fosse o carro deles/a empregada/ a secretária/ o almoço de lobby/ o campo de golf e todos os restantes ócios lhes fosse negado, pensariam duas vezes antes de cortam no que quer que seja.
Sooo...é uma questão que paira no vácuo da compreensão da política em geral.
que lhes fosse*,cortarem*
o sono impele a minha dislexia a aumentar significativamente
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