segunda-feira, 26 de julho de 2010

Escutado agora mesmo num programa conhecido por Plano Inclinado

"Só os piores fazem a escolaridade obrigatória até aos 18, porque se aos 16 conseguirem um emprego abandonam a escola".

Frase emitida por uma auto-intitulada socióloga, num programa em que de resto os intervenientes se entretiveram a passar o tempo com declarações contraditórias e má-língua em geral. Que nestes tempos de crise sejam gastos preciosos barris de petróleo importado a gerar energia para que este programa seja emitido é algo que eu não consigo entender.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Não se vive só de futebol

A continuar assim ainda vão acabar por lhe oferecer um carro e uma casa com piscina só pela chatice do tempo em tribunais

Relação desagrava penas a Isaltino Morais

"Foi absolvido do crime de abuso de poder, reaveu a posse do terreno em Cabo Verde e foram-lhe devolvidos os bens apreendidos à ordem do processo, descontados que sejam os 197.266 euros de indemnização que a Relação fixou e que representa bastante menos do que a defenida na primeira instância. Foi também revogada a pena acessória de perda de mandato."

Cada vez gosto mais da justiça em Portugal.

As razões deixaram-me

São 2h50 e vou dormir novamente.

Por razões que interessam ainda menos que as anteriores

São 2h45 e continuo ao computador

Por razões que agora não interessam

São 2h42 e estou ao computador

terça-feira, 13 de julho de 2010

Isto podia ser uma música escrita pelo jornalista da sic que não me lembra o nome

Estava para aqui a pensar escrever um texto sobre o virtuosismo do futebol chato mas eficaz da Espanha e a sua intima relação com a probabilidade de um polvo acertar nos resultados dos jogos todos, mas ouvi na rádio Cavaco Silva a dizer que o Paul Krugman (atenção: prémio nobel da economia e que preveu muito desta crise) não percebe nada de economia da zona euro, e ele (sim Cavaco) é que percebe porque até tem literatura escrita sobre essa matéria. De maneira que fiquei à espera que o Freitas Lobo me explique isto tudo. O Rui Santos como se sabe só percebe de bolas com chips.

As imagens da bola

Acabou. As fotos no sitio do costume

sexta-feira, 9 de julho de 2010

et tu ngoncalves ?



Antes de me enviarem uma subscrição vitalícia do Avante, oiçam com atenção a parte final do discurso: I don't have any solutions, although I can identify the problem. Pois...., Mas os rapazolas com ar modernaço que aparecem na TV a falar de economia não têm tanta humildade e não hesitam em lançar certezas que no ano seguinte contradizem. E como em democracia só são eleitos os que prometem fazer alguma coisa para resolver a crise, a emenda tende a ser pior que o soneto.  É necessário fazer algo, rezam os soundbytes. Bom ou mau não interessa, mas é preciso fazer algo. A emenda tende a ser pior que o soneto.

Octupus dixit

World Cup 2010 - Octopus Paul backs Spain to lift trophy

O polvo adivinho ainda não se enganou numa. Domingo será a espanha a festejar. Olé.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Ainda há esperança para o Manel Vieira

“No one has to be afraid of the Best Party,” he said, “because it is the best party. If it wasn’t, it would be called the Worst Party or the Bad Party. We would never work with a party like that.”

With his party having won 6 of the City Council’s 15 seats, Mr. Gnarr needed a coalition partner, but ruled out any party whose members had not seen all five seasons of “The Wire.”

Sem grande surpresa

o Tribunal Europeu veio dizer que a golden-share na PT é ilegal e Portugal arrisca-se talvez à possibilidade de vir a ter que ponderar a hipótese de pagar uma multa num futuro um tanto ou quanto remoto. Realmente nada como uma justiça com poderes efectivos de se fazer cumprir.

Embora eu por princípio seja contra o Estado possuir empresas públicas com ou sem acções doiradas, convêm relembrar que os "interesses" nacionais que compraram acções da PT o fizeram exactamente porque o estado tinha a famigerada golden-share. Agora queixam-se do governo não os deixar amealhar uns trocados.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Momento Luis Suarez

protagonizado pelo Sócras ao utilizar a golden-share. Enquanto o Tribunal Europeu não se à marca de 11 metros, o homem tem tempo para dar lustro às medalhas de anti-liberal e defensor dos interesses portugueses.

O interessante desta novela têm sido exactamente os interesses portugueses ao uso da accion de oro. Parece que a maior parte dos interesses portugueses queria receber o dinheirito de nuestros hermanos e acusa os restantes de serem uns sacanas apenas interessandos em arranjar tachos para amigos e família. Merda de elites que temos neste país...

sábado, 3 de julho de 2010

Supositórios

Palpita-me que Freitas Lobo, Rui Moreira, Miguel Guedes e outros membros honorários do clube dos pensadores estruturantes vão ter que colocar este instrumento terapêutico que será ver Scolari ganhar o campeonato do mundo pelo Brasil, em pleno Rio de Janeiro, perante a euforia de milhões de conjunturais adeptos.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Um mundial sem europeus


O grande pensador das relações internacionais, Henrique Raposo, encontra-se, neste preciso momento, numa busca incessante para adequar a dimensão metafórica deste mundial aos seus oráculos geo-estratégicos. Como todos vimos, a Europa foi mais uma vez superada, e o mundial sem europeus arrisca-se a ser um dos primeiros da história dos mundiais a terminar apenas com europeus. A talhe de foice, a eloquência do Brasil-Holanda serviu também para demonstração cabal, na centésima quarta versão, da rotunda imbecilidade de Carlos Queiroz e de todos quantos acham que Portugal não possui uma equipa de futebol competitiva. Na verdade, perante Maarten Stekelenburg, Gregory van der Wiel, John Heitinga e Nigel de Jong, tudo jogadores de classe inter-galáctica, quem são Fábio Coentrão, Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Bruno Alves ou Pedro Mendes? A diferença, como em tudo, faz-se pela cabeça, e aí, a Holanda é a Holanda, isto se eu quisessse daqui retirar qualquer ensinamento geo-político, que não quero.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Retrato do artista enquanto jovem


Com quase toda a certeza, aquele quadro, que se entrevê no canto superior esquerdo, é um Sagrado Coração de Maria

O momento em que a normalidade podia não ter sido normal

A normalidade é um conceito capaz de nos levar muito, muito longe, tão longe que temo que nunca mais regressaríamos desse lugar longínquo. Já que estou a intervalar a minha locomoção cerebral a fim de degustar um iogurte de baunilha e um pêssego careca, a normalidade pode merecer aqui alguns reparos. Não estou em desacordo com Lopes. A normalidade é, com efeito, um rolo compressor de todos exageros onírico-jornalísticos, sobretudo no domínio desportivo e quando estão em causa países com mais de oitocentos anos e que tenham contado entre as suas arcas memorialísticas territórios imperiais pelo menos em dois oceanos. Porém, seria normal que Ronaldo trabalhasse no sector de reposições de um hipermercado, que acumulasse poupanças para comprar o mais actualizadamente actualizado hi-phone, que assistisse ao forum TSF e se insultasse a si próprio, e ao seu inenarrável comportamento, para logo depois ir pregar nas fuças da segurança social ou das finanças uma monumental e cornucópica aldrabice. Seria normal que Ronaldo segurasse uma daquelas bandeirinhas laranja e mamasse, de tasca em tasca, os vinhos madeira, aplaudindo o chefe local, que alcançasse pelo menos o 9ºano e, respeitavelmente, desaparecesse na turba anónima dos portugueses enfurecidos com as suas próprias vidas. Mas não. A normalidade não aconteceu e isso ninguém perdoa a Cristiano Ronaldo. Ninguém perdoa que Ronaldo saiba mais de futebol a dormir do que Queiroz excitado por 37 cafés e cercado de ajuntos com bigode. Ninguém perdoa a perplexidade de Cristiano Ronaldo que, munido ainda com a auréola do respeito, relembre-se, tentou deter a marcha inexorável da normalidade, no momento da substituição de Hugo Almeida, gritando: «Assim não ganhamos, Carlos», na direcção de um aturdido e desconfortavelmente queirosiano seleccionador nacional. Com efeito, para quê cinema quando a realidade se ergue na sua magnificiente dramaticidade? Para os mais incrédulos, fica o Video.