O grande pensador das relações internacionais, Henrique Raposo, encontra-se, neste preciso momento, numa busca incessante para adequar a dimensão metafórica deste mundial aos seus oráculos geo-estratégicos. Como todos vimos, a Europa foi mais uma vez superada, e o mundial sem europeus arrisca-se a ser um dos primeiros da história dos mundiais a terminar apenas com europeus. A talhe de foice, a eloquência do Brasil-Holanda serviu também para demonstração cabal, na centésima quarta versão, da rotunda imbecilidade de Carlos Queiroz e de todos quantos acham que Portugal não possui uma equipa de futebol competitiva. Na verdade, perante Maarten Stekelenburg, Gregory van der Wiel, John Heitinga e Nigel de Jong, tudo jogadores de classe inter-galáctica, quem são Fábio Coentrão, Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Bruno Alves ou Pedro Mendes? A diferença, como em tudo, faz-se pela cabeça, e aí, a Holanda é a Holanda, isto se eu quisessse daqui retirar qualquer ensinamento geo-político, que não quero.
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