sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Socialismo via Tocqueville

Um dos números cómicos mais geniais da actualidade consiste em colocar um indivíduo que se auto-denomine "liberal", ou tenha hasteado a bandeira monárquica pelo menos numa marquise de Alhos Vedros, a desenhar, por repetidas tentativas, uma relação casual entre as escolhas da multidão e o suposto cariz absoluto da verdade que, como todos sabemos, reside nesse centro intangível a que um autêntico liberal, daqueles com coluna no Expresso e memorização do hino de Inglaterra, chamaria a "liberdade de escolha". Ora, se eu tiver que escolher entre uma frase do tipo Os números provam-no: depois de Moniz sair, em Julho, a TVI teve as piores audiências em nove anos e a observação do Jornal Nacional, logicamente - e mesmo que o não provem os números -, isso quererá dizer que a dita liberdade de escolha se encontra entalada entre uma total ausência de capacidade crítica e um governo de influência constitucional mas encabeçado por um grupo de máquinas de calcular capazes de jantar sardinha assada e, de seguida, elaborar sobre a importância de Tocqueville nas transmissões neuronais do Paulo Tunhas.

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