segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Porque é que Manuela Ferreira Leite é mais vistosa do que Liliana Queiroz?

Um rápido relance pelos rescaldos crítico-futebolísticos do debate Leite vs Louçã rapidamente conduz à conclusão de que o candidato do Bloco é um homem fora da realidade, o que significa que para uma percentagem muito significativa dos indivíduos politizados do território português vivemos ainda uma pré-histórica disputa em torno da dicotomia ciência/ideologia. Quando menos se espera, o marxismo desponta entre as hostes do liberalismo. Desde declarações marcadas por uma inteligente desmontagem argumentativa - as aleivosias do beato Louçã - até denúncias comparativas marcadas pela objectividade do real Louçã não responde a uma única pergunta que remeta para a realidade, é ver como se urde todo um programa de salvação do debate "sério" e "profundo" movido por valores implícitos à cultura democrática dos portugueses: "seria muito melhor para todos se Louçã permanecesse calado" isto porque "toda o seu discurso se encontra fora do determinismo científico da análise liberal". Como rapidamente se tornaria enfadonha para o leitor qualquer análise sobre discursos - deixamos essa matéria a cargo do sociológo pós-moderno Bragança de Miranda e do poeta liberal Pedro Mexia -, prefiro remeter para um dos santuários onde se forjam as imagens da realidade, depois distribuídas em brochuras acompanhadas do croquete e do coktail - como vai senhor Professor? - estas sim, imagens dotadas de uma capacidade inigualável para espelhar na ciência a imagem pefeita do que somos, indivíduos talhados para a realidade, nós que nem sequer gostamos de narrativas e que não adormecemos durante séculos com as histórias das avós, ou, no caso dos mais afortunados, das criadas minhotas de perna roliça. Para tal homenagem ao retrato fotográfico da realiade, invoco um das mais recentes Pós-Graduações em comunicação empresarial. Aqui, ao contrário das análises de Francisco Louçã, completamente desfasadas da realidade, podemos encontrar, não discursos - essa infecção pós-moderna - mas análises cristalinas do mundo económico - essa dupla realidade -, desde a gestão de relações com os clientes (fidelização de clientes) às implementações de uma política de marketing relacional. O leitor sentirá as arestas da realidade a roçar-lhe as pernas mal se põe a imaginar os fortíssimos conteúdos de tópicos como a gestão da relação emocional, marketing emocional e experiencial. E que dizer dos Relacionamentos B2B? Mas haverá também discussão sobre sinergias, complementaridade de objectivos e de efeitos, sem esquecer a Especificidade de cada um e o Conceito integração orientação para a eficiência.
Sobre a resposta à pergunta enunciada no título do post remeto para este último tópico da complementaridade de objectivos e efeitos. Cada um, naturalmente, vê o que quer.

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