segunda-feira, 15 de junho de 2009

Ora tomem lá, historicamente, com tecnocracia Portugal style, since 1143

As actas que constam do sítio da Assembleia da República, disponibilizadas on-line, são verdadeiras pérolas do entendimento político, mesmo que retrospectivamente. Note-se que a metáfora que inclui pérolas e entendimento não pretende apoucar as referidas actas, antes pelo contrário, pretende chamar a atenção dos incautos, que perdem tempo com a regulação da exposição solar dos trabalhadores da construção civil, para o verdadeiro choque de titãs que se verifica no largo de S. Bento, com claro benefício dos eleitores que vêm assim confirmadas as representações depositadas na urna, salvo seja. O caro leitor deve registar que não nos move qualquer intenção anti-parlamentar. Com efeito, nós não somos populistas e aos demagogos, vomitamo-los pela boca. O nosso intuito é bem distinto: pretendemos civilizar os bárbaros portugueses que desconhecem ainda momento vitais do nosso progresso, imparável, a caminho das realizações democráticas. O Estado é intervencionista? É sim senhor, mas não nos deve preocupar em demasia esse pormenor da nossa vida pública uma vez que a Sr.ª Isilda Pegado (PSD), usa da palavra parlamentar para resolver questões da maior importância. Se isto não é a democracia representativa em todo o seu explendor, não sei que tradição inglesa pode vir ensinar-nos a veia, o dote, a capacidade, a tensão, a tenacidade de tal vida pública. A nobreza das ideias trocadas dispensa os meus comentários. A Drª Isilda toma a palavra e lança para a atmosfera carregada do emiciclo: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Como já foi referido, celebramos hoje os 25 anos de pontificado de Sua Santidade o Papa João Paulo II. Ao Parlamento português cabe olhar o homem construtor da paz e defensor dos direitos humanos que, nestes 25 anos, chegou às sete partidas do mundo e em muitos desses lugares deixou semente que germinou profundas alterações sociais e políticas que, inegavelmente, trouxeram felicidade ao homem.Com excepção de Pedro Hispano, nunca nenhum Papa foi tão português. Bastariam as suas três visitas a Portugal para poder dizê-lo com tranquilidade; no entanto, é o próprio Papa que, nas suas palavras, liga o seu pontificado à história de Fátima e do povo português. Por isso, consagrou o mundo aos pés de Nossa Senhora de Fátima, pedindo-lhe a paz, empenhou-se na beatificação dos pastorinhos de Fátima e de Bartolomeu dos Mártires.Permitam-me, Sr.as e Srs. Deputados, que refira aqui o papel incontornável do Papa na independência de Timor, o que não exclui o papel que outra ou outras entidades terão desempenhado. Porém, com a visita a Timor e com a celebração da missa em tétum, contra os poderes instituídos, o Papa trouxe para o centro da agenda política internacional e da comunicação social a questão de Timor. Desde então, permanentemente, Timor teve enviados da imprensa internacional no seu território até à independência. O Papa tirou do anonimato a questão de Timor e colocou-a no centro da agenda política internacional, assim pondo o povo de Timor no caminho da liberdade.
O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muito bem!
A Oradora: - A descolonização portuguesa tinha esta chaga; João Paulo II apontou o caminho para a liberdade de Timor.Sr.as e Srs. Deputados: João Paulo II é o homem da modernidade que conduziu a Igreja Católica ao século XXI, congregando à sua volta católicos e não católicos. Não espanta, por isso, que a esta celebração se associem tantos cuja vida não se identifica com o Papa mas reconhecem-lhe uma grandeza humana excepcional e, sobretudo, a coragem de viver de uma forma completa até ao fim.Por isso, os Deputados da Assembleia da República que acreditam em Deus como fonte da beleza, da justiça, da paz e da verdade e aqueles que, embora não acreditando, também se identificam com esses valores vindos de fontes diversas associam-se a este voto de congratulação pelos 25 anos de pontificado de João Paulo II.

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