sexta-feira, 12 de junho de 2009

Nunca baixamos os braços, sobretudo no mar alto, depois do naufrágio, quando o avião passa ao longe, e nós, insignificantes, a desaparecer nas ondas

O PSD cavalga a onda, de toalha ao ombro, as pernas tensas, joelhos flectidos, varrendo a praia com olhar de lince, nenhuma algarvia lhe resiste. O mais recente cartaz arrasa corações, desfaz mitos, coroa princesas, resgata pecadores, ilumina viajantes, sacia famintos, orienta embarcações, repõe usurpações, enfim, devolve à vida o seu brilho, como diria João Gonçalves, o homem de quem tinhamos feito juramento de despedida. Em todo o caso, o mais recente cartaz do PSD é, sem dúvida, um cartaz digno do elogio da derrota. Finalmente, o país começa a entender. Melhor. Rangel começa a entender. Eu, que passo 23 horas do dia a entender o país - a hora restante é dividida entre a leitura das obras completas de Henrique Raposo e RuiRamos -, estou verdadeiramente entusiamado com esta viragem: desde as 7 bolas encaixadas em Vigo, diante de uma equipa que envergava camisolas azul-bébé - que não me animava tanto com a possibilidade de uma reviravolta épica. Agora resta acreditar com muita força, comprar o Estado do Estado, forrar a cabeça com uma bandeira portuguesa, ajoelhar a caminho de Fátima e marcar o número de Jorge Jesus: em verdade vos digo, ainda antes do Verão terminar, estareis comigo no maior fandango dos últimos duzentos anos.

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