1. O Mário Centeno foi apresentado ao público, e pelo Público, como sendo o campeão intelectual da esquerda. A pessoa que suportava intelectualmente o exercício da "Agenda para a Década". Afinal o homem é doutorado em Harvard.
Não faço puto ideia o que é que se ensina em Harvard, que eu só andei por chafaricas nacionais. Mas estou curioso em saber se em Harvard é normal argumentar que não se devem “transpor conclusões de artigos científicos para a legislação
nacional, porque se tentar fazer isso é um passo para o desastre”.
Primeiro porque é falso. Prova, bastaria um exemplo, mas eu sou um tipo generoso: o plano nacional de vacinação, a saudosa RITA dos anos 90, as siglas NP e CE. A não ser que sejam catástofres nacionais o aumento da qualidade de vida da população, a existência corriqueira de um telefone fixo cá em casa ou o meu micro-ondas não ter rebentado quando aqueci a sopa da garota.
É perfeitamente normal que as conclusões de um doutorado, por exemplo em Harvard, não sejam aplicáveis ao Portugal de 2016. Porque os pressupostos que sustentam o estudo não são válidos, porque o estudo afinal tem erros, porque um paper não se resume ao abstract e às conclusões, etc....
Que o Mário Centeno, em vez de falar claro e sem preconceitos, se tenha refugiado numa desculpa esfarrapada é triste.
2.O Paulo Pereira Trigo por seu lado é doutorado em Leicester. E consegue nos dois artigos que publicou no Observador, (no primeiro) confundir a média com a mediana e (no segundo) demonstrar uma perfeita ignorância do mundo fora da academia. O primeiro erro é lamentável vindo de quem vem, o segundo é patético. E como não é um doutorado em Harvard, termina por aqui a crítica.
3. O Porfírio Silva tem um doutoramento em filosofia, ignoro a alma mater. E lançou hoje a hipótese de que "é bem possível que a Comissão Europeia esteja a tentar tramar o governo português".
Sim é bem possível. Como também é bem possível que a Comissão Europeia se esteja nas tintas para o Costa. Outra possibilidade é a de que o mundo seja um disco, suportado por quatro tartarugas que por sua vez estão suportadas cada uma por uma baleia com um foguete a cagar lume do cú. Possibilidades, tal como os chapéus, há muitas. A estupidez essa, é infinita.
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