terça-feira, 1 de julho de 2014

Ai então a verdade é isto?


Rapariga natural de Famalicão, comprometida com vários cursos sócio-profissionais, incapaz de conjugar diversos verbos regulares, algo ressentida por um caso mal resolvido com um bombeiro de Fafe, muito cedo apaixonada por animais domésticos (sobretudo gatinhos listados) e unhas de gel (vermelho sangue raiado a ouro, rosa estriado de amarelo sol-em-fogo), portadora de uma vastíssima experiência (com pelo menos um assédio implícito num toque de mão e duas reclamações inflamadas, uma protagonizada por mãe-solteira) em lojas de telefones móveis, e pessoa a quem a avó (histórica devota analfabeta militante do partido do governo) confeccionou, numa semana, o vestido do crisma (com pano comprado na retrosaria de um retornado alcoólico) acompanhada aqui por um gordo de merda de um serralheiro barrigudo de Quiaios (coleccionador de latas de refrigerantes e discos de vinil de bandas americanas inteiramente ultrapassadas) e além do mais, segundo consta, amigo de infância do Hugo Almeida, incompreensível profissional de futebol internacional ao serviço da República Portuguesa).

De sentimentos detalhados, emoções profundas, fluxos da mente, e várias outras merdices contemporâneas, não falo. Ao quotidiano, essa divindade para todos os confusos e atormentados corações modernos, atribuo o meu mais profundo desprezo.



Lana Del Rey, uma pessoa comprovadamente real.


Queriam literatura? Claro, claro, é para já, isto se o cruel destino me não foder os cornos antes.

1 comentário:

Anónimo disse...

Um post que se lê num minuto? Algo vai mal na alfolândia...