Espero ainda ter tempo para nos próximos dois dias vir aqui esclarecer três assuntos que não podem ser adiados para o fim de semana, estando este já destinado a compromissos inadiáveis com a minha própria trágica personalidade (cansada do riso das criadas de Hotel especialmente consumidoras de livros), em virtude de um escrito que devo acabar quanto antes, quanto antes, que isto de ver os outros serem campeões em tudo está para acabar (já e em linha recta) pois estou no limite da minha tolerância tóxica (eu que até para tomar banho tenho tido pouca paciência); a partir daqui, ou tiro na cabeça, ou silêncio vil e definitivo, ou queda no vício do combate, ou peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora do Alívio carregado com os 50 quilos das obras completas de Gonçalo M. Tavares:
1. Quais os méritos e os irritantes defeitos de Rogério Casanova como crítico promissor adiado e sportinguista ilustre em manutenção, quais as razões do meu comentário acintoso ao seu regresso, e todo o enquadramento psico-social que contextualiza este drama profundo.
2. O prometido ensaio sobre a importância do ano de 1579 na elaboração de Hamlet com especial referência à importância do ano de 1989 na minha própria obra.
3. O prometido ensaio sobre a hipotese de existir não só uma Filosofia da Linguagem como um Tratado de Elegância Moral no Sistema Periódico de Primo Levi, mesmo tendo em conta o perturbador enigma da edição portuguesa que consiste no facto de esta trazer inscrita na ficha técnica a seguinte esfíngica frase: «Tradução - Maria do Rosário Pedreira».
8 comentários:
É fodido,tu conheces os tolos todos que oferecem os seus rostos, ora sorridentes, ora chorões, aos media. Agora que sei que vives numa família feliz, compreendo que associes os nomes às fuças. Mas fodasse. Compreende que tento evitar qualquer contacto visual, ou qualquer outro tipo que o meu corpo humano me possa ainda proporcionar, com esses pulhas, evitando até mesmo os jornais desportivos, que eles se fodam, e sobretudo também os clubes todos, a começar pelo Sporting, e a terminar nos arrogantes do SLB, aos quais desejo desde uma supremacia apoteótica, que arruíne todos os restantes clubes do universo, todinhos, e que seja condenado a jogar eternamente contra o SLB B(palmas, caralho), que nada quero saber de filhos da puta, e que o elogio é a minha homepage e a única janela que tenho aberta na minha casa, filhos da puta, mas magnânimos.
alf,
o comentário no casanova subscrevo na integra a verdade seja ela qual for é normalmente incomoda para uma coisa que se chama opinião geral.
O tolan achar acintoso é natural:) para quem quer ser um best seller no mundo chamado opinião geral.
boa, ficámos saber o analfabeto funcional do alma está lado anti opinião geral alternativo que incomodado.
juntos constituirão a porque é assim que destruir o opinião do geral.
50kg?
foda-se, os livros do M tavares são muita fininhos!
e mesmo nos mais grossinhos é mais papel que tinta. e toda a gente sabe que a tinta pesa mais que o papel.
não tou a criticar. deixo isso para técnicos como o alf. gosto muito de ler o M tavares.
mas fazendo uma estimativa por alto, as suas obras completas não pesam mais do que "o voo do arado". obra essencial para perceber portugal.
Tolan :)
(sorriso rasgado:)
uma das vantagens da blogo é contrariar a ideia do Proust que dizia :um leitor fecha o livro e o autor não vai pensar mal de nós heheheheh
Agora é justo:) nós lemos não gostamos dizemos e o autor em tempo real pode chorar maldizer e até cuspir em cima do leitor :)
Não sei o que isso tem a ver.
há um lado de crítica que é relevante e provocador. Depois há outro lado que funciona contra a própria crítica e isso é importante para se ser eficaz e não falar apenas para patrulheiros que, seja qual for o alvo, ficam simplesmente contentes por alguém que aparece em qualquer lado, e não é um anónimo qualquer, levar com ovos.
Acredito que a crítica não é diferente do humor nesse aspecto. No humor isso é extremamente delicado. O objecto sobre o qual o texto está a ser construído pode mexer com o autor pela negativa, mas a maior eficácia sucede quando a ironia está embrulhada em ternura sincera e condescendente, essa sim, eficaz. E por vezes até envolve tornar abstracto o alvo e deixar ao leitor que faça a associação com todos os alvos do género, um bocadinho como o Diácono Remédios do Herman que é mais eficaz (e mais resistente ao tempo) do que a caricatura do Marcelo Rebelo de Sousa do RAP aquando do referendo do aborto.
Quando a crítica ou humor falham por carregar uma hostilidade para fora (em vez de demonstrar uma irritação e frustração cá dentro, o que é legítimo e desejável pois denota personalidade), há sempre pessoas que se entusiasmam na mesma porque não gostam do referido alvo. Ou seja, podia lá estar "fulano tal é um grande cabrão" que se calhar suscitava o mesmo efeito, as mesmas gargalhadas que já existiam e só precisavam de um escape.
Tolan,
Tens razão nisto:
«… a maior eficácia sucede quando a ironia está embrulhada em ternura sincera e condescendente. »
Quando subscrevi o comentário do alf sobre o casanova foi por reconhecer na pessoa do alf esta capacidade.
Quanto ao casanova é um fenómeno de aceitação fácil:) num país em que o sentido critico é estrábico. Não embandeiro em arco por meia dúzia de palavras, ao ler o seu blog sinto tédio há graças gracinhas mas espremido retiro pouco Ok talvez a minha intuição seja disléxica e não o leio como vocês )
Tu, Tolan sei que és um bom rapaz:) basta ler o teu CV para perceber que com 16 anos eras um rapaz promissor.
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