O título era para ser outro, mas entretanto perdeu-se o momentum da coisa. E fica o aviso aos Luíses Peixotos que o texto do título pertence a uma afamada casa de pasto em Pombal, mesmo à borda da estrada nacional.
Algures na semana passada, calhou ouvir o José Rodrigues dos Santos falar do seu último livro, A Mão do Diabo. A julgar pela capa, estava convencido que seria sobre
mais uma conspiração de cardeais e bispos. Afinal parece que não, é
sobre a actual crise mundial. Confirma-se que sexo vende, mas teorias da
conspiração da Igreja vendem muito mais.
Segundo o próprio, a ideia surgiu, e estou a citar de memória por isso vão para o caralho com as inexactidões, "porque as pessoas estão confusas sobre a origem da crise. Vai um fulano à televisão e diz que a culpa é da Merkel, vai outro e arrota que a culpa é dos americanos." E portanto o dos Santos diz: li "muita coisa sobre a crise, conversei com banqueiros, antigos governantes, economistas, magistrados... até desempregados". E claro, as conclusões são colocadas num romance maçudo à venda na FNAC.
Que fique bem patente que eu não me oponho a que o dos Santos pague o almoço com este tipo de patranhas. O problema é o que vem depois.
Houve um indivíduo que enviou uma mensagem para o programa para anunciar que leu o livro, dizendo, e passo a citar: "agora já percebo o que está a suceder". Que é como quem diz, li O Memorial do Convento e agora sou um perito no século XVIII português. Enfim, haja paciência.
O Zé, autor do livro, a dada altura lá explicou, e eu juro que não estou a inventar isto, que "a verdade é algo de dinâmico e que depende da pessoa que está a falar no momento". E portanto, a fazer fé no que tinha dito cinco vezes apenas sessenta segundos antes, o Zé é mais um a confundir os pobres de espírito. Deles pode ser o reino do Céu, mas enquanto lá não chegam têm um pagode aqui na Terra para os entreter.
É com grande mágoa que constato ser verdade termos todos vivido acima das nossas possibilidades, não materiais mas sim intelectuais.
1 comentário:
Não tenho facebook e não vejo televisão :)
é a minha realidade e podia ser tema para uma canção :)
Só desejo que quem viveu acima das suas possibilidades económicas tenha gozado Bastante :)
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