sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Um tipo questiona-se


Um dos frequentes sound-bites nos media nacionais é que "as universidades portuguesas quase só formam licenciados em áreas sem futuro nem empregabilidade". E que lá fora, na Europa civilizada, não é nada disso e só meia-dúzia de intelectuais é que entram nas ciências sociais.

Assim sendo, é um mistério que ontem tenham estado 44 empresas europeias no Centro de Congressos de Lisboa a recrutar engenheiros e técnicos, formados obviamente por obra e graça do Espírito Santo já que as universidades portuguesas só formam sociólogos, psicólogos e outras variedades de ólogos.

Segundo um recrutador sueco com quem falei hoje, passaram por lá ontem mais de 4 mil engenheiros portugueses, ou três petroleiros Lisnave cheios de gente. Tudo malta que aprendeu a ler, escrever e a resolver o máximo de Pontriagyn sem nunca colocar os cotos numa escola portuguesa. Como é óbvio.

E de acordo com as pessoas com quem falei, e eu meti conversa com muito estrangeiro, três petroleiros da Lisnave com os tanques a transbordar de mão-de-obra não cobrem as necessidades. Porquê? Porque, e isto é extraordinário que assim seja, na Europa dita civilizada a maioria da juventude foge para as ciências sociais. O tal sueco disse-me que na cidade dele, a Odivelas lá do sítio, existem 8 mil desempregados e 1 mil vagas para engenharia que não encontram um Ingmar ou um Svenson minimamente qualificado. Oito para um. Seis petroleiros da Lisnave a transbordar de gente com curso inúteis para meio petroleiro de engenheiros.

O sueco também me deu um baralho de cartas para eu jogar à sueca enquanto que as alemãs me deram um boneco anti-stress. Os estrangeiros são tipos simpáticos.

2 comentários:

alma disse...

Podes dizer ao alf :)
que são petroleiros e não pretoleiros :)))

Espiral disse...

Olha que os meninos e meninas das ciências sociais de Portugaltambém dão cartas lá fora.

As nossas melhores faculdades são muito boas. Mas também temos muitas faculdades mázinhas.

E também muita gente que não tem competências intelecto, capacidade para fazer a aquisição que é suposta fazer numa faculdade e vai para lá porque sim, num dos milhenhos cursos que não interessam a ninguém ou para um dos que interessam porque o crivo é generoso (Adorava testes psicotecnicos e de qi para acesso a todas as faculdades. Adorava.)

Sim estou a ser polémica.