sábado, 28 de abril de 2012
Continuo sem saber quem é o José Luis Peixoto
mas conheço o Walter Hugo Mãe e o Ricardo Adolfo. Nenhum dos dois me inquietou, e é tudo o que eu tenho a dizer. A vida é mesmo assim, um tipo vai fazendo o seu caminho tranquilamente, e se estiver atento encontra pequenos tesouros por entre o restolho.
O governo vai lançar um imposto sobre os grandes distribuidores alimentares, que mais não que é uma forma de taxar a Sonae e a Jerónimo Martins. Muito boa gente reclama que os consumidores vão ser prejudicados porque, e é extraordinária a panache com que estas coisas são ditas, as empresas não pagam impostos porque imputam esses custos aos seus clientes.
Há que atentar bem os olhos nesta falácia. Entendendo um custo como toda aquela operação contabilística que não gera entrada de dinheiro, então sim os impostos são um custo que em última análise são pagos pelos clientes. Os tais que geram entradas de dinheiro em caixa. Mas há impostos e impostos, há custos e proveitos. O IRC, e a derrama municipal acho, são pagos sobre os resultados líquidos das empresas. É difícil de conceber que o preço de venda a um cliente reflicta o IRC que se irá pagar no ano seguinte.
Também é difícil de conceber que todos os custos sejam metidos no mesmo saco. Até para um bípede como eu que apenas leu meia dúzia de livros sobre marketing e gestão. E nem foi precisa a curta formação em empreendorismo da Nova, a que faltei mais do que devia, para saber que custos não são tidos nem achados na feitura de preços. A Sonae e a Jerónimo Martins cobram o mais alto possível aos seus clientes, sendo que por "mais alto possível" se define
como o valor a partir do qual a venda não se faz. E nem preciso de me apoiar aqui (apoiaria-me num livro de gestão, mas está emprestado em parte incerta e já me esqueci do título), para afirmar convictamente que o sonho húmido de um gestor de supermercado é ter preços diferenciados para cada cliente. Basta
dizer que em tempos me iludi a pensar que seria por aqui que iria fazer fortuna.
A ser correcto que são os clientes dos supermercados que pagam os impostos destas empresas, então os meus impostos de 2011foram pagos pelo polígono quadrilátero de entidades colectivas sitas em Tomar, Barcelona, Saragoça e Bilbao. Já lá vou ao Sporting. Seguindo esta falácia, chega-se à simples conclusão: nem paguei impostos em 2011, nem tenho o dinheiro comigo. Adiante.
O Sporting jogou mal, o Pereirinha mostrou que não nem no Sporting de Pombal tem lugar e o André Martins poderá almejar a um pedestal ao nível do João Vieira Pinto, sempre e quando tenha juízo naquela cabecinha. E é isso.
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