No intervalo da minha calma ascensão a caminho da eterna galeria dos imortais homens de letras gosto de ler o Herique Raposo, da mesma forma que Robert de Niro, em Touro enraivecido, pede ao seu doce irmão que lhe esmurre os cornos apenas com o intuito de experimentar a superioridade do seu sistema nervoso periférico na resistência à dor, bem como a robustez dos seus maxilares perante os punhos entoalhados de um agressor pouco perigoso. Do mesmo modo, Raposo esmurra violentamente a minha sensibilidade estética e literária e posso revigorar a minha grandeza intelectual perante o auge das atitudes verbais de uma pessoa que tem tanto desrespeito pela elegância escrita como ausência de rigor lógico nos textos que afanosamente são acolhidos por esse Renova classe da imprensa portuguesa, o Expresso, dirigido por uma pessoa licenciada em História, uma disciplina que desde os gregos nunca mais interessou a ninguém, a não ser os proprietários do Expresso. Muitos me têm confrontado com a inutilidade de referenciar - é o que eles querem, dziem - os mesmos temas, e os mesmo lambe-cus da imprensa escrita, sobretudo quando já abdicámos de serviços mínimos nesta greve-geral em que está mergulhada a opinião pública portuguesa desde a revolução burguesa de 1383-1385. Mas insisto que é um dever moral facultar aos meus amigos e leitores motivos de cólera, bem como fornecer gigantones de serviço para as festividades cívicas, ou acabamos todos transformados num Eduardo Sá - o maior especialista do mundo em broches a si próprio - ou mesmo, muito pior, num D. Manuel Clemente - um dos três maiores especialistas eclesiásticos em broches ao mundo laico (para os interessados em rankigs, os outros dois são o cónego Rego [2º] e o reverendíssimo padre Tolentino Mendonça [3º]). Se é para ser eunuco, ao menos forneçam as rainhas orientais e os manjares, pois castração e deserto mental é muita austeridade para tão pouco proveito. A minha posição sobre a tolerância de ponto no Carnaval fica deste modo demonstrada: prometo lamber a estrada nacional nº 1, de Sacavém até Fátima se o Henrique Raposo conseguir redigir um texto que nos convença de qualquer coisa para além da sua incontestável falta de domínio do português, escrito, falado, ou vomitado.
3 comentários:
Ora,sendo vocemecê brilhante não seja assim com os mais fracos :)))
"...revolução burguesa de 1385."
excepcional.
Isto é um post do caralho: de uma penada arreias porrada no Henrique Raposo e no Eduardo Sá, dois dos gajos mais atropeláveis que foram paridos desde a revolução cibernética de 1383-85. Muito bom!
nao esquecer o arrear no D. Manuel Clemente. Bom senhor, mas pro chato
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