Não sei porque o apagou, mas o besugo escreveu isto, como quem escreve numa pedra:
"Há agora um canal na MEO, o 16, que é utilizado para dar tempo de antena aos economistas. Já tentei poupar retirando aquela merda (como já fiz com outros canais que tinha - e ao Mezzo custou-me bastante mandá-lo às malvas), mas não se consegue. Faz parte do pacote grátis. Um senhor de testa bastante baixa e uma senhora que me pereceu retirada dum filme do Allen (e que disse várias coisas, eu até retive uma, que ela repetiu até lhe cortarem a palavra, que era "já não há paciência!") dedicaram-se a explicar ao entrevistador de serviço (melhor dizendo, "do serviço") que "agora é só ELES, os funcionários públicos, dizerem adeus ao trabalho, ao subsídio de férias, ao de Natal e a mais uma fatia dos ordenados". E que, mesmo assim, "isso não vai chegar, porque é preciso que a política dê lugar à técnica". Ou seja: os tempos de agora, segundo eles, são com eles, os economistas. Que nos valha Deus. Esta gente reduz a números a melhor das intenções e eleva ao nível da "quase literatura" a contabilidade. Esta gente não funciona sem o Excel e sem máquina de operar (recuso-me a chamar "máquina de calcular" a um ábaco singelo de tão modernaço). Que nos valha Deus, alumiando os nossos políticos de maneira tão espantosa que eles nos surpreendam dispensando, competentemente e de vez absoluta, estes ansiosos e ambiciosos economistas fortuitos da opinião - remetendo-os à opinião, apenas. Que nos valha Deus, punindo José Barroso pela pusilanimidade cherniana que mantém desde os tempos do MRPP e que, agora, cada vez mais anafadamente, pavoneia nos salões da "europeia coorte". Que nos valha Deus, fazendo com que cada vez mais de nós percebamos, sem paneleirices, que quanto mais nos agachamos mais se nos vê o orifício inserido na anatomia bojuda do nosso "sim, senhor". Não me fodam, senhores. Não me fodam mais. Nunca me fodam, sobretudo, ao ponto de essa vossa pequenina mas nojenta foda começar a mexer-me com a minha natureza plácida, a minha vontade crescente de retaliar, de me fundamentalizar, de vos acabar com a léria e com a vida. Não fiz nada mal, caralho, nada. Não me fodam. Não me chateiem, não me apontem, não tentem tolher-me, não me apouquem, não me lixem, a sério, não me punam por ter sido e continuar a tentar ser melhor do que vós. Já basta de canalha a fazer-se de meu Pai, de minha Mãe. A fazer-se passar pelo tutor que não pedi e não mereço, que eu não preciso de mitras nem mereço tutorias. Não me fodam mais, que eu estou a ficar farto, pelo amor de Deus."
"Há agora um canal na MEO, o 16, que é utilizado para dar tempo de antena aos economistas. Já tentei poupar retirando aquela merda (como já fiz com outros canais que tinha - e ao Mezzo custou-me bastante mandá-lo às malvas), mas não se consegue. Faz parte do pacote grátis. Um senhor de testa bastante baixa e uma senhora que me pereceu retirada dum filme do Allen (e que disse várias coisas, eu até retive uma, que ela repetiu até lhe cortarem a palavra, que era "já não há paciência!") dedicaram-se a explicar ao entrevistador de serviço (melhor dizendo, "do serviço") que "agora é só ELES, os funcionários públicos, dizerem adeus ao trabalho, ao subsídio de férias, ao de Natal e a mais uma fatia dos ordenados". E que, mesmo assim, "isso não vai chegar, porque é preciso que a política dê lugar à técnica". Ou seja: os tempos de agora, segundo eles, são com eles, os economistas. Que nos valha Deus. Esta gente reduz a números a melhor das intenções e eleva ao nível da "quase literatura" a contabilidade. Esta gente não funciona sem o Excel e sem máquina de operar (recuso-me a chamar "máquina de calcular" a um ábaco singelo de tão modernaço). Que nos valha Deus, alumiando os nossos políticos de maneira tão espantosa que eles nos surpreendam dispensando, competentemente e de vez absoluta, estes ansiosos e ambiciosos economistas fortuitos da opinião - remetendo-os à opinião, apenas. Que nos valha Deus, punindo José Barroso pela pusilanimidade cherniana que mantém desde os tempos do MRPP e que, agora, cada vez mais anafadamente, pavoneia nos salões da "europeia coorte". Que nos valha Deus, fazendo com que cada vez mais de nós percebamos, sem paneleirices, que quanto mais nos agachamos mais se nos vê o orifício inserido na anatomia bojuda do nosso "sim, senhor". Não me fodam, senhores. Não me fodam mais. Nunca me fodam, sobretudo, ao ponto de essa vossa pequenina mas nojenta foda começar a mexer-me com a minha natureza plácida, a minha vontade crescente de retaliar, de me fundamentalizar, de vos acabar com a léria e com a vida. Não fiz nada mal, caralho, nada. Não me fodam. Não me chateiem, não me apontem, não tentem tolher-me, não me apouquem, não me lixem, a sério, não me punam por ter sido e continuar a tentar ser melhor do que vós. Já basta de canalha a fazer-se de meu Pai, de minha Mãe. A fazer-se passar pelo tutor que não pedi e não mereço, que eu não preciso de mitras nem mereço tutorias. Não me fodam mais, que eu estou a ficar farto, pelo amor de Deus."
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