sexta-feira, 21 de maio de 2010

Só para relembrar

Um dos marujos do Mar Salgado vem repetindo ad nauseam que os portugueses estão a pagar a factura das mentiras do PS. Pois, os factos contam outra história. A Manuela Ferreira Leite, tenha as virtudes que tenha, não foi capaz de convencer os portugueses de que iria fazer diferente do Sócras, secção Largo do Rato.

Algum tempo depois, eis-nos chegados à crise. Chegados é um termo um bocado forte, porque em boa verdade ela nunca nos deixou. Estou ainda lembrado da incarnação da Manuela Ferreira Leite como ministra das finanças em que fez a sua solução para a crise da altura (façamos um suponhamos de que não é a mesma de hoje) foi aumentar a receita de todas as formas possíveis e imagináveis e aumentar os impostos. O país estava de tanga na altura, agora não tem dinheiro para uma folha de figueira. Fora isso, que diferenças existiam ? Até a solução foi a mesma de agora, aumentar a receita.

Mais recentemente pudemos presenciar ao milagre da germinação do Sócras na Rua de São Caetano à Lapa. Infelizmente o Sócras, secção Lapa, não tem a mesma ambição de poder que o Sócras, secção Largo do Rato. Só assim se entende que hoje, na discussão da moção de censura o PSD tenha dito que o governo é uma cambada de irresponsáveis, culpados únicos pela situação actual. Mas que não querem a demissão do governo porque seria, passo a citar, um acto de irresponsabilidade. Para que fiquemos claros. O PSD considera o governo incompetente para lidar a crise, mas não quer a sua demissão porque seria uma irresponsabilidade.

Que o maior partido da oposição não tenha, num momento crucial para o país, um plano alternativo ao do governo ou que não esteja disposto a tomar as responsabilidades do governo diz muito do PSD e o Sócras, secção Lapa.

Que tipo de democracia é esta em que o PSD em vez de propor um rumo alternativo ou apenas tentar condicionar as escolhas do governo, passa um cheque em branco ao Sócras, secção Largo do Rato ?

Talvez as coisas mudem quando a frau Merkel começar a exercer o poder de veto sobre os orçamentos. Até lá temos que suportar os Sócras deste país.

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