segunda-feira, 31 de maio de 2010

Os sindicatos afectos ao PS

consideram que não é oportuno a realização de greves e manifestações públicas. Claro que se o PSD estivesse no governo, a cantiga seria outra. O que me leva a questionar: os sindicatos defendem os interesses dos trabalhadores ou do governo ? Lembrados que estamos dos subornos que o Armando Vara pagou ao sindicato da PSP para que não fizesse ondas, a resposta é fácil.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Entretanto as coisas que se descobrem

Treinador de bancada

Se o Mourinho anda à procura de desafios, ele que venha treinar o sporting e ser campeão na próxima época. Gostava de ver aquele método aplicado a esses portentos que dão pelo nome de Pedro Silva ou Grimi.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Só para relembrar

Um dos marujos do Mar Salgado vem repetindo ad nauseam que os portugueses estão a pagar a factura das mentiras do PS. Pois, os factos contam outra história. A Manuela Ferreira Leite, tenha as virtudes que tenha, não foi capaz de convencer os portugueses de que iria fazer diferente do Sócras, secção Largo do Rato.

Algum tempo depois, eis-nos chegados à crise. Chegados é um termo um bocado forte, porque em boa verdade ela nunca nos deixou. Estou ainda lembrado da incarnação da Manuela Ferreira Leite como ministra das finanças em que fez a sua solução para a crise da altura (façamos um suponhamos de que não é a mesma de hoje) foi aumentar a receita de todas as formas possíveis e imagináveis e aumentar os impostos. O país estava de tanga na altura, agora não tem dinheiro para uma folha de figueira. Fora isso, que diferenças existiam ? Até a solução foi a mesma de agora, aumentar a receita.

Mais recentemente pudemos presenciar ao milagre da germinação do Sócras na Rua de São Caetano à Lapa. Infelizmente o Sócras, secção Lapa, não tem a mesma ambição de poder que o Sócras, secção Largo do Rato. Só assim se entende que hoje, na discussão da moção de censura o PSD tenha dito que o governo é uma cambada de irresponsáveis, culpados únicos pela situação actual. Mas que não querem a demissão do governo porque seria, passo a citar, um acto de irresponsabilidade. Para que fiquemos claros. O PSD considera o governo incompetente para lidar a crise, mas não quer a sua demissão porque seria uma irresponsabilidade.

Que o maior partido da oposição não tenha, num momento crucial para o país, um plano alternativo ao do governo ou que não esteja disposto a tomar as responsabilidades do governo diz muito do PSD e o Sócras, secção Lapa.

Que tipo de democracia é esta em que o PSD em vez de propor um rumo alternativo ou apenas tentar condicionar as escolhas do governo, passa um cheque em branco ao Sócras, secção Largo do Rato ?

Talvez as coisas mudem quando a frau Merkel começar a exercer o poder de veto sobre os orçamentos. Até lá temos que suportar os Sócras deste país.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Recebido por mail

"Se estamos mesmo destinados a seguir o caminho dos gregos, então comecemos por envenenar Sócrates."

estamos de volta, depois de um mês de licença. a vida continua e vamos directos ao buraco as usual. como disse o secretário de tesouro no UK, já não há dinheiro.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Mudam-se os tempos, mudam-se os charlatões



Dedicado ao Largo do Rato e à Rua de São Caetano À Lapa. Que no futuro breve tenham o destino que teve os senhores sobre quem se canta.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

We've got a few space aliens too

"what's funny about using Microsoft Chat is that everybody has to choose an icon to represent themselves. Some of these guys haven't bothered, so the program assigns them one. We'll be in the middle of a battle and a bunch of field artilery colonels will come online in the form of these big-breasted blondes. We've got a few space aliens, too." em Wired For War, aonde é descrito o uso de chatrooms pelo exército do tio Sam estacionado no Iraque e Afeganistão.

E um bocadinho mais atrás, sobre um dia na vida dos pilotos que voam os aviões robóticos a partir do deserto do Nevada, "Another talked about flying missions in Afghanistan, and then getting home in time to watch reruns of the TV sitcom Friends"


Algo de profundamente errado está a acontecer nesta forma de fazer a guerra.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Os impostos vão aumentar


retirado do site recomendado para esta semana.

Das duas uma

o Sócras do Largo do Rato ou é um incompetente ou um vive alucinado num mundo só dele. Até ir o fim-de-semana passado a Bruxelas arrear as calças, garantia que tudo iam bem no reino de Portugal e Algarves. Foi só preciso reduzir os subsídios de desemprego dos ociosos e contratar uma mega construção com o amigo Coelho investir na modernização do país. Agora já temos aumentos de impostos temporários (juro que foi o que ouvi com estas que a terra há-de comer) e adiámos obras fundamentais como o novo aeroporto da Ota Alcochete e o TGV. Mas confesso que este último não sei, tantas vezes prometido, tantas vezes adiado.

Mas alguém acredita que os mesmos políticos que no conduziram até aqui, vão de repente fazer aquilo que se negaram a fazer durante 15 anos ?

Quer queiram, quer não

a iminência de bancarrota em que nos encontramos é devida apenas e exclusivamente ao regime instalado no 25 de Abril. É pura ilusão acreditar que isto vai lá com eleições. Eleger quem, o Sócras do Largo do Rato ou o Sócras de São Caetano ? Já sei, o Portas dos submarinos. Não, espera o Louçã sim é que é homem para comandar isto.

A terceira república morreu, venha a seguinte.

domingo, 9 de maio de 2010

O sporting ganhou ontem

O melhor para Portugal é mesmo de facto o benfica ser campeão e o papa chegar na terça-feira. Isto das crises é sempre relativo, dependendo do que está a dar na TV. E neste momento é só gente aos saltos em todos os canais. Bem haja Jesus e teus cabelos ao vento.

Entretanto o Gil quase conseguiu. Bela derrota, mas caiu de pé.

sábado, 8 de maio de 2010

Este tipo de comportamento é próprio de adolescentes imberbes

Os assessores do governo chamam a atenção para o crescimento das exportações no primeiro trimestre. Não estamos assim tão mal como as agências de rating dizem que estamos. Senhores, Portugal vai regularmente ao estrangeiro pedir carcanhol porque pelo menos desde que o Cavaco Silva foi primeiro-ministro, o governo tem gasto muito acima do que pode. Querem o dinheiro dos porcos capitalistas ? Sujeitam-se às regras dos ditos suínos. É a vida, diria um conhecido socialista cuja paixão pelo país o levou a fugir do pântano que ajudou a criar. Deixem-se mas é de lamurias, e aconselhem (é isso para que serve um assessor ou são só paus-mandados ?) os Sócras e demais entourage sobre as formas de cortar na despesa para não ter que pedir emprestado. Uma sugestão: comecem pelos vossos salários.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Um PhD em Harvard

e sai-se com "SWORDS is basically the Talon's pissed-off big brother", a páginas 32 do Wired for War. Existem mais pérolas deste tipo, mas por agora o que interessa é o entusiasmo do autor com a revolução da robótica no modo de fazer guerra.

Pois.... Até agora a única coisa que revolucionou foi as contas bancárias de meia-dúzia de empresas nos States. Futurologia é um exercício perigoso, mas olhando para os resultados actuais eu diria que o efeito dos robots na guerra foi nulo. O Afeganistão e o Iraque são atoleiros onde, não importa a quantidade de dinheiro e rapazolas do Iwoa que se lhes jogue, os USA se vão afundando a cada dia que passa.

The myth of the rational voter

é o senhor que se segue, mal acabe de ler "Wired For War". Até lá, O Vasco Graça Moura, diz-se que leu mais do que eu, pode ficar com ele:

"Na altura, afirmei (e mantenho) que essa eleição [a última] foi um acto da mais pura estupidez por parte do eleitorado.. E recomendei aos interessados que se besuntassem com o resultado"

segunda-feira, 3 de maio de 2010

segundo parece, a olaia é a árvore de judas

alf, moço, eu sou capaz de muita coisa mas não de um racioncío escorreito. Sim, o mundo parece demasiado bem esgalhado para ser fruto do acaso. Não, isto não é prova da existência de Deus. Nesse ponto ou se tem fé ou não, nada tão é simples quanto isso.

Invariavelmente o (manifestamente pouco) que tenho lido sobre a condição humana termina com a defesa de algum tipo de religião. Pode ser resultado da influência da igreja cristã no pensamento ocidental. Será então a referência a partir do qual todos os outros se definem. Talvez seja por isso que o John Gray parece ir buscar as suas referências aos gregos, embora eu conheça pouco do pensamento do tipo.

A vida humana não tem um propósito ? Eu não vejo como seja possível responder sem fazer uso de boa dose de fé na resposta que se quer dar. Ser filho da tradição cristã e ter uma formação em engenharia necessariamente enviesa o raciocínio.

Shakespeare comparou um dia o peixe apanhados na rede com os direitos do homem pobre apanhados na lei

O ngonçalves - um dos dois autores deste blogue que, confessadamente, já conseguiram dar vida a um novelo de ligações electro-mecânicas - esboça aqui em baixo, ainda que timidamente, uma quase-defesa (resultante da observação continuada das performances psico-motoras de Rui Patrício) do célebre argumento de que esta merda toda que nos rodeia é demasiado organizada, bem gerida, ostensivamente bem esgalhada (ou bem limitada pelas leis da física) para ser fruto do acaso. Discordo. Em primeiro lugar, discordo da apresentação formal dos conceitos: se é verdade que a evolução não pode ser remetida para a caixa das leis universais - uma vez que é o resultado diferenciado (as aves voam, os pexies nadam, os homens andam) de diversos organismos sujeitos a processos também diversos, parece-me simples ver na evolução das espécies não uma homogeneidade de capacidades mas o desenvolvimento de capacidades diversas (resultantes de posições diferentes: essencialmente geográficas) pela resposta casual, mas não arbitrária, (resultante da dupla e muito imbricada relação entre adaptabilidade e selecção natural) dos equipamentos de sobrevivência dos genes e da sua replicação. Se a evolução natural das espécies está bem delimitada pelas leis naturais do planeta, isso em nada permite a pirueta à rectaguarda desenhada pelo ngonçalves no ponto seguinte, onde vemos desfilar um conjunto de palavras-aladas que não aparentam o rigor do primeiro ponto, e eu sei porquê: porque no primeiro momento ngonçalves está a pensar e no segundo está a procurar recrutar-nos para a contemplação do grande mistério das coincidências que não podem ser coincidências. As «características únicas da mente humana»? A «teleologia» que nos diferencia da máquina? Quanto à perspectiva elogiosa da mente humana, sem dúvida ela é enternecedora mas padece, sem dúvida, de um complexo, não teleológico mas auto-referencial, o que também explica o fascínio com o problema da criação e das coincidências: será assim tão difícil à maravilhosa, plena e super-omnisciente consciência humana suportar a ideia do sempre-existente ou será que ainda nadamos na lama medieval das causalidades totalitárias? O retorno aos jardins pré-cristãos é hediondo. Contudo, a cambalhota no sentido das coordenações inteligentes parece-me um retorno ainda mais pronunciado ao animismo cavernoso das ensanguentadas unhas compridas do neanderthal. Não tenho nada contra a existência de criadores mas aviso desde já que esta questão enferma de conceitos deformados por catequistas com decotes pronunciados e pernas voluptuosas que não nos saiem da consciência e ela, maravilhosa e única, não a catequista, mas a mente humana, continua a viver essencialmente segundo princípios em nada diferenciados dos teleológicos princípios do arminho, da porco preto ou da águia de asa redonda.

O Sporting lá conseguiu o quarto lugar

não obstante o empenho que demonstrou jogo após jogo em lutar pela não despromoção.

Estou a acabar o "Black Mass" do John Gray, que foi em todos os aspectos excelente excepto, claro, a parte final. Avança-se com o argumento que a espécie humana em nada difere dos restantes animais. Porque estamos sujeitos às mesmas leis naturais que os demais ser vivos neste planeta. Porque os humanos são apenas um producto da evolução natural das espécies.

Ora vamos lá ver bem. A evolução das espécies não é uma lei universal da natureza. Mesmo que fosse e embora todos os ser vivos estejam sujeitos às mesmas leis naturais, não se pode concluir que todos desenvolvam as mesmas capacidades. Os pássaros conseguem voar, os humanos não. A constante gravitacional é a mesma para ambas as espécies.
Segundo, a evolução natural das espécies é um processo cujos resultados estão bem delimitados à partida pelas leis naturais do planeta. A altura máxima que uma árvore pode atingir e as dimensões extremas dos mamíferos, por exemplo, estão limitadas pelas leis da física. O relojoeiro afinal não é assim tão cego quanto isso.

Embora a mente humana seja um produto da evolução natural, dificilmente se pode concluir que as suas capacidades únicas resultam de acidentes de percurso. Como o John Gray bem notou, a espécie humana parece estar programada para a teleologia. Uma vez que esta característica faz parte dos resultados possíveis da evolução natural, porque razão terá de ser uma característica improvável ? O Robert Rosen argumentou precisamente que o que distingue os seres vivos das máquinas (Turing & Ca) é exactamente a característica teleológica dos primeiros.

Nenhum destes argumentos prova a existência de um relojoeiro, embora comecem a ser coincidências a mais. O "Black Mass" é brilhante enquanto chama a atenção para o perigo das utopias e para a contribuição do Cristianismo na génese das mesmas. Falha ao argumentar o retorno a um mundo pré-cristão de comunhão mágico-mística com a natureza. Não obstante, estou curioso para ler os argumentos do "Straw Dogs".