O Francisco Proença de Carvalho (como está o pai de Vossa Senhoria? Quer que vá preparar o Cavalo?) tem tentado raciocinar numa sala do palácio da justiça onde parece que está frio e já descobriu que, embora o problema da justiça não esteja directamente relacionado com o frio ou o calor (graças a Deus), a incapacidade de controlar um ar condicionado parece ter implicações na manutenção de uma justiça digna. Como é possível que «durante horas a fio, juízes, advogados, funcionários, autores, réus, testemunhas» consigam resistir «dias inteiros a tentar contribuir para uma das tarefas mais importantes e dignas da sociedade»? Eu diria que talvez por razões diferentes mas quanto aos advogados parece-me (embora isto seja apenas uma suposição que carece de prova material) que este estoicismo se deverá a uma inclinação natural e abnegada em prol da nação, com grande sacrifício pessoal e denodado empenho em busca da realização social dos cidadãos. Obrigado Francisco Proença de Carvalho, ao menos tu não viras a cara ao apelo dos nossos igréjios avós porque eu, como tu já sabes, não ando aqui a fazer nada.
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