Ao cuidado do valter hugo mae e de outros como ele

"O certo é que esta interrupção do programa da BBC 4 permitiu-me a mim e aos meus tímpanos distinguir ondulações atmosféricas com a forma clara de um "ajude-me aqui caralho!". Eu (podia ser outro, mas não, era eu próprio), sem consciência alguma do que se passava, vejo-me a saltar do banco a projectar um sonoro e não tão grave como gostaria "o que é que se passa caralho?", que obteve a seguinte invectiva do preto: "o que é que tu queres caralho?", uma formulação inquisitiva que interpretei como uma pergunta de desenvolvimento. Sempre tive problemas com as míticas "perguntas de desenvolvimento" dos testes da escola secundária, nomeadamente por não saber escrever. Mas desta vez, por alguma razão insondável, a exegese fez-se pelos caminhos correctos, permitindo-me beneficiar da minha inconsciência sobre a situação para retorquir "tás aqui está ali, caralho; põe-te mas é a andar antes que leves com esta merda nas trombas"."